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quarta-feira, 29 de julho de 2009
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Resultados da enquete do blogue do PCdoB
Onde está a maior falha do PSDB na administração de Jundiaí?
- Segurança: 2 (11%)
- Transporte: 1 (5%)
- Saúde: 0 (0%)
- Habitação: 0 (0%)
- Especulação Imobiliária: 6 (35%)
- Falta de Transparência: 4 (23%)
- Educação: 1 (5%)
- Trânsito: 2 (11%)
- Falta de Planejamento Urbano: 1 (5%)
Total de votos: 17
- Segurança: 2 (11%)
- Transporte: 1 (5%)
- Saúde: 0 (0%)
- Habitação: 0 (0%)
- Especulação Imobiliária: 6 (35%)
- Falta de Transparência: 4 (23%)
- Educação: 1 (5%)
- Trânsito: 2 (11%)
- Falta de Planejamento Urbano: 1 (5%)
Total de votos: 17
sábado, 25 de julho de 2009
Para entender como funciona a mídia corporativa Revista Veja: Laboratório de invenções da elite
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“Veja faz um jornalismo de trás para a frente”, explica Cláudio Julio Tognolli, repórter do semanário na década de 1980 e hoje professor da USP. Segundo ele, se estabelece uma tese e a partir dela se parte para a rua, para a apuração. Ouvir lados diferentes da história e pesquisar sobre o tema são práticas que não alteram a “pensata”, jargão para definir a tese que a matéria deve comprovar. Dentro da redação, o melhor repórter é o que traz personagens e fontes para comprovar a tese. “Assim, Veja ensina à classe média bebedora de uísque o que pensar”, alfineta.
Por Anselmo Massad, da revista Fórum
Um movimento popular ganhava atenção e simpatia da opinião pública fazia dois anos. Era preciso desmoralizá-los. Em junho de 1998, a capa da revista semanal com maior tiragem do país enquadrava uma das lideranças do movimento com uma iluminação avermelhada produzida nas telas de um computador sobre o rosto com uma expressão tensa. A chamada não deixava dúvidas: “A esquerda com raiva”. O rosto demonizado era de João Pedro Stédile, líder do movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), e a publicação, Veja.
Na matéria, além de explicitar sua posição, descredenciando o movimento por defender idéias contrárias às defendidas pela revista, os sem-terra eram apresentados como grupo subversivo-revolucionário, quase terrorista. Apesar das quase duas horas de entrevista, só foram aproveitadas declarações do líder de debates sobre socialismo em congressos devidamente descontextualizados. Stédile conta que, após a publicação daquela reportagem, ele e as lideranças do movimento tomaram a decisão de não atender mais à revista. Na época, uma carta anônima circulou por correio eletrônico revelando supostos detalhes de como a matéria teria sido produzida. A carta não comprova nada, e atribui ao secretário geral de Comunicações de Governo de Fernando Henrique Cardoso, Angelo Matarazzo, a “encomenda” para desmoralizar os sem-terra.
A iniciativa de não dar entrevistas à Veja também foi adotada por Dom Paulo Evaristo Arns, ex-arcebispo da Arquidioscese de São Paulo, quando presidia a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O motivo era a distorção da cobertura. Procurado, não quis discutir o tema, apesar de manter a determinação de não conversar com jornalistas do veículo.
O presidente venezuelano Hugo Chávez é o mais recente alvo no plano internacional. Em 2002, Veja chegou às bancas no domingo com a chamada "A queda do presidente fanfarrão", quando a reviravolta já havia ocorrido e a manobra golpista denunciada. A "barriga", jargão jornalístico empregado a erros da imprensa, não foi sequer corrigida ou remediada. Em 4 de maio desse ano, Hugo Chávez voltou a ser alvo da revista, com a pergunta na capa "Quem precisa de um novo Fidel?", ditador cubado a quem a revista sempre se esperneou.
A lista é extensa, mas as razões derivam de uma fórmula simples. “Veja faz um jornalismo de trás para a frente”, explica Cláudio Julio Tognolli, repórter do semanário na década de 1980 e hoje professor da USP. Segundo ele, se estabelece uma tese e a partir dela se parte para a rua, para a apuração. Ouvir lados diferentes da história e pesquisar sobre o tema são práticas que não alteram a “pensata”, jargão para definir a tese que a matéria deve comprovar. Dentro da redação, o melhor repórter é o que traz personagens e fontes para comprovar a tese. “Assim, Veja ensina à classe média bebedora de uísque o que pensar”, alfineta.
Júlio César Barros, secretário de redação da revista, negou esse tipo de procedimento, em entrevista realizada em meados de 2003. Ele admitiu, porém, que a posição da revista é muito clara e conhecida por todos, do estagiário ao diretor. “Medidas irresponsáveis, que atentem contra as leis de mercado ou tragam prejuízos para a economia não terão apoio da revista, que prefere políticas austeras e espaço para o empresariado”, resumiu. A versão oficial do jornalismo praticado pela revista é de que, depois de ouvir especialistas e as pessoas envolvidas, o repórter normalmente já tem uma opinião formada sobre o assunto e a reproduz na matéria. Quem já trabalhou na revista nega.
“As assinaturas das matérias são uma ficção”, sintetiza um ex-colaborador da revista que não quis se identificar. As matérias são reescritas diversas vezes. O repórter entrega o texto que é modificado pelos editores, depois refeito pelos editores executivos e, por fim, pelos diretores de redação. No final da “linha de montagem”, o repórter, que pacientemente aguardou a edição para uma eventual necessidade de verificação de dados, não tem acesso ao texto até ver um exemplar impresso. O processo é narrado no livro do ex-diretor de redação da revista Mário Sérgio Conti, que fez parte da cúpula da publicação até 1997, como chefe de redação e diretor. A opinião que prevalece é a da revista, ainda que todos os entrevistados tenham dito o oposto, mesmo que para isso seja preciso omiti-las do leitor.
A criação de frases de efeito para os entrevistados foi, durante a década de 1980, prática comum, conforme narram diversos jornalistas ex-Veja. É do inventivo do ex-diretor Elio Gaspari a frase assumida por Joãozinho Trinta: “Quem gosta de pobreza é intelectual”. Outras foram criadas, algumas sem consulta, no caso de fontes mais próximas aos repórteres e diretores, que ganhavam carta-branca como porta-vozes de certas personalidades.
No quesito busca de frases, Tognolli conta que elaborou com colegas um dicionário de fontes que incluía verbetes como “Sindicalista que fala bem da direita” ou “Militar que fala bem da esquerda”. O material informal de consulta chegou a 70 verbetes e inúmeros nomes. Algo essencial para os dias de fechamento e encomendas de declarações sob medida.
Veja por dentro
Assim como outras revistas semanais, a estrutura é extremamente centralizada. Até o cargo de editor, o jornalista ainda é considerado de “baixa patente”, ou seja, não decide grandes coisas sobre o que será publicado. Dos editores executivos para cima já se possui poder sobre a definição do conteúdo, mas os profissionais são escolhidos a dedo. Além de competência profissional — qualidade de texto, capacidade intelectual e ampla bagagem cultural — é preciso estar muito alinhado com a editora.
Afinados, os diretores têm grande liberdade para controlar a equipe. Quanto ao conteúdo, o espaço é considerável, ainda que o presidente do conselho do grupo, Roberto Civita, o herdeiro do império da Editora Abril, participe das reuniões que definem a capa de Veja, junto do diretor de redação, do diretor-adjunto (cargo hoje vago), do redator-chefe e, eventualmente, do editor-executivo da área.
O ex-redator-chefe, atualmente diretor do jornal Diário de São Paulo relata que Civita sempre foi muito presente na redação, ainda que sem vetos ou imposições do patrão. Leite sustenta que as matérias e capas sempre foram feitas ou derrubadas a partir de critérios jornalísticos. “Roberto Civita acompanhava a confecção da revista, sabia de seu conteúdo e dava sua opinião em reuniões regulares com os diretores da revista. Mas, de vez em quando, até saíam matérias com as quais ele não estava de acordo”, garante. Leite afirma que, nesses casos, cobrado por políticos e empresários, Civita respondia que “não controlava aquele pessoal”. “Claro que controlava, mas sabia que fazer revista não é igual a fabricar sabonete”, compara.
A revista busca agradar a quem a compra: a classe média conservadora. A tiragem semanal da revista é de 1,1 milhão de exemplares, sendo 800 mil assinantes e o restante vendido em banca. “A maioria dos que compram, gostam das opiniões, gostam do Diogo Mainardi”, lamenta Raimundo Pereira, um dos primeiros editores da revista na época em que lá ainda trabalhava o seu criador, Mino Carta.
A cúpula da publicação reflete esse perfil. O diretor de redação Eurípedes Alcântara e o ex-diretor da revista Exame Eduardo Oinegue, autor da matéria de 1998 sobre os sem-terra, são membros do São Paulo Athletic Club, o Clube Inglês, freqüentado pela elite paulistana. Oinegue costumava defender que os jornalistas devem circular e manter amizades no meio em que cobrem. Entre empresários, se a editoria é Economia, políticos, se é Brasil etc.
Os preconceitos da elite são refletidos pela revista. Além dos movimentos sociais, há quem relate que um dos bordões de Tales Alvarenga, atual diretor de publicações, em sua fase à frente da revista era: “Não quero gente feia”. Por gente bonita, referia-se não apenas a padrões estéticos de magreza, mas também aqueles ligados à cor da pele. Segundo colaboradores próximos, fotografar negros seria quase certeza de material desperdiçado.
A despeito de comentar o livro de Mário Sérgio Conti, o ex-editor-executivo de Veja, hoje diretor do Diário de São Paulo, Paulo Moreira Leite, criticava a obra por ser parcial demais e não ser fiel aos fatos, especialmente os que envolviam os amigos do diretor. “A amizade e a proximidade excessiva com os poderosos são o caminho mais comum e mais eficaz para a impostura e a falsidade, o erro e a arrogância”, afirmava na época. Procurado novamente para falar a respeito, recusou-se a falar mais sobre Conti.
Falando em amizades, um caso em que essas relações foram reveladas, mas nem por isso foram explicadas ocorreu em novembro de 2001. O nome da editora de economia de Veja, Eliana Simonetti, aparecia na agenda do lobista Alexandre Paes dos Santos. Ela recebeu a quantia de 40 mil reais em empréstimos, segundo sua própria estimativa. A revista, de acordo com a jornalista, sabia do relacionamento. Quando os repasses vieram a público, ela foi demitida, sob a alegação de "relacionamento impróprio" com uma fonte.
O maior problema é que a informação surgiu a partir de uma agenda do lobista, envolvido com empresas transnacionais e influência direta sobre funcionários do Palácio do Planalto. Quem revelou a existência do documento foi Veja, cuja reportagem fez vista grossa ao nome da colega. Para dar satisfação à opinião pública, a revista publicou somente uma nota a respeito. Nenhuma investigação foi promovida sobre eventuais matérias compradas, hipótese negada pela ex-editora e pela revista. Simonetti não respondeu aos contatos, mas afirmou, à época, que "todo jornalista tem seu lobista", colocando toda a classe sob suspeita. Ela processou a Abril, e ganhou em primeira instância no ano seguinte o direito à indenização de 20 vezes o valor do último salário.
Império
Publicações tradicionais do mundo todo têm sua posição claramente conhecida pelo público, sem roupagem de imparcialidade. Os questionamentos éticos aparecem quando as relações por trás desses interesses não são transparentes ao público leitor. Um dos motivos dessa falta de transparência é o surgimento dos grandes conglomerados de comunicação. Esse fenômeno adquire contornos mais dramáticos no Brasil, que permite a propriedade cruzada dos meios de comunicação (uma mesma empresa detém meios impressos e televisivos, por exemplo).
O presidente da Radiobrás e ex-diretor de publicações da Abril, Eugênio Bucci, alerta que os grupos transnacionais de entretenimento compram TVs e jornais e os restringem a um mero departamento. “A pergunta que se colocava antes era se o jornalismo é capaz de ser independente do anunciante. Hoje se questiona se ele é capaz de ser independente do grupo que o incorporou”, avalia.
A concentração dos veículos de comunicação nas mãos de poucos grupos, ainda que nacionais, é a marca da história da mídia no Brasil. O grupo Abril não foge à regra. Ele abarca um complexo que envolve 90 revistas, duas editoras de livros (Ática e Scipione), uma rede de TV (MTV), uma de TV a cabo (TVA) e uma rede de distribuição de revistas em banca de jornal (Dinap), além de inúmeras páginas na internet. Tem sete das dez revistas com maior tiragem no país e, nesse quesito, Veja é a quarta maior do mundo. “A Abril faz o que for preciso para expandir seu império, se for preciso derrubar um artigo da Constituição, alterar leis ou políticas, ela usa suas publicações para gerar pressão”, sustenta Giberto Maringoni, jornalista, chargista e doutorando em história da imprensa.
A evolução do império Abril dá uma mostra de como ela soube usar bem sua, digamos, habilidade. O início das atividades se deu em 1950, com a publicação das revistas em quadrinhos do Pato Donald, personagem de Walt Disney. O milanês Victor Civita aproveitava a licença para a América Latina e a amizade do irmão Cesar com o desenhista norte-americano para lançar os produtos. Apesar de simbólico, não se pode dizer que o grupo tenha sido um propalador de enlatados norte-americanos ou produzido materiais de má qualidade em sua história.
O surgimento de diversas revistas, incluindo Veja, um semanário informativo — e não uma revista ilustrada, como o nome e as concorrentes sugeriam —, o lançamento de coleções na década de 1960, como A conquista do espaço, a revista infantil Recreio, sob o comando da escritora Ruth Rocha, e a revista Realidade, uma das melhores feitas no país até hoje, são exemplos de publicações de qualidade da editora. Qualidade que não se manteve, segundo o diretor responsável pela criação de Veja em 1968, Mino Carta. Ele considera a publicação da Abril muito ruim, assim como todas da grande imprensa brasileira, à qual lê muito pouco, para “não sofrer demais”. Na época em lançou o livro Castelo de Âmbar (Editora Record, 2000), afirmou aos quatro ventos a incompetência e até a “imbecilidade”, em suas palavras, dos donos da Abril, que “não entendiam nada de Brasil, assim como não entendem ainda hoje.”
O episódio da demissão de Carta do seu posto na revista Veja é um exemplo do tipo de interesses que pautam os donos da Abril e o jornalismo de suas publicações. A censura prévia havia sido suspensa em março de 1974, com a posse do general Ernesto Geisel. Combativa, a redação publicou três capas seguidas com duras críticas ao governo. A gota d'água para o regime foi uma charge de Millôr Fernandes, que apresentava um preso acorrentado e um balão com a fala de um carcereiro oculto, do lado de fora da cela: “Nada consta”.
Na negociação operacional da censura, Carta conta que Roberto Civita, filho de Victor, ofereceu a cabeça de Millôr a Golbery do Couto e Silva, chefe da Casa Civil, para tentar evitar a censura. O então ministro da Justiça, Armando Falcão, queria a cabeça de Carta. No livro, ele menciona uma carta escrita por Sérgio Pompeu de Souza, o preferido de Falcão e diretor da sucursal de Brasília, sugerindo ao conselho a demissão do diretor para facilitar as coisas para a revista. Carta afirma que, entre as facilidades, estava incluso a liberação de um financiamento da Caixa Econômica Federal para saldar uma dívida de 50 milhões de dólares no exterior.
Na versão oficial, reproduzida no livro de Conti, os Civita queriam noticiar os progressos do país e Carta, só os aspectos negativos do regime. Queriam ainda expandir o grupo, com a construção de hotéis. Foi preciso ceder ao governo. O episódio decisivo foi a exigência da demissão do dramaturgo Plínio Marcos, colunista da revista. A negativa de Carta em fazê-lo foi o motivo alegado para o seu desligamento, em abril de 1976. Dois meses depois, a censura na revista acabou.
Desde então, Veja tem servido a interesses políticos e econômicos para preservar os seus, ainda que isso implique mudança de posição. Um exemplo foi o comportamento na ascensão e queda do ex-presidente Fernando Collor de Melo. O livro Notícias do Planalto, de Mário Sérgio Conti, conta em detalhes o período, ainda que inclua a maioria da grande imprensa. Da capa sobre "O caçador de marajás", em 1988, até a “Caso encerrado”, sobre a morte de Paulo César Farias, a despeito do laudo do médico-legista Fortunato Badan Palhares, em 1993. A adesão automática à candidatura alternativa aos perigosos Leonel Brizola e depois Luiz Inácio Lula da Silva, favoritos naquele pleito, foi dando lugar aos escândalos de corrupção no decorrer do governo.
Os que têm seus interesses atendidos pela revista também mudam. Para Tognolli, durante a década de 1980, a revista vivia sob a tutela de Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), quando Elio Gaspari era o diretor da revista. Nos anos de Mário Sérgio Conti, houve uma pequena melhora, até a transição ocorrida nos anos de Fernando Henrique em Brasília. “O que antes era ninho dos baianos, hoje é ninho dos tucanos. Quem começou a campanha da mídia contra o atual governo foi Veja”, sustenta.
Um levantamento das capas entre os anos de 2000 e 2005 mostram claramente o seu jornalismo tendencioso. Política interna e economia são os temas de capa mais freqüentes em 2000, 2002 e 2005. Curiosamente, em 1998, ano de eleições federal e estadual, esses temas estiveram bem ausentes: só foram destacados em 11 das 52 edições. Nada se compara a 2005, em que quase metade das 28 capas produzidas até o fechamento desta reportagem destaca temas políticos. Desnecessário dizer que o prato principal era a corrupção.
