domingo, 30 de agosto de 2009

PCdoB apóia Congressos da UMEC de Caieiras e da UJES de Jundiaí

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- Texto e fotos: André Lux

“Esses congressos não poderiam acontecer em data mais simbólica, pois acaba de completar 30 anos a Lei da Anistia que permitiu a volta ao país de centenas de brasileiros que lutaram contra a ditadura militar e pela liberdade e democracia. E é graças à luta dessas pessoas, pela qual muitas chegaram a dar suas vidas, que manifestações como essa podem hoje ser realizadas livremente”.

Foi com essas palavras carregadas de emoção que o deputado estadual Pedro Bigardi abriu seu discurso de apoio aos Congressos da União Municipal dos Estudantes de Caieiras (UMEC) e da União Jundiaiense de Estudantes Secudaristas (UJES).

Os eventos foram realizados no dia 29 de agosto em Caieiras e Jundiaí e reuniram dezenas de estudantes secundaristas das duas cidades interessados em juntar forças para poder lutar pelos seus direitos e pressionar o poder público para que coloquem em suas agendas as reivindicações dos jovens que freqüentam as escolas públicas de suas cidades.

Ambos congressos foram marcados por fortes críticas à gestão do PSDB na educação pública do Estado de São Paulo, caracterizada como autoritária, anti democrática e responsável pelo sucateamento da escola pública e por maus tratos a professores, funcionários e estudantes. "Hoje, as escolas públicas tem mais grades do que livros. É preciso lembrar aos tucanos que educação se faz com liberdade e democracia e não com autoritarismo", frisou Arthur Herculano, presidete da UPES (União Paulista dos Estudantes Secundaristas)

Confiram abaixo as fotos dos dois eventos.

CONGRESSO DA UMEC EM CAIEIRAS


A união dos estudantes faz a força!


Deputado Pedro Bigardi saúda os jovens estudantes


Bigardi lembrou a importância da luta pela liberdade


Arthur Herculano, presidente da UPES, discursa


Representante dos estudantes expressa suas ideias


CONGRESSO DA UJES EM JUNDIAÍ


Membros da primeira diretoria da UJES


Discurso de Pedro Bigardi em apoio aos estudantes


Jovens na plenária da Câmara Municipal de Jundiaí


Representante dos estudantes fala aos colegas


Palavra foi aberta a quem quisesse se expressar


Estudante compartilha seus pensamentos sobre a educação


O PCdoB, na figura do dirigente Rafael, apoiou o Congresso

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Plenária do PCdoB em Jundiaí: um momento de reflexão e formação política

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- Texto: Eliane Silva Pinto / Fotos: André Lux

Pedro Bigardi, Aldo Rebelo e Tércio Marinho na plenária do PCdoB

A plenária do PCdoB, realizada no dia 21 de agosto na Câmara Municipal de Jundiaí, marcou o início do processo de conferências do partido na região.

De acordo com o presidente do partido Tércio Marinho, as conferências do PCdoB acontecerão até o dia 20 de setembro nas onze cidades que compõe a macro região de Jundiaí. “Começamos um processo de estudos sobre as teses do partido para o próximo ano. Essas discussões são necessárias para orientar os militantes sobre o posicionamento do partido quanto às principais questões do Brasil e do mundo”, destaca Marinho.

Com a presença do deputado federal Aldo Rebelo e do deputado estadual Pedro Bigardi, a plenária teve como foco atualizar os militantes quanto à situação política atual e debater o posicionamento do partido na região.


Bigardi: "devemos crescer com qualidade"

Em seu pronunciamento Bigardi enfatizou o momento de reestruturação do partido. “O PCdoB passa por um período de reestruturação, com novas diretorias, novos militantes e essa discussão política, que acontece nesse período, é necessária para fortalecer o partido na região e garantir um crescimento com qualidade”, Bigardi também fez uma exposição do sua atuação como deputado estadual. “O mandato e o partido caminham juntos. Nesse semestre quero ter uma maior aproximação com as cidades da região para contribuir com o fortalecimento tanto do PCdoB como dos municípios”, ressalta.
As conferências municipais, assim como o Congresso Estadual do PCdoB, antecedem o Congresso Nacional do partido que acontecerá em novembro, em São Paulo, e debaterá as teses para a elaboração de um novo programa do PCdoB para o Brasil.

O deputado federal Aldo Rebelo fez questão de participar da atividade em Jundiaí. Em sua fala, o parlamentar fez um panorama da situação política e social do país e destacou também a importância do PCdoB para as próximas eleições. “O período de conferências e congressos é o momento de reflexão e preparação para a grande batalha de 2010”.