Um exemplo foi o uso de uma pesquisa do Instituto Ipsos Opinion, divulgado pela revista na edição de 13 de julho. No levantamento, constatou-se que 55% dos entrevistados acreditavam que Lula conhecia o esquema de corrupção, ao mesmo tempo em que a popularidade pessoal e do governo permaneciam estáveis em relação ao estudo anterior. A avaliação dos analistas do grupo, de que a imagem do presidente permanecia intacta, foi omitida, o inverso do apregoado pela reportagem de capa. A visão dos autores só foi publicada depois de duas edições na seção de cartas, sem o menor destaque.
Raimundo Pereira acredita que, se não fosse o caso do financiamento de campanha, é bem possível que se achasse outro assunto para desmoralizar o atual governo. “Veja não está isolada em sua ação, mas é a ponta de lança, a que tem mais prestígio e circulação”, avalia.
Tratamento bem diferente daquele dado ao caso da compra de votos para a aprovação da emenda da reeleição, em 1997. Naquele ano, apenas uma capa foi feita sobre o assunto, com o rosto de Sérgio Motta, então ministro-chefe da Casa Civil, e a chamada “Reeleição” e “A compra de votos no Congresso”, em letras menores. Como se não fosse corrupção. Assepsia total para o Planalto. Um servilismo ao governo que, com os petistas no poder, se transformou em ódio.
Para ler mais denúncias e análises sobre a revista Veja, clique neste link.
“Veja faz um jornalismo de trás para a frente”, explica Cláudio Julio Tognolli, repórter do semanário na década de 1980 e hoje professor da USP. Segundo ele, se estabelece uma tese e a partir dela se parte para a rua, para a apuração. Ouvir lados diferentes da história e pesquisar sobre o tema são práticas que não alteram a “pensata”, jargão para definir a tese que a matéria deve comprovar. Dentro da redação, o melhor repórter é o que traz personagens e fontes para comprovar a tese. “Assim, Veja ensina à classe média bebedora de uísque o que pensar”, alfineta.
Por Anselmo Massad, da revista Fórum
Um movimento popular ganhava atenção e simpatia da opinião pública fazia dois anos. Era preciso desmoralizá-los. Em junho de 1998, a capa da revista semanal com maior tiragem do país enquadrava uma das lideranças do movimento com uma iluminação avermelhada produzida nas telas de um computador sobre o rosto com uma expressão tensa. A chamada não deixava dúvidas: “A esquerda com raiva”. O rosto demonizado era de João Pedro Stédile, líder do movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), e a publicação, Veja.
Na matéria, além de explicitar sua posição, descredenciando o movimento por defender idéias contrárias às defendidas pela revista, os sem-terra eram apresentados como grupo subversivo-revolucionário, quase terrorista. Apesar das quase duas horas de entrevista, só foram aproveitadas declarações do líder de debates sobre socialismo em congressos devidamente descontextualizados. Stédile conta que, após a publicação daquela reportagem, ele e as lideranças do movimento tomaram a decisão de não atender mais à revista. Na época, uma carta anônima circulou por correio eletrônico revelando supostos detalhes de como a matéria teria sido produzida. A carta não comprova nada, e atribui ao secretário geral de Comunicações de Governo de Fernando Henrique Cardoso, Angelo Matarazzo, a “encomenda” para desmoralizar os sem-terra.
A iniciativa de não dar entrevistas à Veja também foi adotada por Dom Paulo Evaristo Arns, ex-arcebispo da Arquidioscese de São Paulo, quando presidia a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O motivo era a distorção da cobertura. Procurado, não quis discutir o tema, apesar de manter a determinação de não conversar com jornalistas do veículo.
O presidente venezuelano Hugo Chávez é o mais recente alvo no plano internacional. Em 2002, Veja chegou às bancas no domingo com a chamada "A queda do presidente fanfarrão", quando a reviravolta já havia ocorrido e a manobra golpista denunciada. A "barriga", jargão jornalístico empregado a erros da imprensa, não foi sequer corrigida ou remediada. Em 4 de maio desse ano, Hugo Chávez voltou a ser alvo da revista, com a pergunta na capa "Quem precisa de um novo Fidel?", ditador cubado a quem a revista sempre se esperneou.
A lista é extensa, mas as razões derivam de uma fórmula simples. “Veja faz um jornalismo de trás para a frente”, explica Cláudio Julio Tognolli, repórter do semanário na década de 1980 e hoje professor da USP. Segundo ele, se estabelece uma tese e a partir dela se parte para a rua, para a apuração. Ouvir lados diferentes da história e pesquisar sobre o tema são práticas que não alteram a “pensata”, jargão para definir a tese que a matéria deve comprovar. Dentro da redação, o melhor repórter é o que traz personagens e fontes para comprovar a tese. “Assim, Veja ensina à classe média bebedora de uísque o que pensar”, alfineta.
Júlio César Barros, secretário de redação da revista, negou esse tipo de procedimento, em entrevista realizada em meados de 2003. Ele admitiu, porém, que a posição da revista é muito clara e conhecida por todos, do estagiário ao diretor. “Medidas irresponsáveis, que atentem contra as leis de mercado ou tragam prejuízos para a economia não terão apoio da revista, que prefere políticas austeras e espaço para o empresariado”, resumiu. A versão oficial do jornalismo praticado pela revista é de que, depois de ouvir especialistas e as pessoas envolvidas, o repórter normalmente já tem uma opinião formada sobre o assunto e a reproduz na matéria. Quem já trabalhou na revista nega.
“As assinaturas das matérias são uma ficção”, sintetiza um ex-colaborador da revista que não quis se identificar. As matérias são reescritas diversas vezes. O repórter entrega o texto que é modificado pelos editores, depois refeito pelos editores executivos e, por fim, pelos diretores de redação. No final da “linha de montagem”, o repórter, que pacientemente aguardou a edição para uma eventual necessidade de verificação de dados, não tem acesso ao texto até ver um exemplar impresso. O processo é narrado no livro do ex-diretor de redação da revista Mário Sérgio Conti, que fez parte da cúpula da publicação até 1997, como chefe de redação e diretor. A opinião que prevalece é a da revista, ainda que todos os entrevistados tenham dito o oposto, mesmo que para isso seja preciso omiti-las do leitor.
A criação de frases de efeito para os entrevistados foi, durante a década de 1980, prática comum, conforme narram diversos jornalistas ex-Veja. É do inventivo do ex-diretor Elio Gaspari a frase assumida por Joãozinho Trinta: “Quem gosta de pobreza é intelectual”. Outras foram criadas, algumas sem consulta, no caso de fontes mais próximas aos repórteres e diretores, que ganhavam carta-branca como porta-vozes de certas personalidades.
No quesito busca de frases, Tognolli conta que elaborou com colegas um dicionário de fontes que incluía verbetes como “Sindicalista que fala bem da direita” ou “Militar que fala bem da esquerda”. O material informal de consulta chegou a 70 verbetes e inúmeros nomes. Algo essencial para os dias de fechamento e encomendas de declarações sob medida.
Veja por dentro
Assim como outras revistas semanais, a estrutura é extremamente centralizada. Até o cargo de editor, o jornalista ainda é considerado de “baixa patente”, ou seja, não decide grandes coisas sobre o que será publicado. Dos editores executivos para cima já se possui poder sobre a definição do conteúdo, mas os profissionais são escolhidos a dedo. Além de competência profissional — qualidade de texto, capacidade intelectual e ampla bagagem cultural — é preciso estar muito alinhado com a editora.
Afinados, os diretores têm grande liberdade para controlar a equipe. Quanto ao conteúdo, o espaço é considerável, ainda que o presidente do conselho do grupo, Roberto Civita, o herdeiro do império da Editora Abril, participe das reuniões que definem a capa de Veja, junto do diretor de redação, do diretor-adjunto (cargo hoje vago), do redator-chefe e, eventualmente, do editor-executivo da área.
O ex-redator-chefe, atualmente diretor do jornal Diário de São Paulo relata que Civita sempre foi muito presente na redação, ainda que sem vetos ou imposições do patrão. Leite sustenta que as matérias e capas sempre foram feitas ou derrubadas a partir de critérios jornalísticos. “Roberto Civita acompanhava a confecção da revista, sabia de seu conteúdo e dava sua opinião em reuniões regulares com os diretores da revista. Mas, de vez em quando, até saíam matérias com as quais ele não estava de acordo”, garante. Leite afirma que, nesses casos, cobrado por políticos e empresários, Civita respondia que “não controlava aquele pessoal”. “Claro que controlava, mas sabia que fazer revista não é igual a fabricar sabonete”, compara.
A revista busca agradar a quem a compra: a classe média conservadora. A tiragem semanal da revista é de 1,1 milhão de exemplares, sendo 800 mil assinantes e o restante vendido em banca. “A maioria dos que compram, gostam das opiniões, gostam do Diogo Mainardi”, lamenta Raimundo Pereira, um dos primeiros editores da revista na época em que lá ainda trabalhava o seu criador, Mino Carta.
A cúpula da publicação reflete esse perfil. O diretor de redação Eurípedes Alcântara e o ex-diretor da revista Exame Eduardo Oinegue, autor da matéria de 1998 sobre os sem-terra, são membros do São Paulo Athletic Club, o Clube Inglês, freqüentado pela elite paulistana. Oinegue costumava defender que os jornalistas devem circular e manter amizades no meio em que cobrem. Entre empresários, se a editoria é Economia, políticos, se é Brasil etc.
Os preconceitos da elite são refletidos pela revista. Além dos movimentos sociais, há quem relate que um dos bordões de Tales Alvarenga, atual diretor de publicações, em sua fase à frente da revista era: “Não quero gente feia”. Por gente bonita, referia-se não apenas a padrões estéticos de magreza, mas também aqueles ligados à cor da pele. Segundo colaboradores próximos, fotografar negros seria quase certeza de material desperdiçado.
A despeito de comentar o livro de Mário Sérgio Conti, o ex-editor-executivo de Veja, hoje diretor do Diário de São Paulo, Paulo Moreira Leite, criticava a obra por ser parcial demais e não ser fiel aos fatos, especialmente os que envolviam os amigos do diretor. “A amizade e a proximidade excessiva com os poderosos são o caminho mais comum e mais eficaz para a impostura e a falsidade, o erro e a arrogância”, afirmava na época. Procurado novamente para falar a respeito, recusou-se a falar mais sobre Conti.
Falando em amizades, um caso em que essas relações foram reveladas, mas nem por isso foram explicadas ocorreu em novembro de 2001. O nome da editora de economia de Veja, Eliana Simonetti, aparecia na agenda do lobista Alexandre Paes dos Santos. Ela recebeu a quantia de 40 mil reais em empréstimos, segundo sua própria estimativa. A revista, de acordo com a jornalista, sabia do relacionamento. Quando os repasses vieram a público, ela foi demitida, sob a alegação de "relacionamento impróprio" com uma fonte.
O maior problema é que a informação surgiu a partir de uma agenda do lobista, envolvido com empresas transnacionais e influência direta sobre funcionários do Palácio do Planalto. Quem revelou a existência do documento foi Veja, cuja reportagem fez vista grossa ao nome da colega. Para dar satisfação à opinião pública, a revista publicou somente uma nota a respeito. Nenhuma investigação foi promovida sobre eventuais matérias compradas, hipótese negada pela ex-editora e pela revista. Simonetti não respondeu aos contatos, mas afirmou, à época, que "todo jornalista tem seu lobista", colocando toda a classe sob suspeita. Ela processou a Abril, e ganhou em primeira instância no ano seguinte o direito à indenização de 20 vezes o valor do último salário.
Império
Publicações tradicionais do mundo todo têm sua posição claramente conhecida pelo público, sem roupagem de imparcialidade. Os questionamentos éticos aparecem quando as relações por trás desses interesses não são transparentes ao público leitor. Um dos motivos dessa falta de transparência é o surgimento dos grandes conglomerados de comunicação. Esse fenômeno adquire contornos mais dramáticos no Brasil, que permite a propriedade cruzada dos meios de comunicação (uma mesma empresa detém meios impressos e televisivos, por exemplo).
O presidente da Radiobrás e ex-diretor de publicações da Abril, Eugênio Bucci, alerta que os grupos transnacionais de entretenimento compram TVs e jornais e os restringem a um mero departamento. “A pergunta que se colocava antes era se o jornalismo é capaz de ser independente do anunciante. Hoje se questiona se ele é capaz de ser independente do grupo que o incorporou”, avalia.
A concentração dos veículos de comunicação nas mãos de poucos grupos, ainda que nacionais, é a marca da história da mídia no Brasil. O grupo Abril não foge à regra. Ele abarca um complexo que envolve 90 revistas, duas editoras de livros (Ática e Scipione), uma rede de TV (MTV), uma de TV a cabo (TVA) e uma rede de distribuição de revistas em banca de jornal (Dinap), além de inúmeras páginas na internet. Tem sete das dez revistas com maior tiragem no país e, nesse quesito, Veja é a quarta maior do mundo. “A Abril faz o que for preciso para expandir seu império, se for preciso derrubar um artigo da Constituição, alterar leis ou políticas, ela usa suas publicações para gerar pressão”, sustenta Giberto Maringoni, jornalista, chargista e doutorando em história da imprensa.
A evolução do império Abril dá uma mostra de como ela soube usar bem sua, digamos, habilidade. O início das atividades se deu em 1950, com a publicação das revistas em quadrinhos do Pato Donald, personagem de Walt Disney. O milanês Victor Civita aproveitava a licença para a América Latina e a amizade do irmão Cesar com o desenhista norte-americano para lançar os produtos. Apesar de simbólico, não se pode dizer que o grupo tenha sido um propalador de enlatados norte-americanos ou produzido materiais de má qualidade em sua história.
O surgimento de diversas revistas, incluindo Veja, um semanário informativo — e não uma revista ilustrada, como o nome e as concorrentes sugeriam —, o lançamento de coleções na década de 1960, como A conquista do espaço, a revista infantil Recreio, sob o comando da escritora Ruth Rocha, e a revista Realidade, uma das melhores feitas no país até hoje, são exemplos de publicações de qualidade da editora. Qualidade que não se manteve, segundo o diretor responsável pela criação de Veja em 1968, Mino Carta. Ele considera a publicação da Abril muito ruim, assim como todas da grande imprensa brasileira, à qual lê muito pouco, para “não sofrer demais”. Na época em lançou o livro Castelo de Âmbar (Editora Record, 2000), afirmou aos quatro ventos a incompetência e até a “imbecilidade”, em suas palavras, dos donos da Abril, que “não entendiam nada de Brasil, assim como não entendem ainda hoje.”
O episódio da demissão de Carta do seu posto na revista Veja é um exemplo do tipo de interesses que pautam os donos da Abril e o jornalismo de suas publicações. A censura prévia havia sido suspensa em março de 1974, com a posse do general Ernesto Geisel. Combativa, a redação publicou três capas seguidas com duras críticas ao governo. A gota d'água para o regime foi uma charge de Millôr Fernandes, que apresentava um preso acorrentado e um balão com a fala de um carcereiro oculto, do lado de fora da cela: “Nada consta”.
Na negociação operacional da censura, Carta conta que Roberto Civita, filho de Victor, ofereceu a cabeça de Millôr a Golbery do Couto e Silva, chefe da Casa Civil, para tentar evitar a censura. O então ministro da Justiça, Armando Falcão, queria a cabeça de Carta. No livro, ele menciona uma carta escrita por Sérgio Pompeu de Souza, o preferido de Falcão e diretor da sucursal de Brasília, sugerindo ao conselho a demissão do diretor para facilitar as coisas para a revista. Carta afirma que, entre as facilidades, estava incluso a liberação de um financiamento da Caixa Econômica Federal para saldar uma dívida de 50 milhões de dólares no exterior.
Na versão oficial, reproduzida no livro de Conti, os Civita queriam noticiar os progressos do país e Carta, só os aspectos negativos do regime. Queriam ainda expandir o grupo, com a construção de hotéis. Foi preciso ceder ao governo. O episódio decisivo foi a exigência da demissão do dramaturgo Plínio Marcos, colunista da revista. A negativa de Carta em fazê-lo foi o motivo alegado para o seu desligamento, em abril de 1976. Dois meses depois, a censura na revista acabou.
Desde então, Veja tem servido a interesses políticos e econômicos para preservar os seus, ainda que isso implique mudança de posição. Um exemplo foi o comportamento na ascensão e queda do ex-presidente Fernando Collor de Melo. O livro Notícias do Planalto, de Mário Sérgio Conti, conta em detalhes o período, ainda que inclua a maioria da grande imprensa. Da capa sobre "O caçador de marajás", em 1988, até a “Caso encerrado”, sobre a morte de Paulo César Farias, a despeito do laudo do médico-legista Fortunato Badan Palhares, em 1993. A adesão automática à candidatura alternativa aos perigosos Leonel Brizola e depois Luiz Inácio Lula da Silva, favoritos naquele pleito, foi dando lugar aos escândalos de corrupção no decorrer do governo.
Os que têm seus interesses atendidos pela revista também mudam. Para Tognolli, durante a década de 1980, a revista vivia sob a tutela de Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), quando Elio Gaspari era o diretor da revista. Nos anos de Mário Sérgio Conti, houve uma pequena melhora, até a transição ocorrida nos anos de Fernando Henrique em Brasília. “O que antes era ninho dos baianos, hoje é ninho dos tucanos. Quem começou a campanha da mídia contra o atual governo foi Veja”, sustenta.
Um levantamento das capas entre os anos de 2000 e 2005 mostram claramente o seu jornalismo tendencioso. Política interna e economia são os temas de capa mais freqüentes em 2000, 2002 e 2005. Curiosamente, em 1998, ano de eleições federal e estadual, esses temas estiveram bem ausentes: só foram destacados em 11 das 52 edições. Nada se compara a 2005, em que quase metade das 28 capas produzidas até o fechamento desta reportagem destaca temas políticos. Desnecessário dizer que o prato principal era a corrupção.
Um exemplo foi o uso de uma pesquisa do Instituto Ipsos Opinion, divulgado pela revista na edição de 13 de julho. No levantamento, constatou-se que 55% dos entrevistados acreditavam que Lula conhecia o esquema de corrupção, ao mesmo tempo em que a popularidade pessoal e do governo permaneciam estáveis em relação ao estudo anterior. A avaliação dos analistas do grupo, de que a imagem do presidente permanecia intacta, foi omitida, o inverso do apregoado pela reportagem de capa. A visão dos autores só foi publicada depois de duas edições na seção de cartas, sem o menor destaque.
Raimundo Pereira acredita que, se não fosse o caso do financiamento de campanha, é bem possível que se achasse outro assunto para desmoralizar o atual governo. “Veja não está isolada em sua ação, mas é a ponta de lança, a que tem mais prestígio e circulação”, avalia.
Tratamento bem diferente daquele dado ao caso da compra de votos para a aprovação da emenda da reeleição, em 1997. Naquele ano, apenas uma capa foi feita sobre o assunto, com o rosto de Sérgio Motta, então ministro-chefe da Casa Civil, e a chamada “Reeleição” e “A compra de votos no Congresso”, em letras menores. Como se não fosse corrupção. Assepsia total para o Planalto. Um servilismo ao governo que, com os petistas no poder, se transformou em ódio.
Para ler mais denúncias e análises sobre a revista Veja, clique neste link.
Curso de Formação Política para os Filiados do PCdoB em Jundiaí
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Foi realizado, no dia 25 de julho, mais um Curso de Formação Política para os filiados do PCdoB da macroregião de Jundiaí. Ministrado por Francisco Gonçalves, da Comissão Estadual de Organização do Partido, o curso começou às 9 horas, terminou por volta das 15 horas e contou com a participação de mais de 30 filiados de Jundiaí, Cabreúva, Cajamar, Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista, Louveira, Francisco Morato, Caieiras e Franco da Rocha. Confira abaixo as algumas fotos do início evento.
Tércio Marinho, presidente do PCdoB de Jundiaí, abre o curso
Vista geral dos participantes
Curso aborda vários temas ligados à luta dos trabalhadores
Francisco Gonçalves ministra o curso
Filiados debatem o conteúdo apresentado
Foi realizado, no dia 25 de julho, mais um Curso de Formação Política para os filiados do PCdoB da macroregião de Jundiaí. Ministrado por Francisco Gonçalves, da Comissão Estadual de Organização do Partido, o curso começou às 9 horas, terminou por volta das 15 horas e contou com a participação de mais de 30 filiados de Jundiaí, Cabreúva, Cajamar, Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista, Louveira, Francisco Morato, Caieiras e Franco da Rocha. Confira abaixo as algumas fotos do início evento.
Tércio Marinho, presidente do PCdoB de Jundiaí, abre o curso
Vista geral dos participantes
Curso aborda vários temas ligados à luta dos trabalhadores
Francisco Gonçalves ministra o curso
Filiados debatem o conteúdo apresentado
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Miguel do Rosário: Estudantes organizados enfurecem o Leviatã
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O PIG e seus lacaios da blogosfera defendem furiosamente estudantes do Irã, mas os estudantes brasileiros podem ser espancados sem piedade e suas entidades representativas podem ser caluniadas e asfixiadas financeiramente. Estudante bom, para o PIG, só iraniano. Blogueiro, só serve aquela cubana que fala mal de Fidel. Twiteiro, só serve o #ForaSarney, aqueles bebedores de Toddynho alienados, ingênuos, analfabetos políticos, e oportunistas.
- por Miguel do Rosário
A franqueza dura dos estudantes organizados fez o Leviatã midiático urrar de medo e fúria, provocando uma onda crítica que chegou até a blogosfera. O Congresso realizado em Brasília, reunindo cerca de 15 mil lideranças estudantis, produziu um fato político de importância inquestionável. A reação midiática é previsível e enfadonha. Os antilulistas hidrófobos dos jornalões, naturalmente, não gostaram de saber que a UNE apóia, sem a mínima hesitação, o governo Lula, e, mais que nunca, posiciona-se de forma severamente crítica contra a direita e tudo o que ela representa.
Caso Lula fosse vaiado, a mídia distribuiria as imagens para todos os cantos do planeta. Centenas de milhares de blogs, sites e portais reproduziriam o rosto dos estudantes vaiando e o constrangimento do presidente. Seriam feitas charges, editoriais, artigos, enfim, o exército midiático aguarda, com sangue na boca, o aparecimento de um flanco desguarnecido, para entrar atacando com força total. Entretanto, ocorreu uma manifestação surpreendente. Confira o vídeo e veja como é impressionante e perturbadora a paixão dos estudantes. Milhares de estudantes erguem os braços e cantam entusiastica e agressivamente, como se entoassem um refrão de guerra: "Lula/ guerreiro/ do povo brasileiro". Disse "agressivamente" mas não venham com frescura por causa disso, porque me refiro à agressividade boa, que é energia, determinação, paixão.
Assista ao vídeo:
A franqueza das lideranças da UNE também chocou alguns blogueiros. Apareceu rapidamente uma turma que acha a UNE feia, boba e chata. As críticas, contudo, são inconsistentes. A acusação de que ela não representa os estudantes é falsa e antidemocrática. Há sufrágio em todos os diretórios acadêmicos do país, e não se pode culpar um partido, o PcdoB, por ganhar eleições e dominar a UNE. Nosso sistema político é representativo e partidário, então é mais do que saudável e natural que o movimento estudantil também o seja. Claro que nem todos se sentem representados pela UNE. Marcelo Crivella e Dornelles são os senadores do Rio de Janeiro e também não me sinto representado por eles, mas eles são, de fato, por lei e democraticamente, os representantes do Rio no Senado.
Outra crítica recorrente é a de que o PcdoB “aparelharia” a UNE. Ora, essa é a que me irrita mais. Querem o quê? Que a UNE, uma entidade política, com fins políticos, contrate quadros “técnicos” para suas diretorias? Tenham dó! Se o PcdoB ganha as eleições, ele tem o direito, adquirido democraticamente, de nomear quem desejar para as funções. É um universo modesto, estudantil, deficitário. O presidente da entidade ganha salário de R$ 1.500, conforme o Globo fez questão de informar, tentando atiçar seus leitores retardados e hipócritas, que logo mandaram cartinhas comentando sobre o valor - “maior do que o salário de muitos brasileiros”. Ora, R$ 1.500 por mês é mixaria, é metade do que um ascensorista do Senado ganha. Esses lacerdinhas do Globo são, além de reacionários, tremendos muquiranas!
Para o Globo e seus missivistas idiotas o movimento estudantil bom são aqueles bobinhos de cara pintada e nariz de palhaço, se manifestando de acordo com a agendinha reacionária e malandra da grande imprensa. O PIG não engole que o movimento estudantil organizado já entendeu muito bem qual é jogo. Seria muito fácil para a UNE botar milhares de estudantes nas ruas para derrubar o Sarney. Mas para quê? Para botar quem no lugar dele? Marconi Perillo? A UNE está ligada na CPI da Petrobrás, e o Sarney, mal ou bem, é um nacionalista que sempre defendeu a Petrobrás e que agora, independente do seu passado, está apoiando o projeto popular de Lula.
Sobre o fato da UNE receber dinheiro do governo federal, eu transcrevo um trecho do editorial do Vermelho, e depois complemento:
Sim, a UNE recebe dinheiro público no governo de Lula, como nos governos de Itamar, e Goulart, e JK, e antes, desde Getúlio. É legítimo e democrático. Ilegítimo e antidemocrático é proibir a UNE, queimar sua sede, matar na tortura o seu presidente, como fez a ditadura. Ilegítimo e antidemocrático é passar oito anos na Presidência sem receber a entidade máxima dos estudantes, como fez Fernando Henrique Cardoso.
O PIG pensa que todos são idiotas. Eles partem do pressuposto de que o governo é “malvado” e que seu dinheiro é sujo, distorcendo o próprio pilar da democracia, que é o fato de governo eleito pelo povo ter legitimidade para fazer o que bem entender pelo bem do povo, desde que dentro da lei, evidentemente. Eu votei no Lula justamente porque sabia que ele, e não o PSDB, iria apoiar a UNE.
Quando o governo dá, através de incentivo fiscal, R$ 10 milhões para o Instituto FHC, não há problema, quando a Petrobrás dá R$ 3 milhões pra Fundação Roberto Marinho fazer o Memorial da UNE não há problema, quando a Petrobrás dá dinheiro para Fiesp, OAB, campeonato de surf, Fórmula 1, etc, não há problema – o problema acontece quando dá R$ 100 mil para a UNE realizar um dos maiores e mais plurais congressos de sua história, com chapas de todos os partidos, do DEM, PSDB, PMDB, PSOL, PT e PcdoB. Se as chapas de esquerda ganham, se o presidente da UNE apóia Lula, é porque eles têm essa liberdade. A UNE é uma instituição importante e tradicional na história política brasileira, que deve ser aperfeiçoada, patrocinada e defendida.
Querer que uma instituição se estruture sem financiamento público é puro cinismo. Quem daria dinheiro para a UNE? O Bradesco? A Fundação Marinho? Aliás, quero saber: a Fundação Marinho levou, conforme já disse, 3 milhões da Petrobrás para fazer um site, o Memorial da UNE – ela repassou algum royalty para a UNE? Não, não passou. A Fundação Roberto Marinho ganhou muito mais dinheiro da Petrobrás que a UNE e agora os platinados ficam tirando onda de vestais, que não recebem verba pública!
É sempre assim. O PIG e seus lacaios da blogosfera defendem furiosamente estudantes do Irã, mas os estudantes brasileiros podem ser espancados sem piedade e suas entidades representativas podem ser caluniadas e asfixiadas financeiramente. Estudante bom, para o PIG, só iraniano. Blogueiro, só serve aquela cubana que fala mal de Fidel. Twiteiro, só serve o #ForaSarney, aqueles bebedores de Toddynho alienados, ingênuos, analfabetos políticos, e oportunistas.
O PIG e seus lacaios da blogosfera defendem furiosamente estudantes do Irã, mas os estudantes brasileiros podem ser espancados sem piedade e suas entidades representativas podem ser caluniadas e asfixiadas financeiramente. Estudante bom, para o PIG, só iraniano. Blogueiro, só serve aquela cubana que fala mal de Fidel. Twiteiro, só serve o #ForaSarney, aqueles bebedores de Toddynho alienados, ingênuos, analfabetos políticos, e oportunistas.
- por Miguel do Rosário
A franqueza dura dos estudantes organizados fez o Leviatã midiático urrar de medo e fúria, provocando uma onda crítica que chegou até a blogosfera. O Congresso realizado em Brasília, reunindo cerca de 15 mil lideranças estudantis, produziu um fato político de importância inquestionável. A reação midiática é previsível e enfadonha. Os antilulistas hidrófobos dos jornalões, naturalmente, não gostaram de saber que a UNE apóia, sem a mínima hesitação, o governo Lula, e, mais que nunca, posiciona-se de forma severamente crítica contra a direita e tudo o que ela representa.
Caso Lula fosse vaiado, a mídia distribuiria as imagens para todos os cantos do planeta. Centenas de milhares de blogs, sites e portais reproduziriam o rosto dos estudantes vaiando e o constrangimento do presidente. Seriam feitas charges, editoriais, artigos, enfim, o exército midiático aguarda, com sangue na boca, o aparecimento de um flanco desguarnecido, para entrar atacando com força total. Entretanto, ocorreu uma manifestação surpreendente. Confira o vídeo e veja como é impressionante e perturbadora a paixão dos estudantes. Milhares de estudantes erguem os braços e cantam entusiastica e agressivamente, como se entoassem um refrão de guerra: "Lula/ guerreiro/ do povo brasileiro". Disse "agressivamente" mas não venham com frescura por causa disso, porque me refiro à agressividade boa, que é energia, determinação, paixão.
Assista ao vídeo:
A franqueza das lideranças da UNE também chocou alguns blogueiros. Apareceu rapidamente uma turma que acha a UNE feia, boba e chata. As críticas, contudo, são inconsistentes. A acusação de que ela não representa os estudantes é falsa e antidemocrática. Há sufrágio em todos os diretórios acadêmicos do país, e não se pode culpar um partido, o PcdoB, por ganhar eleições e dominar a UNE. Nosso sistema político é representativo e partidário, então é mais do que saudável e natural que o movimento estudantil também o seja. Claro que nem todos se sentem representados pela UNE. Marcelo Crivella e Dornelles são os senadores do Rio de Janeiro e também não me sinto representado por eles, mas eles são, de fato, por lei e democraticamente, os representantes do Rio no Senado.
Outra crítica recorrente é a de que o PcdoB “aparelharia” a UNE. Ora, essa é a que me irrita mais. Querem o quê? Que a UNE, uma entidade política, com fins políticos, contrate quadros “técnicos” para suas diretorias? Tenham dó! Se o PcdoB ganha as eleições, ele tem o direito, adquirido democraticamente, de nomear quem desejar para as funções. É um universo modesto, estudantil, deficitário. O presidente da entidade ganha salário de R$ 1.500, conforme o Globo fez questão de informar, tentando atiçar seus leitores retardados e hipócritas, que logo mandaram cartinhas comentando sobre o valor - “maior do que o salário de muitos brasileiros”. Ora, R$ 1.500 por mês é mixaria, é metade do que um ascensorista do Senado ganha. Esses lacerdinhas do Globo são, além de reacionários, tremendos muquiranas!
Para o Globo e seus missivistas idiotas o movimento estudantil bom são aqueles bobinhos de cara pintada e nariz de palhaço, se manifestando de acordo com a agendinha reacionária e malandra da grande imprensa. O PIG não engole que o movimento estudantil organizado já entendeu muito bem qual é jogo. Seria muito fácil para a UNE botar milhares de estudantes nas ruas para derrubar o Sarney. Mas para quê? Para botar quem no lugar dele? Marconi Perillo? A UNE está ligada na CPI da Petrobrás, e o Sarney, mal ou bem, é um nacionalista que sempre defendeu a Petrobrás e que agora, independente do seu passado, está apoiando o projeto popular de Lula.
Sobre o fato da UNE receber dinheiro do governo federal, eu transcrevo um trecho do editorial do Vermelho, e depois complemento:
Sim, a UNE recebe dinheiro público no governo de Lula, como nos governos de Itamar, e Goulart, e JK, e antes, desde Getúlio. É legítimo e democrático. Ilegítimo e antidemocrático é proibir a UNE, queimar sua sede, matar na tortura o seu presidente, como fez a ditadura. Ilegítimo e antidemocrático é passar oito anos na Presidência sem receber a entidade máxima dos estudantes, como fez Fernando Henrique Cardoso.
O PIG pensa que todos são idiotas. Eles partem do pressuposto de que o governo é “malvado” e que seu dinheiro é sujo, distorcendo o próprio pilar da democracia, que é o fato de governo eleito pelo povo ter legitimidade para fazer o que bem entender pelo bem do povo, desde que dentro da lei, evidentemente. Eu votei no Lula justamente porque sabia que ele, e não o PSDB, iria apoiar a UNE.
Quando o governo dá, através de incentivo fiscal, R$ 10 milhões para o Instituto FHC, não há problema, quando a Petrobrás dá R$ 3 milhões pra Fundação Roberto Marinho fazer o Memorial da UNE não há problema, quando a Petrobrás dá dinheiro para Fiesp, OAB, campeonato de surf, Fórmula 1, etc, não há problema – o problema acontece quando dá R$ 100 mil para a UNE realizar um dos maiores e mais plurais congressos de sua história, com chapas de todos os partidos, do DEM, PSDB, PMDB, PSOL, PT e PcdoB. Se as chapas de esquerda ganham, se o presidente da UNE apóia Lula, é porque eles têm essa liberdade. A UNE é uma instituição importante e tradicional na história política brasileira, que deve ser aperfeiçoada, patrocinada e defendida.
Querer que uma instituição se estruture sem financiamento público é puro cinismo. Quem daria dinheiro para a UNE? O Bradesco? A Fundação Marinho? Aliás, quero saber: a Fundação Marinho levou, conforme já disse, 3 milhões da Petrobrás para fazer um site, o Memorial da UNE – ela repassou algum royalty para a UNE? Não, não passou. A Fundação Roberto Marinho ganhou muito mais dinheiro da Petrobrás que a UNE e agora os platinados ficam tirando onda de vestais, que não recebem verba pública!
É sempre assim. O PIG e seus lacaios da blogosfera defendem furiosamente estudantes do Irã, mas os estudantes brasileiros podem ser espancados sem piedade e suas entidades representativas podem ser caluniadas e asfixiadas financeiramente. Estudante bom, para o PIG, só iraniano. Blogueiro, só serve aquela cubana que fala mal de Fidel. Twiteiro, só serve o #ForaSarney, aqueles bebedores de Toddynho alienados, ingênuos, analfabetos políticos, e oportunistas.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Cesar Tayar: Recursos contra Miguel Haddad começam a chegar no TSE
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- por Cesar Tayar, no blogue do Beduíno
Caros blogueiros. Como já era previsto, os recursos sobre as cassações de Miguel Haddad começaram a chegar no Tribunal Superior Eleitoral. O primeiro a dar entrada naquela colenda casa foi aquele do Hotel Mercure. Apenas para refrescarmos nossa memória: O então candidato Miguel Haddad encomendou uma pesquisa qualitativa para sua campanha. A empresa contratada, durante a elaboração da pesquisa, oferecia R$50 para os pesquisados dizerem que votariam em Miguel Haddad. Além disso ainda ofereciam lanches a estes pesquisados. O prefeito interino foi cassado em Jundiaí e absolvido no TRE. Agora este caso de compra de votos será julgado em Brasília. Segue abaixo o extrato da entrada do recurso no Tribunal Superior Eleitoral.
PROCESSO: AI Nº 11418 - Agravo de Instrumento UF: SP JUDICIÁRIA
MUNICÍPIO: JUNDIAÍ - SP N.° Origem: 32424
PROTOCOLO: 136392009 - 24/06/2009 12:56
AGRAVANTES: COLIGAÇÃO JUNDIAÍ QUER NOVAS IDÉIAS (PC do B/PDT/PSB/PPS)
AGRAVANTES: CRISTIANO VECCHI CASTRO LOPES
AGRAVANTES: PEDRO ANTONIO BIGARDI
Este recurso, que também já está no Tribunal Superior Eleitoral, é relativo ao caso dos vigilantes noturnos. Só para lembrarmos este fato: foi realizada uma reunião de campanha pelos vigilantes para o então candidato Miguel Haddad. Esta reunião foi convocada com papel timbrado da DIG onde, além de distrubuírem carteirinhas aos vigilantes, compareceram as autoridades da Polícia Civil e os candidatos tucanos. Segue abaixo o extrato da entrada do recurso no Tribunal Superior Eleitoral.
PROCESSO: AI Nº 11411 - Agravo de Instrumento UF: SP JUDICIÁRIA
MUNICÍPIO: JUNDIAÍ - SP N.° Origem: 2654
PROTOCOLO: 135392009 - 23/06/2009 13:03
AGRAVANTES: PEDRO ANTONIO BIGARDI
AGRAVANTES: COLIGAÇÃO JUNDIAÍ QUER NOVAS IDÉIAS (PC do B/PSB/PDT/PPS)
AGRAVANTES: CRISTIANO VECCHI CASTRO LOPES
Este recurso, que também já está no Tribunal Superior Eleitoral, é relativo ao caso da Guarda Municipal. Refrescando a memória: A Guarda Municipal foi utilizada para a filmagem do horário eleitoral gratuito dos tucanos. Participaram da filmagem, em horário de expediente, o Comandante da GM, em pessoa, Jovair Rodrigues e várias viaturas, motos e guardas. Segue abaixo o extrato da entrada do recurso no Tribunal Superior Eleitoral.
PROCESSO: AI Nº 11487 - Agravo de Instrumento UF: SP JUDICIÁRIA
MUNICÍPIO: JUNDIAÍ - SP N.° Origem: 2668
PROTOCOLO: 145932009 - 06/07/2009 16:50
AGRAVANTE: PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT) - MUNICIPAL
- por Cesar Tayar, no blogue do Beduíno
Caros blogueiros. Como já era previsto, os recursos sobre as cassações de Miguel Haddad começaram a chegar no Tribunal Superior Eleitoral. O primeiro a dar entrada naquela colenda casa foi aquele do Hotel Mercure. Apenas para refrescarmos nossa memória: O então candidato Miguel Haddad encomendou uma pesquisa qualitativa para sua campanha. A empresa contratada, durante a elaboração da pesquisa, oferecia R$50 para os pesquisados dizerem que votariam em Miguel Haddad. Além disso ainda ofereciam lanches a estes pesquisados. O prefeito interino foi cassado em Jundiaí e absolvido no TRE. Agora este caso de compra de votos será julgado em Brasília. Segue abaixo o extrato da entrada do recurso no Tribunal Superior Eleitoral.
PROCESSO: AI Nº 11418 - Agravo de Instrumento UF: SP JUDICIÁRIA
MUNICÍPIO: JUNDIAÍ - SP N.° Origem: 32424
PROTOCOLO: 136392009 - 24/06/2009 12:56
AGRAVANTES: COLIGAÇÃO JUNDIAÍ QUER NOVAS IDÉIAS (PC do B/PDT/PSB/PPS)
AGRAVANTES: CRISTIANO VECCHI CASTRO LOPES
AGRAVANTES: PEDRO ANTONIO BIGARDI
Este recurso, que também já está no Tribunal Superior Eleitoral, é relativo ao caso dos vigilantes noturnos. Só para lembrarmos este fato: foi realizada uma reunião de campanha pelos vigilantes para o então candidato Miguel Haddad. Esta reunião foi convocada com papel timbrado da DIG onde, além de distrubuírem carteirinhas aos vigilantes, compareceram as autoridades da Polícia Civil e os candidatos tucanos. Segue abaixo o extrato da entrada do recurso no Tribunal Superior Eleitoral.
PROCESSO: AI Nº 11411 - Agravo de Instrumento UF: SP JUDICIÁRIA
MUNICÍPIO: JUNDIAÍ - SP N.° Origem: 2654
PROTOCOLO: 135392009 - 23/06/2009 13:03
AGRAVANTES: PEDRO ANTONIO BIGARDI
AGRAVANTES: COLIGAÇÃO JUNDIAÍ QUER NOVAS IDÉIAS (PC do B/PSB/PDT/PPS)
AGRAVANTES: CRISTIANO VECCHI CASTRO LOPES
Este recurso, que também já está no Tribunal Superior Eleitoral, é relativo ao caso da Guarda Municipal. Refrescando a memória: A Guarda Municipal foi utilizada para a filmagem do horário eleitoral gratuito dos tucanos. Participaram da filmagem, em horário de expediente, o Comandante da GM, em pessoa, Jovair Rodrigues e várias viaturas, motos e guardas. Segue abaixo o extrato da entrada do recurso no Tribunal Superior Eleitoral.
PROCESSO: AI Nº 11487 - Agravo de Instrumento UF: SP JUDICIÁRIA
MUNICÍPIO: JUNDIAÍ - SP N.° Origem: 2668
PROTOCOLO: 145932009 - 06/07/2009 16:50
AGRAVANTE: PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT) - MUNICIPAL
sábado, 18 de julho de 2009
CPI DA PETROBRAS: O último suspiro de Serra
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O início da derrocada de Serra ocorreu simultaneamente com sua posse como novo governador de São Paulo. Oportunamente abordarei as razões desse fracasso.
- por Luis Nassif
Entenda melhor o que está por trás dessa escalada de CPIs, escândalos e tapiocas da mídia.
A candidatura José Serra naufragou. Seus eleitores ainda não sabem, seus aliados desconfiam, Serra está quase convencido, mas naufragou.
Política e economia têm pontos em comum. Algumas forças determinam o rumo do processo, que ganha uma dinâmica que a maioria das pessoas demora em perceber. Depois, torna-se quase impossível reverter, a não ser por alguma hecatombe - um grande escândalo.
O início da derrocada
O início da derrocada de Serra ocorreu simultaneamente com sua posse como novo governador de São Paulo. Oportunamente abordarei as razões desse fracasso.
Basicamente:
1. O estilo autoritário-centralizador e a falta de punch para a gestão. O Serra do Ministério da Saúde cedeu lugar a um político vazio, obcecado com a política rasteira. Seu tempo é utilizado para planejar maldades, utilizar a mão-de-gato para atingir adversários, jornalistas atacando colegas e adversários e sua tropa de choque atuando permanentemente para desestabilizar o governo.
2. Fechou-se a qualquer demanda da sociedade, de empresários, trabalhadores ou movimentos sociais.
3. Trocou programas e ideias pelo modo tradicional de fazer política: grandes gastos publicitários, obras viárias, intervenções suspeitíssimas no zoneamento municipal (comandado por Andrea Matarazzo), personalismo absurdo, a ponto de esconder o trabalho individual de cada secretário, uso de verbas da educação para agradar jornais. Ao contrário de Franco Montoro, apesar de ter alguns pesos-pesados em seu secretariado, só Serra aparece. Em vez de um estado-maior, passou a comandar um exército de cabos e sargentos em que só o general pode se pronunciar.
4. Abandonando qualquer veleidade de inovar na gestão, qual a marca de Serra? Perdeu a de bom gestor, perdeu a do sujeito aberto ao contato com linhas de pensamento diversas (que consolidou na Saúde), firmou a de um autoritário ameaçador (vide as pressões constantes sobre qualquer jornalista que ouse lhe fazer uma crítica).
5. No meio empresarial (indústria, construção civil), perdeu boa parte da base de apoio. O mercado o encara com um pé atrás. Setores industriais conseguem portas abertas para dialogar no governo federal, mas não são sequer recebidos no estadual. Há uma expectativa latente de guerra permanente com os movimentos sociais. Sobraram, para sua base de apoio, a mídia velha e alguns grandes grupos empresariais de São Paulo - mas que também (os grupos) vêem a candidatura Dilma Rousseff com bons olhos.
A rede de interesses
O PSDB já sabe que o único candidato capaz de surpreender na campanha é Aécio Neves. Deixou marca de boa gestão, mostrou espírito conciliador, tem-se apresentado como continuidade aprimorada do governo Lula - não como um governo de ruptura, imagem que pegou em Serra.
Será bem sucedido? Provavelmente não. Entre a herança autêntica de Lula - Dilma - e o genérico - Aécio - o eleitor ficará com o autêntico. Além disso, se Serra se tornou uma incógnita em relação ao financismo da economia, Aécio é uma certeza: com ele, voltaria com tudo o estilo Malan-Armínio de política econômica, momentaneamente derrotado pela crise global. Mas, em caso de qualquer desgaste maior da candidatura oficial, quem tem muito mais probabilidade de se beneficiar é Aécio, que representa o novo, não Serra, que passou a encarnar o velho.
Acontece que Serra tem três trunfos que estão amarrando o PSDB ao abraço de afogado com ele.
O primeiro, caixa fornida para bancar campanhas de aliados. O segundo, o controle da Executiva do partido. O terceiro, o apoio (até agora irrestrito) da mídia, que sonha com o salvador que, eleito, barrará a entrada de novos competidores no mercado.
Se desiste da candidatura, todos os que passaram a orbitar em torno dele terão trabalho redobrado para se recolocarem ante outro candidato. Os que deram apoio de primeira hora sempre terão a preferência.
Fica-se, então, nessa, de apelar para os escândalos como último recurso capaz de inverter a dinâmica descendente de sua candidatura. E aí sobressai o pior de Serra.
Ressuscitando o caso Lunus
Em 2002, por exemplo, a candidatura Roseana Sarney estava ganhando essa dinâmica de crescimento. Ganhara a simpatia da mídia, o mercado ainda não confiava em Serra. Mas não tinha consistência. Não havia uma base orgânica garantindo-a junto à mídia e ao eleitorado do centro-sul. E havia a herança Sarney.
Serra acionou, então, o Delegado Federal Marcelo Itagiba, procuradores de sua confiança no episódio que ficou conhecido como Caso Lunus - um flagrante sobre contribuições de campanha, fartamente divulgado pelo Jornal Nacional. Matou a candidatura Roseana. Ficou com a imagem de um chefe de KGB.
A dinâmica atual da candidatura Dilma Rousseff é muito mais sólida que a de Roseana.
1. É apoiada pelo mais popular presidente da história moderna do país.
2. Fixou imagem de boa gestora. Conquistou diversos setores empresariais colocando-se à disposição para conversas e soluções. O Plano Habitacional saiu dessas conversas.
3. Dilma avança sobre as bases empresariais de Serra, e Serra se indispôs com todos os movimentos sociais por seu estilo autoritário.
4. Grande parte dessa loucura midiática de pretender desestabilizar o governo se deve ao receio de que Dilma não tenha o mesmo comportamento pacífico de Lula quando atacada. Mas ela tem acenado para a mídia, mostrando-se disposta a uma convivência pacífica. Não se sabe até que ponto será bem sucedida, mas mostrou jogo de cintura. Já Serra, embora tenha fechado com os proprietários de grupos de mídia, tem assustado cada vez mais com sua obsessão em pedir a cabeça de jornalistas, retaliar, responder agressivamente a qualquer crítica, por mais amena que seja. Se já tinha pendores autoritários, o exercício da governança de São Paulo mexeu definitivamente com sua cabeça. No poder, não terá a bonomia de FHC ou de Lula para encarar qualquer crítica da mídia ou de outros setores da economia.
5. A grande aposta de Serra - o agravamento da crise - não se confirmou. 2010 promete ser um ano de crescimento razoável.
Com esse quadro desfavorável, decidiu-se apertar o botão vermelho da CPI da Petrobrás.
O caso Petrobras
Com a CPI da Petrobras todos perderão, especialmente a empresa. Há um vasto acervo de escândalos escondidos do governo FHC, da passagem de Joel Rennó na presidência, aos gastos de marketing especialmente no período final do governo FHC.
Todos esses fatos foram escondidos devido ao acordo celebrado entre FHC e José Dirceu, visando garantir a governabilidade para Lula no início de seu governo. A um escândalo, real ou imaginário, aqui se devolverá um escândalo lá. A mídia perdeu o monopólio da escandalização. Até que grau de fervura ambos os lados suportarão? Lá sei eu.
O que dá para prever é que essa guerra poderá impor perdas para o governo; mas não haverá a menor possibilidade de Serra se beneficiar. Apenas consolidará a convicção de que, com ele presidente, se terá um país conflagrado.
Dependendo da CPI da Petrobras, aguarde nos próximos meses uma virada gradual da mídia e de seus aliados em direção a Aécio.
O início da derrocada de Serra ocorreu simultaneamente com sua posse como novo governador de São Paulo. Oportunamente abordarei as razões desse fracasso.
- por Luis Nassif
Entenda melhor o que está por trás dessa escalada de CPIs, escândalos e tapiocas da mídia.
A candidatura José Serra naufragou. Seus eleitores ainda não sabem, seus aliados desconfiam, Serra está quase convencido, mas naufragou.
Política e economia têm pontos em comum. Algumas forças determinam o rumo do processo, que ganha uma dinâmica que a maioria das pessoas demora em perceber. Depois, torna-se quase impossível reverter, a não ser por alguma hecatombe - um grande escândalo.
O início da derrocada
O início da derrocada de Serra ocorreu simultaneamente com sua posse como novo governador de São Paulo. Oportunamente abordarei as razões desse fracasso.
Basicamente:
1. O estilo autoritário-centralizador e a falta de punch para a gestão. O Serra do Ministério da Saúde cedeu lugar a um político vazio, obcecado com a política rasteira. Seu tempo é utilizado para planejar maldades, utilizar a mão-de-gato para atingir adversários, jornalistas atacando colegas e adversários e sua tropa de choque atuando permanentemente para desestabilizar o governo.
2. Fechou-se a qualquer demanda da sociedade, de empresários, trabalhadores ou movimentos sociais.
3. Trocou programas e ideias pelo modo tradicional de fazer política: grandes gastos publicitários, obras viárias, intervenções suspeitíssimas no zoneamento municipal (comandado por Andrea Matarazzo), personalismo absurdo, a ponto de esconder o trabalho individual de cada secretário, uso de verbas da educação para agradar jornais. Ao contrário de Franco Montoro, apesar de ter alguns pesos-pesados em seu secretariado, só Serra aparece. Em vez de um estado-maior, passou a comandar um exército de cabos e sargentos em que só o general pode se pronunciar.
4. Abandonando qualquer veleidade de inovar na gestão, qual a marca de Serra? Perdeu a de bom gestor, perdeu a do sujeito aberto ao contato com linhas de pensamento diversas (que consolidou na Saúde), firmou a de um autoritário ameaçador (vide as pressões constantes sobre qualquer jornalista que ouse lhe fazer uma crítica).
5. No meio empresarial (indústria, construção civil), perdeu boa parte da base de apoio. O mercado o encara com um pé atrás. Setores industriais conseguem portas abertas para dialogar no governo federal, mas não são sequer recebidos no estadual. Há uma expectativa latente de guerra permanente com os movimentos sociais. Sobraram, para sua base de apoio, a mídia velha e alguns grandes grupos empresariais de São Paulo - mas que também (os grupos) vêem a candidatura Dilma Rousseff com bons olhos.
A rede de interesses
O PSDB já sabe que o único candidato capaz de surpreender na campanha é Aécio Neves. Deixou marca de boa gestão, mostrou espírito conciliador, tem-se apresentado como continuidade aprimorada do governo Lula - não como um governo de ruptura, imagem que pegou em Serra.
Será bem sucedido? Provavelmente não. Entre a herança autêntica de Lula - Dilma - e o genérico - Aécio - o eleitor ficará com o autêntico. Além disso, se Serra se tornou uma incógnita em relação ao financismo da economia, Aécio é uma certeza: com ele, voltaria com tudo o estilo Malan-Armínio de política econômica, momentaneamente derrotado pela crise global. Mas, em caso de qualquer desgaste maior da candidatura oficial, quem tem muito mais probabilidade de se beneficiar é Aécio, que representa o novo, não Serra, que passou a encarnar o velho.
Acontece que Serra tem três trunfos que estão amarrando o PSDB ao abraço de afogado com ele.
O primeiro, caixa fornida para bancar campanhas de aliados. O segundo, o controle da Executiva do partido. O terceiro, o apoio (até agora irrestrito) da mídia, que sonha com o salvador que, eleito, barrará a entrada de novos competidores no mercado.
Se desiste da candidatura, todos os que passaram a orbitar em torno dele terão trabalho redobrado para se recolocarem ante outro candidato. Os que deram apoio de primeira hora sempre terão a preferência.
Fica-se, então, nessa, de apelar para os escândalos como último recurso capaz de inverter a dinâmica descendente de sua candidatura. E aí sobressai o pior de Serra.
Ressuscitando o caso Lunus
Em 2002, por exemplo, a candidatura Roseana Sarney estava ganhando essa dinâmica de crescimento. Ganhara a simpatia da mídia, o mercado ainda não confiava em Serra. Mas não tinha consistência. Não havia uma base orgânica garantindo-a junto à mídia e ao eleitorado do centro-sul. E havia a herança Sarney.
Serra acionou, então, o Delegado Federal Marcelo Itagiba, procuradores de sua confiança no episódio que ficou conhecido como Caso Lunus - um flagrante sobre contribuições de campanha, fartamente divulgado pelo Jornal Nacional. Matou a candidatura Roseana. Ficou com a imagem de um chefe de KGB.
A dinâmica atual da candidatura Dilma Rousseff é muito mais sólida que a de Roseana.
1. É apoiada pelo mais popular presidente da história moderna do país.
2. Fixou imagem de boa gestora. Conquistou diversos setores empresariais colocando-se à disposição para conversas e soluções. O Plano Habitacional saiu dessas conversas.
3. Dilma avança sobre as bases empresariais de Serra, e Serra se indispôs com todos os movimentos sociais por seu estilo autoritário.
4. Grande parte dessa loucura midiática de pretender desestabilizar o governo se deve ao receio de que Dilma não tenha o mesmo comportamento pacífico de Lula quando atacada. Mas ela tem acenado para a mídia, mostrando-se disposta a uma convivência pacífica. Não se sabe até que ponto será bem sucedida, mas mostrou jogo de cintura. Já Serra, embora tenha fechado com os proprietários de grupos de mídia, tem assustado cada vez mais com sua obsessão em pedir a cabeça de jornalistas, retaliar, responder agressivamente a qualquer crítica, por mais amena que seja. Se já tinha pendores autoritários, o exercício da governança de São Paulo mexeu definitivamente com sua cabeça. No poder, não terá a bonomia de FHC ou de Lula para encarar qualquer crítica da mídia ou de outros setores da economia.
5. A grande aposta de Serra - o agravamento da crise - não se confirmou. 2010 promete ser um ano de crescimento razoável.
Com esse quadro desfavorável, decidiu-se apertar o botão vermelho da CPI da Petrobrás.
O caso Petrobras
Com a CPI da Petrobras todos perderão, especialmente a empresa. Há um vasto acervo de escândalos escondidos do governo FHC, da passagem de Joel Rennó na presidência, aos gastos de marketing especialmente no período final do governo FHC.
Todos esses fatos foram escondidos devido ao acordo celebrado entre FHC e José Dirceu, visando garantir a governabilidade para Lula no início de seu governo. A um escândalo, real ou imaginário, aqui se devolverá um escândalo lá. A mídia perdeu o monopólio da escandalização. Até que grau de fervura ambos os lados suportarão? Lá sei eu.
O que dá para prever é que essa guerra poderá impor perdas para o governo; mas não haverá a menor possibilidade de Serra se beneficiar. Apenas consolidará a convicção de que, com ele presidente, se terá um país conflagrado.
Dependendo da CPI da Petrobras, aguarde nos próximos meses uma virada gradual da mídia e de seus aliados em direção a Aécio.
terça-feira, 14 de julho de 2009
PCdoB em processo de expansão conquista novos filiados em Mairiporã
- por Juliana Lacerda
O Partido Comunista do Brasil intensifica o processo de ampliação de sua base regional, através da coordenação da Macro Região de Jundiaí, e no dia 10 de julho o Presidente do PCdoB/Jundiaí, Tércio Marinho e assessor do Deputado Estadual Pedro Bigardi, participou de reunião realizada na sede da AMAG (Associação dos Moradores e Amigos do Gibion), estiveram presentes Antonio Abel Gonçalves (Presidente da AMAG e Membro do Conselho Fiscal do SINTECT-SP), Pedro Paulo Santana (Vice-Presidente da AMAG), Joyce Renata (Vice-Presidente da AMAG), na Geni Saldanha dos Santos Silva(Vice-Presidente do PCdoB/Mairiporã e Membro da Coordenação da UBM (União Brasileira de Mulheres), Douglas Favareto (Diretor do PCdoB/Jundiaí), filiados e moradores da região para discutirem processo de filiação, planos e projetos relacionados à organização partidária, eleições 2010 e a próxima eleição municipal.
Tércio destacou que em recente contato com Chiquinho (Pres. PCdoB/Mairiporã), ambos concordaram que é necessário ampliar a direção do partido na cidade, convocar a conferência municipal para breve, promover a discussão de projetos de desenvolvimento do bairro e seus arredores, desenvolver um projeto de comunicação para o partido, intensificar a busca por novas filiações com o intuito de fortalecer ainda mais essa corrente política na cidade de Mairiporã.
Durante o encontro muitas pessoas manifestaram interesse em ingressar no PCdoB, após conhecerem a ideologia do partido, projetos e propostas que foram expostos por Tércio, que ainda destacou o crescimento do partido na região e chamou atenção dos presentes para se esforçarem no sentido de estimular a participação dos jovens, e especialmente das mulheres na política.
Ao final Tércio considerou a reunião importantíssima para o projeto do PCdoB, agradeceu a todos e especialmente Abel e Paulo pelo interesse demonstrado ao se aproximarem do partido, e reconheceu que o PCdoB deu um passo importante rumo à ampliação do seu projeto na cidade.
Fundado em 1922, o PC do B (Partido Comunista do Brasil), é o partido mais antigo do Brasil, e sua ideologia é inspirada nas teorias científicas de Marx, Engels e Lênin. O partido adota o princípio básico da organização no “centralismo democrático: a submissão da minoria à maioria, a unidade de ação e a direção coletiva”, e almeja que o Brasil seja um país socialista, legitimamente democrático e soberano. Ser comunista significa a busca por mudanças e melhorias das condições de vida e trabalho abrangendo todas as classes sociais interessadas na transformação da sociedade. “Militar no PC do B é fundamental, é a ação política consciente, coletiva e organizada para a construção de uma nova sociedade, digna, justa e socialista”. Fonte: www.vermelho.org.br
O Partido Comunista do Brasil intensifica o processo de ampliação de sua base regional, através da coordenação da Macro Região de Jundiaí, e no dia 10 de julho o Presidente do PCdoB/Jundiaí, Tércio Marinho e assessor do Deputado Estadual Pedro Bigardi, participou de reunião realizada na sede da AMAG (Associação dos Moradores e Amigos do Gibion), estiveram presentes Antonio Abel Gonçalves (Presidente da AMAG e Membro do Conselho Fiscal do SINTECT-SP), Pedro Paulo Santana (Vice-Presidente da AMAG), Joyce Renata (Vice-Presidente da AMAG), na Geni Saldanha dos Santos Silva(Vice-Presidente do PCdoB/Mairiporã e Membro da Coordenação da UBM (União Brasileira de Mulheres), Douglas Favareto (Diretor do PCdoB/Jundiaí), filiados e moradores da região para discutirem processo de filiação, planos e projetos relacionados à organização partidária, eleições 2010 e a próxima eleição municipal.
Tércio destacou que em recente contato com Chiquinho (Pres. PCdoB/Mairiporã), ambos concordaram que é necessário ampliar a direção do partido na cidade, convocar a conferência municipal para breve, promover a discussão de projetos de desenvolvimento do bairro e seus arredores, desenvolver um projeto de comunicação para o partido, intensificar a busca por novas filiações com o intuito de fortalecer ainda mais essa corrente política na cidade de Mairiporã.
Durante o encontro muitas pessoas manifestaram interesse em ingressar no PCdoB, após conhecerem a ideologia do partido, projetos e propostas que foram expostos por Tércio, que ainda destacou o crescimento do partido na região e chamou atenção dos presentes para se esforçarem no sentido de estimular a participação dos jovens, e especialmente das mulheres na política.
Ao final Tércio considerou a reunião importantíssima para o projeto do PCdoB, agradeceu a todos e especialmente Abel e Paulo pelo interesse demonstrado ao se aproximarem do partido, e reconheceu que o PCdoB deu um passo importante rumo à ampliação do seu projeto na cidade.
Fundado em 1922, o PC do B (Partido Comunista do Brasil), é o partido mais antigo do Brasil, e sua ideologia é inspirada nas teorias científicas de Marx, Engels e Lênin. O partido adota o princípio básico da organização no “centralismo democrático: a submissão da minoria à maioria, a unidade de ação e a direção coletiva”, e almeja que o Brasil seja um país socialista, legitimamente democrático e soberano. Ser comunista significa a busca por mudanças e melhorias das condições de vida e trabalho abrangendo todas as classes sociais interessadas na transformação da sociedade. “Militar no PC do B é fundamental, é a ação política consciente, coletiva e organizada para a construção de uma nova sociedade, digna, justa e socialista”. Fonte: www.vermelho.org.br
Altamiro Borges: Lançado o livro “A ditadura da mídia”
- por Altamiro Borges
A mídia hegemônica vive um paradoxo. Ela nunca foi tão poderosa no mundo e no Brasil, em decorrência dos avanços tecnológicos nos ramos das comunicações e das telecomunicações, do intenso processo de concentração e monopolização do setor nas últimas décadas e da criminosa desregulamentação do mercado que a deixou livre de qualquer controle público. Atualmente, ela exerce a sua brutal ditadura midiática, manipulando informações e deturpando comportamentos. Na crise de hegemonia dos partidos burgueses, a mídia hegemônica confirma uma velha tese do revolucionário italiano Antonio Gramsci e transforma-se num verdadeiro “partido do capital”.
Por outro lado, ela nunca esteve tão vulnerável e sofreu tantos questionamentos da sociedade. No mundo todo, cresce a resistência ao poder manipulador da mídia, expresso nas mentiras ditadas pela CNN e Fox para justificar a invasão dos EUA no Iraque, na sua ação golpista na Venezuela ou na cobertura tendenciosa de inúmeros processos eleitorais. Alguns governantes, respaldados pelas urnas, decidem enfrentar, com formas e ritmos diferentes, esse poder que se coloca acima do Estado de Direito. Na América Latina rebelde, as mudanças no setor são as mais sensíveis.
No caso do Brasil, a mídia controlada por meia dúzia de famílias também esbanja poder, mas dá vários sinais de fragilidade. Na acirrada disputa sucessória de 2006, o bombardeio midiático não conseguiu induzir o povo ao retrocesso político. Pesquisas recentes apontam queda de audiência da poderosa TV Globo e da tiragem de jornalões tradicionais. O governo Lula, com todas as suas vacilações, adota medidas para se contrapor à ditadura midiática, como a criação da TV Brasil e a convocação da primeira Conferência Nacional de Comunicação.
Este quadro, com seus paradoxos, coloca em novo patamar a luta pela democratização da mídia e pelo fortalecimento de meios alternativos, contra-hegemônicos, de informação. Este desafio se tornou estratégico. Sem enfrentar a ditadura midiática não haverá avanços na democracia, nas lutas dos trabalhadores por uma vida mais digna, na batalha histórica pela superação da barbárie capitalista e nem mesmo na construção do socialismo. Aos poucos, os partidos de esquerda e os movimentos sociais percebem que esta luta estratégica exige o reforço dos veículos alternativos, a denúncia da mídia burguesa e uma plataforma pela efetiva democratização da comunicação.
O livro A ditadura da mídia tem o modesto objetivo de contribuir com este debate. Não é uma obra acadêmica, mas uma peça de denúncia política. Ela não é neutra nem imparcial, mas visa desmascarar o nefasto poder da mídia hegemônica e formular propostas para a democratização dos meios de comunicação. O livro foi prefaciado pelo professor Venício A. de Lima, um dos maiores especialista no tema no país, e apresenta também um comentário do jornalista Laurindo Lalo Leal Filho, ouvidor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Ele reúne cinco capítulos:
1- Poder mundial a serviço do capital e das guerras;
2- A mídia na berlinda na América Latina rebelde;
3- Concentração sui generis e os donos da mídia no Brasil;
4- De Getúlio a Lula, histórias da manipulação da imprensa;
5- Outra mídia é urgente: as brechas da democratização.
O exemplar custa R$ 20,00. Na venda de cotas para entidades (acima de 50 exemplares), o valor unitário é de R$ 10,00. Para adquirir sua cota, escreva para: aaborges1@uol.com.br.
A mídia hegemônica vive um paradoxo. Ela nunca foi tão poderosa no mundo e no Brasil, em decorrência dos avanços tecnológicos nos ramos das comunicações e das telecomunicações, do intenso processo de concentração e monopolização do setor nas últimas décadas e da criminosa desregulamentação do mercado que a deixou livre de qualquer controle público. Atualmente, ela exerce a sua brutal ditadura midiática, manipulando informações e deturpando comportamentos. Na crise de hegemonia dos partidos burgueses, a mídia hegemônica confirma uma velha tese do revolucionário italiano Antonio Gramsci e transforma-se num verdadeiro “partido do capital”.
Por outro lado, ela nunca esteve tão vulnerável e sofreu tantos questionamentos da sociedade. No mundo todo, cresce a resistência ao poder manipulador da mídia, expresso nas mentiras ditadas pela CNN e Fox para justificar a invasão dos EUA no Iraque, na sua ação golpista na Venezuela ou na cobertura tendenciosa de inúmeros processos eleitorais. Alguns governantes, respaldados pelas urnas, decidem enfrentar, com formas e ritmos diferentes, esse poder que se coloca acima do Estado de Direito. Na América Latina rebelde, as mudanças no setor são as mais sensíveis.
No caso do Brasil, a mídia controlada por meia dúzia de famílias também esbanja poder, mas dá vários sinais de fragilidade. Na acirrada disputa sucessória de 2006, o bombardeio midiático não conseguiu induzir o povo ao retrocesso político. Pesquisas recentes apontam queda de audiência da poderosa TV Globo e da tiragem de jornalões tradicionais. O governo Lula, com todas as suas vacilações, adota medidas para se contrapor à ditadura midiática, como a criação da TV Brasil e a convocação da primeira Conferência Nacional de Comunicação.
Este quadro, com seus paradoxos, coloca em novo patamar a luta pela democratização da mídia e pelo fortalecimento de meios alternativos, contra-hegemônicos, de informação. Este desafio se tornou estratégico. Sem enfrentar a ditadura midiática não haverá avanços na democracia, nas lutas dos trabalhadores por uma vida mais digna, na batalha histórica pela superação da barbárie capitalista e nem mesmo na construção do socialismo. Aos poucos, os partidos de esquerda e os movimentos sociais percebem que esta luta estratégica exige o reforço dos veículos alternativos, a denúncia da mídia burguesa e uma plataforma pela efetiva democratização da comunicação.
O livro A ditadura da mídia tem o modesto objetivo de contribuir com este debate. Não é uma obra acadêmica, mas uma peça de denúncia política. Ela não é neutra nem imparcial, mas visa desmascarar o nefasto poder da mídia hegemônica e formular propostas para a democratização dos meios de comunicação. O livro foi prefaciado pelo professor Venício A. de Lima, um dos maiores especialista no tema no país, e apresenta também um comentário do jornalista Laurindo Lalo Leal Filho, ouvidor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Ele reúne cinco capítulos:
1- Poder mundial a serviço do capital e das guerras;
2- A mídia na berlinda na América Latina rebelde;
3- Concentração sui generis e os donos da mídia no Brasil;
4- De Getúlio a Lula, histórias da manipulação da imprensa;
5- Outra mídia é urgente: as brechas da democratização.
O exemplar custa R$ 20,00. Na venda de cotas para entidades (acima de 50 exemplares), o valor unitário é de R$ 10,00. Para adquirir sua cota, escreva para: aaborges1@uol.com.br.
Enquete: Qual é o melhor nome para derrotar o PSDB ao governo do Estado de São Paulo?
- Aldo Rebelo (PCdoB) 7 (33%)
- Mercadante (PT) 0 (0%)
- Ciro Gomes (PSB) 12 (57%)
- Marta Suplicy (PT) 1 (4%)
- Dr. Hélio (PDT) 0 (0%)
- Orlando Silva (PCdoB) 0 (0%)
- Outro 1 (4%)
Total de votos: 21
- Mercadante (PT) 0 (0%)
- Ciro Gomes (PSB) 12 (57%)
- Marta Suplicy (PT) 1 (4%)
- Dr. Hélio (PDT) 0 (0%)
- Orlando Silva (PCdoB) 0 (0%)
- Outro 1 (4%)
Total de votos: 21
domingo, 12 de julho de 2009
Santayana: A CPI da Petrobrás golpeará os que a promovem
.
- por Mauro Santayana, no JB
O governo decidiu aceitar a instalação da CPI da Petrobras. Poderia tê-lo feito antes, uma vez que dispõe de maioria no Senado. Agira com prudência, ao tentar impedi-la, porque a Petrobras – a maior empresa brasileira, e uma das maiores do mundo – tem as suas ações negociadas nas bolsas internacionais, e qualquer suspeita sobre suas atividades lhe acarretará danos. Duas devem ter sido as razões principais que orientaram o Planalto a solicitar a instalação do colégio investigador. Diante da crise na Câmara Alta, é melhor que a instituição saia do círculo de giz, e passe a atuar, ainda que por iniciativa da oposição e contra o próprio governo, e o presidente confia na lisura das atividades da empresa.
Além disso, as principais figuras da oposição se encontram enodoadas com os escândalos. Se o Senado se encontra desmoralizado diante da opinião pública – e é inegável que assim está – situação e oposição se acham sob a mesma tacha. Escapam, como tantos já constataram, algumas poucas ovelhas, em rebanho enegrecido pelas cinzas da corrupção. As circunstâncias fecham com escolhos o trajeto da CPI. Dificilmente as suas sessões serão acompanhadas pelo interesse da cidadania, cansada dos mesmos comediantes de sempre.
A Petrobras, com todos os seus êxitos, vale mais como símbolo da obstinação brasileira do que pelos seus resultados econômicos, por maiores eles sejam. Suas imensas receitas, que nos ajudaram a vencer as duras dificuldades do subdesenvolvimento, revelam a inteligência de nossos geólogos, engenheiros de minas, engenheiros mecânicos e trabalhadores comuns. Essa massa de pesquisadores e inventores não se reuniria, sem que a precedessem os atos políticos de brasileiros comuns, entre eles intelectuais e jornalistas, como Monteiro Lobato, Gondim da Fonseca, Domingos Velasco e Mattos Pimenta, Joel Silveira, Barbosa Lima, Oscar Niemeyer e muitos outros.
Os mais jovens não sabem o que é um povo sem petróleo. Durante muito tempo comprávamos, dos Estados Unidos, a gasolina a conta-gotas, e mantínhamos estoques de curta duração. A energia sempre foi arma estratégica. A partir do momento em que a gasolina servia de suporte a uma forma de vida – também ela importada do Norte – dela não poderíamos prescindir. Se houvesse, por acaso, uma guerra em que o Brasil se envolvesse com qualquer vizinho, bastaria aos norte-americanos fechar o nosso suprimento e favorecer o inimigo. Pouco a pouco, fomos construindo pequenas refinarias, mas sempre dependíamos do petróleo bruto, e esse estava sob o controle das sete irmãs. Temos a acrescentar que a iluminação elétrica era luxo de algumas cidades. A iluminação das casas, no vasto interior, quando não se fazia com o óleo de mamona, dependia do querosene Jacaré, produzido, importado e distribuído em latas de 20 litros pela Standard Oil. Nos morros do Rio de Janeiro e nos subúrbios das cidades maiores do resto do país, as lamparinas se alimentavam desse combustível.
Impingiram-nos a ideia de que no Brasil não havia petróleo. Os gases emanavam de fendas no solo, aqui e ali, e, de alguns poços pioneiros – como o de Lobato, na Bahia – ele chegou a jorrar com timidez, mas, segundo alguns, não tínhamos o óleo. Havia petróleo na Argentina, na Bolívia, no Paraguai, na Venezuela, na Colômbia, no Peru – não em nosso solo.
A criação da Petrobras custou o suor e o sangue de muitos brasileiros. Podemos encontrar dezenas de explicações para a morte de Getúlio, em agosto de 1954, todas marcadas pelo petróleo. A sanção da lei que criara a empresa, em outubro do ano anterior, enfrentou a reação orquestrada da grande imprensa, a serviço dos interesses externos. Vargas só contava com os trabalhadores e com os estudantes, que não dispunham do poder de mobilizar os militares, como fizeram Lacerda e outros. A Petrobras, que afrontou todas as dificuldades para consolidar-se, foi recentemente mutilada pelo governo tucano, que rompeu o monopólio estatal e abriu seu capital aos estrangeiros. A iniciativa da CPI, à parte o interesse em desestabilizar o governo, visa a favorecer a entrega do petróleo do pré-sal a empresas multinacionais. Se existem irregularidades na Petrobras, há como identificá-las e saná-las, mediante os organismos oficiais de controle, como o TCU, a CGU e o Ministério Público – com rigor, e sem espetáculo.
A CPI da Petrobras provavelmente terá o percurso de um bumerangue: golpeará os que a promovem.
- por Mauro Santayana, no JB
O governo decidiu aceitar a instalação da CPI da Petrobras. Poderia tê-lo feito antes, uma vez que dispõe de maioria no Senado. Agira com prudência, ao tentar impedi-la, porque a Petrobras – a maior empresa brasileira, e uma das maiores do mundo – tem as suas ações negociadas nas bolsas internacionais, e qualquer suspeita sobre suas atividades lhe acarretará danos. Duas devem ter sido as razões principais que orientaram o Planalto a solicitar a instalação do colégio investigador. Diante da crise na Câmara Alta, é melhor que a instituição saia do círculo de giz, e passe a atuar, ainda que por iniciativa da oposição e contra o próprio governo, e o presidente confia na lisura das atividades da empresa.
Além disso, as principais figuras da oposição se encontram enodoadas com os escândalos. Se o Senado se encontra desmoralizado diante da opinião pública – e é inegável que assim está – situação e oposição se acham sob a mesma tacha. Escapam, como tantos já constataram, algumas poucas ovelhas, em rebanho enegrecido pelas cinzas da corrupção. As circunstâncias fecham com escolhos o trajeto da CPI. Dificilmente as suas sessões serão acompanhadas pelo interesse da cidadania, cansada dos mesmos comediantes de sempre.
A Petrobras, com todos os seus êxitos, vale mais como símbolo da obstinação brasileira do que pelos seus resultados econômicos, por maiores eles sejam. Suas imensas receitas, que nos ajudaram a vencer as duras dificuldades do subdesenvolvimento, revelam a inteligência de nossos geólogos, engenheiros de minas, engenheiros mecânicos e trabalhadores comuns. Essa massa de pesquisadores e inventores não se reuniria, sem que a precedessem os atos políticos de brasileiros comuns, entre eles intelectuais e jornalistas, como Monteiro Lobato, Gondim da Fonseca, Domingos Velasco e Mattos Pimenta, Joel Silveira, Barbosa Lima, Oscar Niemeyer e muitos outros.
Os mais jovens não sabem o que é um povo sem petróleo. Durante muito tempo comprávamos, dos Estados Unidos, a gasolina a conta-gotas, e mantínhamos estoques de curta duração. A energia sempre foi arma estratégica. A partir do momento em que a gasolina servia de suporte a uma forma de vida – também ela importada do Norte – dela não poderíamos prescindir. Se houvesse, por acaso, uma guerra em que o Brasil se envolvesse com qualquer vizinho, bastaria aos norte-americanos fechar o nosso suprimento e favorecer o inimigo. Pouco a pouco, fomos construindo pequenas refinarias, mas sempre dependíamos do petróleo bruto, e esse estava sob o controle das sete irmãs. Temos a acrescentar que a iluminação elétrica era luxo de algumas cidades. A iluminação das casas, no vasto interior, quando não se fazia com o óleo de mamona, dependia do querosene Jacaré, produzido, importado e distribuído em latas de 20 litros pela Standard Oil. Nos morros do Rio de Janeiro e nos subúrbios das cidades maiores do resto do país, as lamparinas se alimentavam desse combustível.
Impingiram-nos a ideia de que no Brasil não havia petróleo. Os gases emanavam de fendas no solo, aqui e ali, e, de alguns poços pioneiros – como o de Lobato, na Bahia – ele chegou a jorrar com timidez, mas, segundo alguns, não tínhamos o óleo. Havia petróleo na Argentina, na Bolívia, no Paraguai, na Venezuela, na Colômbia, no Peru – não em nosso solo.
A criação da Petrobras custou o suor e o sangue de muitos brasileiros. Podemos encontrar dezenas de explicações para a morte de Getúlio, em agosto de 1954, todas marcadas pelo petróleo. A sanção da lei que criara a empresa, em outubro do ano anterior, enfrentou a reação orquestrada da grande imprensa, a serviço dos interesses externos. Vargas só contava com os trabalhadores e com os estudantes, que não dispunham do poder de mobilizar os militares, como fizeram Lacerda e outros. A Petrobras, que afrontou todas as dificuldades para consolidar-se, foi recentemente mutilada pelo governo tucano, que rompeu o monopólio estatal e abriu seu capital aos estrangeiros. A iniciativa da CPI, à parte o interesse em desestabilizar o governo, visa a favorecer a entrega do petróleo do pré-sal a empresas multinacionais. Se existem irregularidades na Petrobras, há como identificá-las e saná-las, mediante os organismos oficiais de controle, como o TCU, a CGU e o Ministério Público – com rigor, e sem espetáculo.
A CPI da Petrobras provavelmente terá o percurso de um bumerangue: golpeará os que a promovem.
sábado, 11 de julho de 2009
Luis Nassif: O Blog da mídia
.
A questão central, o paradoxo engraçado, é que se o Senado se tornar transparente, se se moralizar, se abrir suas contas, o país ganha e a mídia perde. O poder da mídia reside na falta de transparência da sociedade. É o que permite a ela se tornar “dona” da informação, selecionando as que melhor lhe convem. É por isso que todas as campanhas midiáticas visam pessoas e escândalos pontuais - levantados de acordo com as conveniências do momento - e não mudanças capazes de impedir a perpetuação do erro.
- por Luis Nassif (http://colunistas.ig.com.br)
Sarney é Sarney desde que entrou na política. O que armou e aprontou depois de deixar a presidência é de conhecimento público e estava ao alcance da mídia desde as primeiras aventuras, ainda mais se tratando de um ex-presidente - o que justificaria o interesse jornalístico.
Nada se fez durante vinte anos. Permitiram-se abusos no Amapá, no Maranhão, permitiram que sua influência abatesse governadores eleitos, derrubados por motivos menores. Os ecos de suas aventuras rodavam todas as redações, desde as estripulias de Jorge Murad e Saulo Ramos, no seu governo, à ligação permanente com Edemar Cid Ferreira ou o escândalo da Cemar.
Mesmo assim, durante décadas mereceu todo o cuidado por parte da imprensa, e um carinho e proteção especial da Folha. O Otavinho sabe a razão.
Esse tiroteio infindável contra ele, agora, não tem razões nobres. A mídia faz o mesmo que em todos os momentos anteriores da vida nacional. Cria o clima, levanta a bola de quem quiser se apresentar e vai gerando fatos, tirando os escândalos da gôndola do supermercado e mandando bala.
Os verdugos de Collor apareceram na CPI das Empreiteiras. O Catão de hoje é o mandrião de amanhã. E, em todos os momentos, apenas são peças que servem ao jogo de poder da mídia. O Catão do momento, para se ter uma ideia desse jogo limpo e asséptico, é Arthur Virgílio, ator tão completo que é capaz de se escandalizar com aquilo que ele mesmo pratica.
Esse é o ponto central. Hoje em dia o maior poder do país de chama mídia. Ela é a única capaz de intimidar o Judiciário, o Executivo, assassinar reputações. O caso da Veja foi apenas uma amostra desse jogo. Juízes que se colocam contra, desembargadores, ministros, políticos, são fuzilados inapelavelmente. Não havia limites para esse poder, até o florescimento de novas mídias. O caso Satiagraha um retrato acabado da impunidade no grande jogo de informações acoplado a negócios.
Nesses anos todos, bastava uma fonte não se mostrar de boa vontade para com a mídia para ser fuzilada com adjetivos ou com factóides. Nem se fale dos interesses maiores, expostos agora nesse lamaçal em que se tornou o gasto com Educação de diversos estados - que passaram a adquirir maciçamente material de editoras jornalísticas como compra de proteção.
A questão central, o paradoxo engraçado, é que se o Senado se tornar transparente, se se moralizar, se abrir suas contas, o país ganha e a mídia perde. O poder da mídia reside na falta de transparência da sociedade. É o que permite a ela se tornar “dona” da informação, selecionando as que melhor lhe convem. É por isso que todas as campanhas midiáticas visam pessoas e escândalos pontuais - levantados de acordo com as conveniências do momento - e não mudanças capazes de impedir a perpetuação do erro.
Qual seria o poder da mídia em ambientes transparentes, onde não desse para armazenar escândalos e utilizá-los em benefício do seu jogo político particular? Qual seria o poder se, de repente, instituições assumissem seus erros mas enfrentassem a mídia sem medo?
O caso Petrobras é emblemático e cria uma dinâmica fantástica, no bojo da Internet.
Com seu Blog, a Petrobras se amarrou a um compromisso: o de não mais deixar perguntas sem respostas. Internamente, significará o fim dos feudos, a obrigação de todos os departamentos de fornecer a informação solicitada.
Esse modelo vai se expandir, se expandir até chegar na mídia. É inexorável. Quando chegar, alguns grupos jornalísticos terão condições de abrir o jogo, de responder às dúvidas dos leitores?
A história está prenhe de Catões que, no momento seguinte, entraram na alça de mira da opinião pública. E não haverá como, em um futuro próximo, essa lufada de transparência da era da informação, chegar à mídia.
Aí cada jornal terá que criar seu Blog, não apenas para discutir suas matérias, mas seus interesses empresariais ou políticos por trás de cada campanha.
A questão central, o paradoxo engraçado, é que se o Senado se tornar transparente, se se moralizar, se abrir suas contas, o país ganha e a mídia perde. O poder da mídia reside na falta de transparência da sociedade. É o que permite a ela se tornar “dona” da informação, selecionando as que melhor lhe convem. É por isso que todas as campanhas midiáticas visam pessoas e escândalos pontuais - levantados de acordo com as conveniências do momento - e não mudanças capazes de impedir a perpetuação do erro.
- por Luis Nassif (http://colunistas.ig.com.br)
Sarney é Sarney desde que entrou na política. O que armou e aprontou depois de deixar a presidência é de conhecimento público e estava ao alcance da mídia desde as primeiras aventuras, ainda mais se tratando de um ex-presidente - o que justificaria o interesse jornalístico.
Nada se fez durante vinte anos. Permitiram-se abusos no Amapá, no Maranhão, permitiram que sua influência abatesse governadores eleitos, derrubados por motivos menores. Os ecos de suas aventuras rodavam todas as redações, desde as estripulias de Jorge Murad e Saulo Ramos, no seu governo, à ligação permanente com Edemar Cid Ferreira ou o escândalo da Cemar.
Mesmo assim, durante décadas mereceu todo o cuidado por parte da imprensa, e um carinho e proteção especial da Folha. O Otavinho sabe a razão.
Esse tiroteio infindável contra ele, agora, não tem razões nobres. A mídia faz o mesmo que em todos os momentos anteriores da vida nacional. Cria o clima, levanta a bola de quem quiser se apresentar e vai gerando fatos, tirando os escândalos da gôndola do supermercado e mandando bala.
Os verdugos de Collor apareceram na CPI das Empreiteiras. O Catão de hoje é o mandrião de amanhã. E, em todos os momentos, apenas são peças que servem ao jogo de poder da mídia. O Catão do momento, para se ter uma ideia desse jogo limpo e asséptico, é Arthur Virgílio, ator tão completo que é capaz de se escandalizar com aquilo que ele mesmo pratica.
Esse é o ponto central. Hoje em dia o maior poder do país de chama mídia. Ela é a única capaz de intimidar o Judiciário, o Executivo, assassinar reputações. O caso da Veja foi apenas uma amostra desse jogo. Juízes que se colocam contra, desembargadores, ministros, políticos, são fuzilados inapelavelmente. Não havia limites para esse poder, até o florescimento de novas mídias. O caso Satiagraha um retrato acabado da impunidade no grande jogo de informações acoplado a negócios.
Nesses anos todos, bastava uma fonte não se mostrar de boa vontade para com a mídia para ser fuzilada com adjetivos ou com factóides. Nem se fale dos interesses maiores, expostos agora nesse lamaçal em que se tornou o gasto com Educação de diversos estados - que passaram a adquirir maciçamente material de editoras jornalísticas como compra de proteção.
A questão central, o paradoxo engraçado, é que se o Senado se tornar transparente, se se moralizar, se abrir suas contas, o país ganha e a mídia perde. O poder da mídia reside na falta de transparência da sociedade. É o que permite a ela se tornar “dona” da informação, selecionando as que melhor lhe convem. É por isso que todas as campanhas midiáticas visam pessoas e escândalos pontuais - levantados de acordo com as conveniências do momento - e não mudanças capazes de impedir a perpetuação do erro.
Qual seria o poder da mídia em ambientes transparentes, onde não desse para armazenar escândalos e utilizá-los em benefício do seu jogo político particular? Qual seria o poder se, de repente, instituições assumissem seus erros mas enfrentassem a mídia sem medo?
O caso Petrobras é emblemático e cria uma dinâmica fantástica, no bojo da Internet.
Com seu Blog, a Petrobras se amarrou a um compromisso: o de não mais deixar perguntas sem respostas. Internamente, significará o fim dos feudos, a obrigação de todos os departamentos de fornecer a informação solicitada.
Esse modelo vai se expandir, se expandir até chegar na mídia. É inexorável. Quando chegar, alguns grupos jornalísticos terão condições de abrir o jogo, de responder às dúvidas dos leitores?
A história está prenhe de Catões que, no momento seguinte, entraram na alça de mira da opinião pública. E não haverá como, em um futuro próximo, essa lufada de transparência da era da informação, chegar à mídia.
Aí cada jornal terá que criar seu Blog, não apenas para discutir suas matérias, mas seus interesses empresariais ou políticos por trás de cada campanha.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Altamiro Borges: Mídia oculta os desastres do Plano Real
Por Altamiro Borges, em seu blog
Na semana passada, os jornalões decadentes e as emissoras privadas de televisão fizeram grande alarde para “comemorar” o aniversário do Plano Real. O desgastado FHC foi bajulado por vários articulistas e âncoras de TV, sendo apresentado como o “salvador da pátria”, que “estabilizou a economia e derrotou a inflação”.
O ex-presidente Itamar Franco até saiu do limbo para criticar a excessiva exposição do seu ministro da Fazenda e para se assumir como o autêntico “pai do Real”. O tucano José Serra também ganhou os holofotes da mídia, numa nítida campanha pré-eleitoral.
No livro Era FHC — A Regressão do Trabalho, escrito em conjunto com Marcio Pochmann, atual presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), argumentamos que o Plano Real não foi toda essa maravilha pintada pela mídia. A estabilização conservadora da economia causou recorde de desemprego, brutal arrocho de salários, precarização do trabalho e o desmonte das leis trabalhistas.
Ela foi imposta com base na privatização criminosa das empresas estatais, na abertura indiscriminada da economia, na desnacionalização das empresas e na mais descarada orgia financeira. O Brasil se transformou no paraíso dos rentistas, dos especuladores.
“Afora os marqueteiros oficiais, todos concordam que o resultado final desta política de FHC foi um grande desastre. Nestes oito anos, o Brasil regrediu brutalmente nas relações de trabalho. Os milhões de desempregados, de brasileiros que subsistem no mercado informal, de precarizados e dos que perderam seus parcos direitos sentiram na carne os efeitos desta política”, afirmava-se na apresentação do livro, publicado em agosto de 2002.
Dois meses depois, o presidente FHC seria rechaçado pelas urnas, o que evidencia que o povo brasileiro, diferentemente na mídia venal, não esqueceu os efeitos destrutivos e regressivos do Real. A mídia omite, mas o povo não é bobo!
Na semana passada, os jornalões decadentes e as emissoras privadas de televisão fizeram grande alarde para “comemorar” o aniversário do Plano Real. O desgastado FHC foi bajulado por vários articulistas e âncoras de TV, sendo apresentado como o “salvador da pátria”, que “estabilizou a economia e derrotou a inflação”.
O ex-presidente Itamar Franco até saiu do limbo para criticar a excessiva exposição do seu ministro da Fazenda e para se assumir como o autêntico “pai do Real”. O tucano José Serra também ganhou os holofotes da mídia, numa nítida campanha pré-eleitoral.
No livro Era FHC — A Regressão do Trabalho, escrito em conjunto com Marcio Pochmann, atual presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), argumentamos que o Plano Real não foi toda essa maravilha pintada pela mídia. A estabilização conservadora da economia causou recorde de desemprego, brutal arrocho de salários, precarização do trabalho e o desmonte das leis trabalhistas.
Ela foi imposta com base na privatização criminosa das empresas estatais, na abertura indiscriminada da economia, na desnacionalização das empresas e na mais descarada orgia financeira. O Brasil se transformou no paraíso dos rentistas, dos especuladores.
“Afora os marqueteiros oficiais, todos concordam que o resultado final desta política de FHC foi um grande desastre. Nestes oito anos, o Brasil regrediu brutalmente nas relações de trabalho. Os milhões de desempregados, de brasileiros que subsistem no mercado informal, de precarizados e dos que perderam seus parcos direitos sentiram na carne os efeitos desta política”, afirmava-se na apresentação do livro, publicado em agosto de 2002.
Dois meses depois, o presidente FHC seria rechaçado pelas urnas, o que evidencia que o povo brasileiro, diferentemente na mídia venal, não esqueceu os efeitos destrutivos e regressivos do Real. A mídia omite, mas o povo não é bobo!
segunda-feira, 6 de julho de 2009
PCdoB discute projetos para as eleições de 2010
.
Texto: Eliane Silva Pinto / Fotos: André Lux
O 2º Encontro da Macro Região de Jundiaí do PCdoB lotou a Câmara dos Vereadores da cidade no sábado, 4 de julho. Dezenas de dirigentes, filiados e simpatizantes do PCdoB compareceram ao evento para discutir a ação do partido na região e sua atuação para a as eleições de 2010.
A preparação para o Congresso Nacional do partido em novembro foi a pauta das discussões. Segundo o deputado estadual Pedro Bigardi, o momento das Conferências municipais, estaduais e do Congresso Nacional é a oportunidade de crescimento do partido. “Em 2007 o PCdoB deu um importante passo ao se tornar um partido mais independente, com mais presença política, mas precisamos avançar, buscar mais filiados, novas lideranças, esse é o melhor momento, o crescimento do PCdoB depende de cada um de nós”, afirmou.
Nádia Campeão, presidente estadual do partido, reforçou a tese. “Além de discutirmos os documentos para o Congresso Nacional, as conferências têm o papel de apresentar a ideologia do partido a mais pessoas e chamá-los para essa luta, é o momento de traçarmos a linha política do partido para 2010”, enfatizou.
Zeca Pires, secretário estadual de relações institucionais, ressaltou o crescimento do PCdoB na região. “Lembro da primeira plenária realizada aqui em Jundiaí, hoje observo essa casa cheia e vejo como o partido cresceu na região, mas precisamos avançar mais, garantir o nome do Pedro Bigardi como deputado estadual da região e buscar novos nomes e quadros para compor nossa chapa para as próximas eleições, isso só será possível com o empenho de todas as cidades da macro e dos filiados do partido. Agora é a fase da renovação e crescimento”.
Segundo o presidente do PCdoB de Jundiaí, Tércio Marinho, o crescimento do partido na região também está associado à posse do deputado Pedro Bigardi na Assembleia. “A posse de Bigardi deu mais visibilidade para o partido na região, ate então órfão de representante na Assembleia”. “Para Marinho, o objetivo do evento foi alcançado ao reunir as cidades da Macro Região para um trabalho integrado para o fortalecimento do PCdoB”.
Eleições 2010
Em seu discurso, Nádia Campeão, falou do próximo “desafio” do PCdoB ao lançar chapa própria para deputados estaduais e federais. “O empenho de cada militante será fundamental nesse processo”. Segundo ela, o deputado Pedro Bigardi terá um excelente desempenho nas eleições. “Tenho certeza que ele será o nosso ‘puxador’ de votos do partido, em pouco tempo ele consolidou seu nome na Assembleia Legislativa e tem feito um excelente trabalho na região”, destacou.
Para Nádia, o Estado de São Paulo será determinante para as eleições de 2010. “Os partidos de esquerda precisam se unir, criar uma frente forte para garantirmos a continuidade do Governo Lula e o Estado de São Paulo será fundamental nesse processo, por isso os partidos de esquerda precisam lançar um candidato forte ao governo do Estado, porém a discussão em torno desse nome precisa ser colegiada”, analisou.
Bigardi concorda com a presidente estadual do partido, para ele, o Estado de São Paulo é referência na disputa nacional. “Aqui no Estado reinam partidos conservadores, o projeto neoliberal e muitos partidos que estão na base do governo Lula, aqui em São Paulo defendem a política do José Serra, um governo que não ouve ninguém, sem projetos expressivos e totalmente fechado. Não queremos isso para o nosso país”, falou.
O deputado aponta dificuldades no diálogo entre as forças de esquerda, devido ao isolamento do PT. “O PT está fazendo o mesmo jogo da direita, se fechando para opiniões de outros partidos, e quer determinar o melhor candidato a governador, enquanto essa precisa ser uma decisão conjunta entre os partidos e não uma determinação do PT que escolhe o seu candidato e todos precisam aceitar. O PCdoB defende uma discussão ampla sobre essa questão”, ressaltou o deputado estadual.
Texto: Eliane Silva Pinto / Fotos: André Lux
O 2º Encontro da Macro Região de Jundiaí do PCdoB lotou a Câmara dos Vereadores da cidade no sábado, 4 de julho. Dezenas de dirigentes, filiados e simpatizantes do PCdoB compareceram ao evento para discutir a ação do partido na região e sua atuação para a as eleições de 2010.
A preparação para o Congresso Nacional do partido em novembro foi a pauta das discussões. Segundo o deputado estadual Pedro Bigardi, o momento das Conferências municipais, estaduais e do Congresso Nacional é a oportunidade de crescimento do partido. “Em 2007 o PCdoB deu um importante passo ao se tornar um partido mais independente, com mais presença política, mas precisamos avançar, buscar mais filiados, novas lideranças, esse é o melhor momento, o crescimento do PCdoB depende de cada um de nós”, afirmou.
Nádia Campeão, presidente estadual do partido, reforçou a tese. “Além de discutirmos os documentos para o Congresso Nacional, as conferências têm o papel de apresentar a ideologia do partido a mais pessoas e chamá-los para essa luta, é o momento de traçarmos a linha política do partido para 2010”, enfatizou.
Zeca Pires, secretário estadual de relações institucionais, ressaltou o crescimento do PCdoB na região. “Lembro da primeira plenária realizada aqui em Jundiaí, hoje observo essa casa cheia e vejo como o partido cresceu na região, mas precisamos avançar mais, garantir o nome do Pedro Bigardi como deputado estadual da região e buscar novos nomes e quadros para compor nossa chapa para as próximas eleições, isso só será possível com o empenho de todas as cidades da macro e dos filiados do partido. Agora é a fase da renovação e crescimento”.
Segundo o presidente do PCdoB de Jundiaí, Tércio Marinho, o crescimento do partido na região também está associado à posse do deputado Pedro Bigardi na Assembleia. “A posse de Bigardi deu mais visibilidade para o partido na região, ate então órfão de representante na Assembleia”. “Para Marinho, o objetivo do evento foi alcançado ao reunir as cidades da Macro Região para um trabalho integrado para o fortalecimento do PCdoB”.
Eleições 2010
Em seu discurso, Nádia Campeão, falou do próximo “desafio” do PCdoB ao lançar chapa própria para deputados estaduais e federais. “O empenho de cada militante será fundamental nesse processo”. Segundo ela, o deputado Pedro Bigardi terá um excelente desempenho nas eleições. “Tenho certeza que ele será o nosso ‘puxador’ de votos do partido, em pouco tempo ele consolidou seu nome na Assembleia Legislativa e tem feito um excelente trabalho na região”, destacou.
Para Nádia, o Estado de São Paulo será determinante para as eleições de 2010. “Os partidos de esquerda precisam se unir, criar uma frente forte para garantirmos a continuidade do Governo Lula e o Estado de São Paulo será fundamental nesse processo, por isso os partidos de esquerda precisam lançar um candidato forte ao governo do Estado, porém a discussão em torno desse nome precisa ser colegiada”, analisou.
Bigardi concorda com a presidente estadual do partido, para ele, o Estado de São Paulo é referência na disputa nacional. “Aqui no Estado reinam partidos conservadores, o projeto neoliberal e muitos partidos que estão na base do governo Lula, aqui em São Paulo defendem a política do José Serra, um governo que não ouve ninguém, sem projetos expressivos e totalmente fechado. Não queremos isso para o nosso país”, falou.
O deputado aponta dificuldades no diálogo entre as forças de esquerda, devido ao isolamento do PT. “O PT está fazendo o mesmo jogo da direita, se fechando para opiniões de outros partidos, e quer determinar o melhor candidato a governador, enquanto essa precisa ser uma decisão conjunta entre os partidos e não uma determinação do PT que escolhe o seu candidato e todos precisam aceitar. O PCdoB defende uma discussão ampla sobre essa questão”, ressaltou o deputado estadual.
Matéria publicada no Jornal de Jundiaí - PCdoB: Pedro Bigardi é o cara
.
Durante encontro do PCdoB, que reuniu representantes da macrorregião, ontem, na Câmara Municipal de Jundiaí, a presidente do comitê estadual do partido, Nádia Campeão, confirmou o nome do deputado estadual Pedro Bigardi como candidato à Assembleia Legislativa paulista em 2010.
Segundo ela, a expectativa em torno de Bigardi é grande, considerando que atualmente ele é o único representante do PCdoB no parlamento paulista. "O mandato do Pedro é um avanço para a Região", considera.
Na opinião da presidente estadual, a expectativa é que Bigardi tenha uma votação maior que na última eleição a deputado estadual, em que se ficou na suplência do PT e assumiu o mandato neste ano. "Da primeira vez o Pedro foi muito bem votado, depois passou por uma experiência importante como candidato à Prefeitura de Jundiaí e por pouco não foi para o segundo turno. Agora, como deputado, tem a oportunidade de realizar projetos concretos, o que faz toda a diferença, pois as pessoas não votam mais em qualquer um e, quanto mais o Pedro se mostra em atividade, mais cresce seu potencial", salientou.
Confiante em relação à reeleição, Bigardi considera importante para o partido ampliar a bancada na Assembleia. "Ficar sozinho é uma responsabilidade grande e a expectativa é aumentar a representatividade do partido na Assembleia", assinalou.
Ele destacou a importância do encontro de ontem como forma de organizar a macrorregião do PCdoB em Jundiaí - que pulou de 10 para 16 cidades. "É um passo importante para nos estruturarmos para as eleições do ano que vem."
Segundo o presidente do PCdoB de Jundiaí, Tércio Marinho, a ampliação da macrorregião de Jundiaí é reflexo da ida de Bigardi para a Assembleia. "Sua posse teve um impacto grande na Região, que estava órfã de representantes", disse.
Mais nomes - Nádia adiantou alguns nomes que o partido irá lançar em 2010. Segundo ela, o atual deputado federal Aldo Rebelo deve concorrer a reeleição. Outro nome cotado para a Câmara Federal é o atual ministro de Esportes, Orlando Silva, mas ainda não há definição. Para o Senado, há a possibilidade de Netinho de Paula.
Os nomes serão confirmados no Congresso Nacional do PCdoB, que será realizado em novembro, no Anhembi em São Paulo. Até lá, serão realizadas as conferências municipais, entre agosto e setembro, e a estadual, em outubro. "Temos três meses para fazer a mobilização, unir o partido e eleger os delegados para o Congresso", disse Nádia.
VIVIANE RODRIGUES
Foto: André Lux
Link para a matéria no site do Jornal de Jundiaí.
Durante encontro do PCdoB, que reuniu representantes da macrorregião, ontem, na Câmara Municipal de Jundiaí, a presidente do comitê estadual do partido, Nádia Campeão, confirmou o nome do deputado estadual Pedro Bigardi como candidato à Assembleia Legislativa paulista em 2010.
Segundo ela, a expectativa em torno de Bigardi é grande, considerando que atualmente ele é o único representante do PCdoB no parlamento paulista. "O mandato do Pedro é um avanço para a Região", considera.
Na opinião da presidente estadual, a expectativa é que Bigardi tenha uma votação maior que na última eleição a deputado estadual, em que se ficou na suplência do PT e assumiu o mandato neste ano. "Da primeira vez o Pedro foi muito bem votado, depois passou por uma experiência importante como candidato à Prefeitura de Jundiaí e por pouco não foi para o segundo turno. Agora, como deputado, tem a oportunidade de realizar projetos concretos, o que faz toda a diferença, pois as pessoas não votam mais em qualquer um e, quanto mais o Pedro se mostra em atividade, mais cresce seu potencial", salientou.
Confiante em relação à reeleição, Bigardi considera importante para o partido ampliar a bancada na Assembleia. "Ficar sozinho é uma responsabilidade grande e a expectativa é aumentar a representatividade do partido na Assembleia", assinalou.
Ele destacou a importância do encontro de ontem como forma de organizar a macrorregião do PCdoB em Jundiaí - que pulou de 10 para 16 cidades. "É um passo importante para nos estruturarmos para as eleições do ano que vem."
Segundo o presidente do PCdoB de Jundiaí, Tércio Marinho, a ampliação da macrorregião de Jundiaí é reflexo da ida de Bigardi para a Assembleia. "Sua posse teve um impacto grande na Região, que estava órfã de representantes", disse.
Mais nomes - Nádia adiantou alguns nomes que o partido irá lançar em 2010. Segundo ela, o atual deputado federal Aldo Rebelo deve concorrer a reeleição. Outro nome cotado para a Câmara Federal é o atual ministro de Esportes, Orlando Silva, mas ainda não há definição. Para o Senado, há a possibilidade de Netinho de Paula.
Os nomes serão confirmados no Congresso Nacional do PCdoB, que será realizado em novembro, no Anhembi em São Paulo. Até lá, serão realizadas as conferências municipais, entre agosto e setembro, e a estadual, em outubro. "Temos três meses para fazer a mobilização, unir o partido e eleger os delegados para o Congresso", disse Nádia.
VIVIANE RODRIGUES
Foto: André Lux
Link para a matéria no site do Jornal de Jundiaí.
sábado, 4 de julho de 2009
Registro fotográfico do 2º Encontro da Macro Região de Jundiaí do PCdoB
Fotos: André Lux
PCdoB traça metas para as eleições 2010
Filiados de diversas cidades compareceram ao evento
Nádia Campeão, presidente estadual do PCdoB
O encontro teve como foco a preparação para
o Congresso Nacional do PCdoB
Bigardi falou da importância da militância para o
fortalecimento do PCdoB na região
O encontro reuniu as 16 cidades que compõe a macro região
Para o deputado, o estado de SP será
determinante para as próximas eleições
Zeca Pires, secretário estadual de relações institucionais do PCdoB
A militância marcou presença no evento
David Ramos, presidente da Federação das
Associações Comunitárias do Estado de São Paulo (Facesp)
Tércio Marinho e o deputado estadual Pedro Bigardi
Rafael Purgato, secretário de organização do PCdoB de Jundiaí
Representantes dos PCdoB da região lotaram a Câmara Municipal
Platéia também participou das discussões.
Edegar falou da mídia conservadora
David Ramos, Nádia Campeão, deputado estadual
Pedro Bigardi, Tércio Marinho e Zeca Pires
PCdoB traça metas para as eleições 2010
Filiados de diversas cidades compareceram ao evento
Nádia Campeão, presidente estadual do PCdoB
O encontro teve como foco a preparação para
o Congresso Nacional do PCdoB
Bigardi falou da importância da militância para o
fortalecimento do PCdoB na região
O encontro reuniu as 16 cidades que compõe a macro região
Para o deputado, o estado de SP será
determinante para as próximas eleições
Zeca Pires, secretário estadual de relações institucionais do PCdoB
A militância marcou presença no evento
David Ramos, presidente da Federação das
Associações Comunitárias do Estado de São Paulo (Facesp)
Tércio Marinho e o deputado estadual Pedro Bigardi
Rafael Purgato, secretário de organização do PCdoB de Jundiaí
Representantes dos PCdoB da região lotaram a Câmara Municipal
Platéia também participou das discussões.
Edegar falou da mídia conservadora
David Ramos, Nádia Campeão, deputado estadual
Pedro Bigardi, Tércio Marinho e Zeca Pires
quinta-feira, 2 de julho de 2009
2º Encontro da Macro Região de Jundiaí do PCdoB
No próximo sábado, 04, acontece o 2º Encontro da macro região de Jundiaí do PCdoB na Câmara Municipal de Jundiaí. De acordo com o presidente do PCdoB de Jundiaí, Tércio Marinho, o encontro será determinante para a organização do partido na região. “Esse encontro irá reunir 16 municípios que compõe a macro região de Jundiaí, com o propósito de discutirmos a ação do PCdoB em cada cidade e a atuação conjunta na região”, afirma.
Rafael Purgato, secretário de organização do PCdoB de Jundiaí, aponta o encontro também como uma “preparação” para o processo de Conferências Municipais do partido que acontecerão até setembro. Durante o evento será apresentado aos presentes o planejamento do partido para as conferências municipais, estaduais e o Congresso Nacional do PCdoB que acontecerá em novembro. “Nosso intuito é permitir que todas as cidades da macro estejam em sintonia com o programa do partido e possam realizar grandes conferências”, afirma.
Ambos citam outro objetivo da reunião: discutir o projeto político para 2010. “A organização do partido na região irá permitir uma ação integrada do PCdoB em torno das eleições de 2010, visando uma ação coesa para reforçar o nome do deputado estadual Pedro Bigardi na região”, destaca Purgato. Segundo Marinho, a organização do PCdoB na região contribuirá para o fortalecimento do partido nas eleições de 2010. “A união das forças será fundamental para o processo eleitoral do ano que vem para conquistarmos mais espaço no cenário político”.
O encontro contará com a presença do deputado Pedro Bigardi, que também é coordenador da macro região de Jundiaí, a presidente estadual do PCdoB, Nádia Campeão, o presidente da Facesp (Federação das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo), David Ramos e demais dirigentes. O evento é aberto a todos os interessados em conhecer mais sobre o PCdoB.
Serviço:
2º Encontro da macro região de Jundiaí
Realização: PCdoB Jundiaí
Dia: 04/07/2009 (sábado)
Horário: 14 às 18hrs
Local: Câmara Municipal de Jundiaí
End.: Rua Barão de Jundiaí, 128 - Centro - Jundiaí/SP
Rafael Purgato, secretário de organização do PCdoB de Jundiaí, aponta o encontro também como uma “preparação” para o processo de Conferências Municipais do partido que acontecerão até setembro. Durante o evento será apresentado aos presentes o planejamento do partido para as conferências municipais, estaduais e o Congresso Nacional do PCdoB que acontecerá em novembro. “Nosso intuito é permitir que todas as cidades da macro estejam em sintonia com o programa do partido e possam realizar grandes conferências”, afirma.
Ambos citam outro objetivo da reunião: discutir o projeto político para 2010. “A organização do partido na região irá permitir uma ação integrada do PCdoB em torno das eleições de 2010, visando uma ação coesa para reforçar o nome do deputado estadual Pedro Bigardi na região”, destaca Purgato. Segundo Marinho, a organização do PCdoB na região contribuirá para o fortalecimento do partido nas eleições de 2010. “A união das forças será fundamental para o processo eleitoral do ano que vem para conquistarmos mais espaço no cenário político”.
O encontro contará com a presença do deputado Pedro Bigardi, que também é coordenador da macro região de Jundiaí, a presidente estadual do PCdoB, Nádia Campeão, o presidente da Facesp (Federação das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo), David Ramos e demais dirigentes. O evento é aberto a todos os interessados em conhecer mais sobre o PCdoB.
Serviço:
2º Encontro da macro região de Jundiaí
Realização: PCdoB Jundiaí
Dia: 04/07/2009 (sábado)
Horário: 14 às 18hrs
Local: Câmara Municipal de Jundiaí
End.: Rua Barão de Jundiaí, 128 - Centro - Jundiaí/SP
Idelber Avelar: A esquerda ainda está devendo na luta anti-homofóbica
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Na esquerda tradicional, dos partidos comunistas, o completo descaso vinha, muitas vezes, recheado de homofobia explícita. Isso mudou, claro, e hoje uma deputada como Jô Moraes, do PCdoB de Minas Gerais, é uma das vozes mais incisivas na luta contra a homofobia. O PT, que sempre foi mais atento que a esquerda tradicional para as questões relacionadas à mulher e ao negro, demorou certo tempo em realmente acolher a luta anti-homofóbica. Resta ainda um longo caminho que percorrer
- Por Idelber Avelar, na revista Fórum
Nos Estados Unidos, a luta pelo casamento gay passa por um momento contraditório. Ela acumula vitórias nos lugares mais inesperados, como Iowa, e uma derrota catastrófica no habitat natural do movimento, a Califórnia. Não é ideal a posição conciliadora de Barack Obama, que defende as uniões civis – que possibilitariam conquistas fundamentais, como os direitos de plano de saúde conjunto e de herança –, enquanto reserva o termo “casamento” para as uniões heterossexuais. Mas, pelo menos, Obama dá um passo adiante em relação à tradicional hipocrisia do Partido Democrata, que sempre contou com os votos de gays e lésbicas para, logo depois, rifá-los no jogo político.
Qualquer conhecedor da história da esquerda sabe como tem sido longo e acidentado o caminho de reconhecimento da luta gay/lésbica. Na esquerda tradicional, dos partidos comunistas, o completo descaso vinha, muitas vezes, recheado de homofobia explícita. Isso mudou, claro, e hoje uma deputada como Jô Moraes, do PCdoB de Minas Gerais, é uma das vozes mais incisivas na luta contra a homofobia. O PT, que sempre foi mais atento que a esquerda tradicional para as questões relacionadas à mulher e ao negro, demorou certo tempo em realmente acolher a luta anti-homofóbica. Resta ainda um longo caminho que percorrer.
O crescente sucesso da parada gay de São Paulo e as iniciativas pioneiras de Marta Suplicy são capítulos dessa história, mas ela foi construída com uma luta que custou o sangue de muitos anônimos. O jornal O Lampião surge em 1978, em condições dificílimas. Em 1979, constitui-se em São Paulo o primeiro grupo de homossexuais organizados politicamente, o Somos. Seguem-se o Somos/RJ, Atobá e Triângulo Rosa no Rio, Grupo Gay da Bahia, Dialogay de Sergipe, Um Outro Olhar de São Paulo, Grupo Dignidade de Curitiba, Grupo Gay do Amazonas, Grupo Lésbico da Bahia, Nuances de Porto Alegre e Grupo Arco-Íris do Rio, entre outros (as informações são do GLS Planet). Somente em 1985, o Conselho Federal de Medicina decide desconsiderar o artigo 302 da Classificação Internacional de Doenças, onde constava a homossexualidade. Pelo menos nisso, o Brasil se antecipou. Só em 1990 a Organização Mundial da Saúde decide eliminar a homossexualidade da lista de doenças. A data da decisão histórica, 17 de maio, passaria a ser o Dia Internacional de Combate à Homofobia.
Em sua esmagadora maioria, os heterossexuais – mesmo aqueles engajados na luta pela justiça social – ainda não refletiram o suficiente sobre os efeitos devastadores da homofobia. Não se trata somente dos sutis gestos de discriminação cotidiana e das piadinhas homofóbicas, reproduzidas diariamente nas interações sociais e na programação da mídia. Trata-se de direitos básicos, como o de adoção, herança, plano de saúde e constituição de união matrimonial reconhecida pela lei. Trata-se do direito à imagem e à honra. Muitas vezes, trata-se simplesmente do direito de andar de mãos dadas com seu amor pelas ruas sem correr o risco de ser espancado.
Os homicídios homofóbicos no Brasil aumentaram 55% em 2008. Foram 190 no ano passado, contra 122 em 2007. Estes são os números oficiais, compilados pelo Grupo Gay da Bahia com base nos boletins de ocorrência. Imaginem quais serão os números reais. Nesse horror quase medieval, há mortes com requintes de crueldade, a pedradas, por exemplo. Recentemente, o odioso projeto de lei nº 4.508/2008, do deputado Olavo Calheiros (PMDB/AL), que visa proibir a adoção de crianças por homossexuais, começou a tramitar como se não fosse a excrescência inconstitucional que é. O projeto cospe no artigo nº 226, § 4º, da Constituição Federal, mas o Congresso o examina como se fosse a mais razoável das leis.
Ideias absolutamente inconstitucionais, como a que proíbe homossexuais de lecionar em escolas primárias, são discutidas com argumentos “ponderados” até por gente de esquerda. Está categórica, sociologicamente provado que, em potencial, um padre é uma ameaça sexual muito mais grave a uma criança que um(a) professor(a) gay ou lésbica. Mas se reproduz mesmo em comarcas progressistas o estranho estereótipo que associa, contra todas as evidências, a homossexualidade à pedofilia. A bizarra noção de que gays e lésbicas são máquinas sexuais incontroláveis, prontas para disparar a qualquer momento, tem ainda profunda inserção no chamado inconsciente coletivo.
É urgente o apoio maciço e incondicional da esquerda ao Projeto de Lei da Câmara nº 122/2006, que criminaliza a homofobia e pune a discriminação e a agressão contra gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. A proposta se encontra, no momento, em trâmite no Senado. A leitura do projeto e o contato com os senadores podem ser feitos por meio do site www.naohomofobia.com.br. Atualmente, não há nenhuma proteção específica ante a agressão e a discriminação homofóbicas, comparável à que temos contra o racismo.
A Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT é formada por 211 deputados federais e 18 senadores. Dos grandes partidos, o PT ainda é, de longe, o que se sai melhor na foto. De seus 11 senadores, 9 são membros. Mas ainda é pouco. Não há razão aceitável para que Tião Viana (PT-AC) e Marina Silva (PT-AC) não se juntem à Frente. Se, em vista de suas crenças religiosas, a senadora Marina Silva tem “problemas de consciência” para se juntar a essa causa, que ela os resolva no âmbito privado. Na esfera pública, ela tem a obrigação de defender o programa do PT. Chega de conferir aos progressistas religiosos esse estranho privilégio, o de omitir-se (ou, pior, adotar uma postura reacionária) nas questões fundamentais do nosso tempo, sempre que estas entrem em choque com a leitura que lhes inculcaram de um livro apócrifo de fábulas judaicas.
Sempre defendi que a melhor forma de se imbuir do espírito de luta pela justiça social é ouvir as vítimas com atenção. Quer entender o racismo? Abandone as fáceis, imaginárias simetrias entre negros e brancos e escute as histórias de vida narradas por aqueles. O apelo da coluna, este mês, é muito simples: procure seu amigo gay ou sua amiga lésbica e pergunte, indague muito. Não pressuponha que sabe o que eles vivem. Escute com atenção. Você se surpreenderá.
Na esquerda tradicional, dos partidos comunistas, o completo descaso vinha, muitas vezes, recheado de homofobia explícita. Isso mudou, claro, e hoje uma deputada como Jô Moraes, do PCdoB de Minas Gerais, é uma das vozes mais incisivas na luta contra a homofobia. O PT, que sempre foi mais atento que a esquerda tradicional para as questões relacionadas à mulher e ao negro, demorou certo tempo em realmente acolher a luta anti-homofóbica. Resta ainda um longo caminho que percorrer
- Por Idelber Avelar, na revista Fórum
Nos Estados Unidos, a luta pelo casamento gay passa por um momento contraditório. Ela acumula vitórias nos lugares mais inesperados, como Iowa, e uma derrota catastrófica no habitat natural do movimento, a Califórnia. Não é ideal a posição conciliadora de Barack Obama, que defende as uniões civis – que possibilitariam conquistas fundamentais, como os direitos de plano de saúde conjunto e de herança –, enquanto reserva o termo “casamento” para as uniões heterossexuais. Mas, pelo menos, Obama dá um passo adiante em relação à tradicional hipocrisia do Partido Democrata, que sempre contou com os votos de gays e lésbicas para, logo depois, rifá-los no jogo político.
Qualquer conhecedor da história da esquerda sabe como tem sido longo e acidentado o caminho de reconhecimento da luta gay/lésbica. Na esquerda tradicional, dos partidos comunistas, o completo descaso vinha, muitas vezes, recheado de homofobia explícita. Isso mudou, claro, e hoje uma deputada como Jô Moraes, do PCdoB de Minas Gerais, é uma das vozes mais incisivas na luta contra a homofobia. O PT, que sempre foi mais atento que a esquerda tradicional para as questões relacionadas à mulher e ao negro, demorou certo tempo em realmente acolher a luta anti-homofóbica. Resta ainda um longo caminho que percorrer.
O crescente sucesso da parada gay de São Paulo e as iniciativas pioneiras de Marta Suplicy são capítulos dessa história, mas ela foi construída com uma luta que custou o sangue de muitos anônimos. O jornal O Lampião surge em 1978, em condições dificílimas. Em 1979, constitui-se em São Paulo o primeiro grupo de homossexuais organizados politicamente, o Somos. Seguem-se o Somos/RJ, Atobá e Triângulo Rosa no Rio, Grupo Gay da Bahia, Dialogay de Sergipe, Um Outro Olhar de São Paulo, Grupo Dignidade de Curitiba, Grupo Gay do Amazonas, Grupo Lésbico da Bahia, Nuances de Porto Alegre e Grupo Arco-Íris do Rio, entre outros (as informações são do GLS Planet). Somente em 1985, o Conselho Federal de Medicina decide desconsiderar o artigo 302 da Classificação Internacional de Doenças, onde constava a homossexualidade. Pelo menos nisso, o Brasil se antecipou. Só em 1990 a Organização Mundial da Saúde decide eliminar a homossexualidade da lista de doenças. A data da decisão histórica, 17 de maio, passaria a ser o Dia Internacional de Combate à Homofobia.
Em sua esmagadora maioria, os heterossexuais – mesmo aqueles engajados na luta pela justiça social – ainda não refletiram o suficiente sobre os efeitos devastadores da homofobia. Não se trata somente dos sutis gestos de discriminação cotidiana e das piadinhas homofóbicas, reproduzidas diariamente nas interações sociais e na programação da mídia. Trata-se de direitos básicos, como o de adoção, herança, plano de saúde e constituição de união matrimonial reconhecida pela lei. Trata-se do direito à imagem e à honra. Muitas vezes, trata-se simplesmente do direito de andar de mãos dadas com seu amor pelas ruas sem correr o risco de ser espancado.
Os homicídios homofóbicos no Brasil aumentaram 55% em 2008. Foram 190 no ano passado, contra 122 em 2007. Estes são os números oficiais, compilados pelo Grupo Gay da Bahia com base nos boletins de ocorrência. Imaginem quais serão os números reais. Nesse horror quase medieval, há mortes com requintes de crueldade, a pedradas, por exemplo. Recentemente, o odioso projeto de lei nº 4.508/2008, do deputado Olavo Calheiros (PMDB/AL), que visa proibir a adoção de crianças por homossexuais, começou a tramitar como se não fosse a excrescência inconstitucional que é. O projeto cospe no artigo nº 226, § 4º, da Constituição Federal, mas o Congresso o examina como se fosse a mais razoável das leis.
Ideias absolutamente inconstitucionais, como a que proíbe homossexuais de lecionar em escolas primárias, são discutidas com argumentos “ponderados” até por gente de esquerda. Está categórica, sociologicamente provado que, em potencial, um padre é uma ameaça sexual muito mais grave a uma criança que um(a) professor(a) gay ou lésbica. Mas se reproduz mesmo em comarcas progressistas o estranho estereótipo que associa, contra todas as evidências, a homossexualidade à pedofilia. A bizarra noção de que gays e lésbicas são máquinas sexuais incontroláveis, prontas para disparar a qualquer momento, tem ainda profunda inserção no chamado inconsciente coletivo.
É urgente o apoio maciço e incondicional da esquerda ao Projeto de Lei da Câmara nº 122/2006, que criminaliza a homofobia e pune a discriminação e a agressão contra gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. A proposta se encontra, no momento, em trâmite no Senado. A leitura do projeto e o contato com os senadores podem ser feitos por meio do site www.naohomofobia.com.br. Atualmente, não há nenhuma proteção específica ante a agressão e a discriminação homofóbicas, comparável à que temos contra o racismo.
A Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT é formada por 211 deputados federais e 18 senadores. Dos grandes partidos, o PT ainda é, de longe, o que se sai melhor na foto. De seus 11 senadores, 9 são membros. Mas ainda é pouco. Não há razão aceitável para que Tião Viana (PT-AC) e Marina Silva (PT-AC) não se juntem à Frente. Se, em vista de suas crenças religiosas, a senadora Marina Silva tem “problemas de consciência” para se juntar a essa causa, que ela os resolva no âmbito privado. Na esfera pública, ela tem a obrigação de defender o programa do PT. Chega de conferir aos progressistas religiosos esse estranho privilégio, o de omitir-se (ou, pior, adotar uma postura reacionária) nas questões fundamentais do nosso tempo, sempre que estas entrem em choque com a leitura que lhes inculcaram de um livro apócrifo de fábulas judaicas.
Sempre defendi que a melhor forma de se imbuir do espírito de luta pela justiça social é ouvir as vítimas com atenção. Quer entender o racismo? Abandone as fáceis, imaginárias simetrias entre negros e brancos e escute as histórias de vida narradas por aqueles. O apelo da coluna, este mês, é muito simples: procure seu amigo gay ou sua amiga lésbica e pergunte, indague muito. Não pressuponha que sabe o que eles vivem. Escute com atenção. Você se surpreenderá.
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