Aldo Rebelo: "preparem-se para a batalha de 2010"

Importância do conhecimento partidário
O PCdoB de Jundiaí norteia sua atuação na cidade e região a partir de estudos e formação política de seus militantes. “Estamos em processo de buscar novos filiados ao partido, porém temos como meta fazer desse novo militante um precursor da ideologia do partido e um filiado atuante nas questões sociais de sua cidade. Para isso, estamos investindo em cursos e debates políticos de qualidade como esse realizado na Câmara”, assinala o presidente do partido, Tércio Marinho.

Segundo ele, o período atual de debates em torno do Congresso Nacional é também um momento de estudos e formação. “A discussão das teses do PCdoB é um grande estudo sobre a questão política internacional e nacional e o posicionamento do partido sobre os principais temas do país, por isso é imprescindível a participação de cada militante nas atividades”, ressalta.


Militância do PCdoB lotou a plenária da Câmara

domingo, 23 de agosto de 2009

Homenagem a Raul Seixas

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Raul Seixas:
nascido em 28 de junho de 1945 21 de agosto de 1989


LINKS PARA VIDEOS O YOUTUBE:

OURO DE TOLO

GITA

Há dez mil anos atrás

TENTE OUTRA VEZ

sábado, 22 de agosto de 2009

Veja as fotos da Plenária Regional do PCdoB

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- Fotos: André Lux

Os deputados Aldo Rebelo e Pedro Bigardi


Aldo Rebelo cumprimenta os participantes


Mesa debatedora da Plenária Regional


Tércio Marinho, presidente do PCdoB Jundiaí


Vista geral da Câmara de Jundiaí durante a plenária


O deputado Pedro Bigardi dá sua contribuição ao debate de ideias


A plenária da Câmara ficou praticamente lotada


Zeca Pires, da direção estadual do PCdoB


Os participantes acompanham o debate atentamente


Aldo Rebelo, deputado federal do PCdoB, expõe seus pensamentos


Vereador e Presidente da Câmara de Jarinu prestigiaram o evento


Maria e Edilene trabalham na recepção da Plenária

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Deputados Aldo Rebelo e Pedro Bigardi participam de Plenária do PCdoB de Jundiaí e região nesta sexta-feira

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O Partido Comunista de Jundiaí promove, na próxima sexta-feira, 21 de agosto, sua Plenária da Macroregião de Jundiaí sobre o 12º Congresso do partido.

O importante evento vai contar com a presença do Deputado Federal Aldo Rebelo e do Deputado Estadual Pedro Bigardi e terá início às 18 horas, na Câmara Municipal de Jundiaí.

Essa Plenária marca o início do período de Conferências dos municípios da Macroregião de Jundiaí, as quais têm o objetivo de eleger os Delegados para as respectivas Conferências de nível subseqüente, sendo que as Conferências Estaduais elegerão os Delegados para a Plenária Nacional do 12º Congresso, de acordo com as Normas Congressuais aprovadas pelo Comitê Central.

Além disso, serão discutidos os rumos e as ações do partido no sentido de ajudar a construir um país mais soberano, justo e equilibrado em consonância com as teses apresentadas pelo PCdoB para o seu Congresso nacional, que vai acontecer entre os dias 5 e 8 de novembro, no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, e deve reunir cerca de 18.000 filiados do partido.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Artigo Moradores de rua: o problema é de todos nós

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Estruturalmente, o capitalismo já deu mostras de que essas pessoas não estão na mira de suas preocupações, a não ser jogar o problema embaixo do tapete. O sistema vigente já demonstrou que ninguém esta disposto a abrir mão de um dólar sequer em benefício dos miseráveis desse mundo. Um outro mundo é necessário.

- por Edgar Borges Júnior, professor de História

Para aqueles que não perderam a sensibilidade, ver seres humanos pedindo esmolas na rua ou jogados em algum canto, muitos bêbados e outros drogados, causa uma grande indignação. Indignação não só pela falta de políticas públicas que fossem na direção de começar a resolver ou amenizar esse problema, mas indignação da nossa condição humana. Seguramente essas pessoas não estão na rua porque faltam alimentos ou condições financeiras de lhe construir algum tipo de habitação. A grande questão é a concentração de renda: poucos milhares de pessoas no mundo possuem grande parte da riqueza produzida.

Talvez só os seres humanos abandonem um semelhante seu a própria sorte. Quem não se lembra do episódio recente em que um cachorro foi atropelado em uma estrada e outro cão se esgueirou em meios aos veículos para resgatá-lo na rodovia? E acredito que assim seja com a maioria das espécies. Além de muitos não mais se indignarem com meninos que habitam as ruas de nossas cidades, o poder público, ao invés de criar políticas que trouxessem algum conforto a essas pessoas, ainda age para tirar o pouco que elas têm. É a velha prática de encarar esse problema com soluções “higienistas”: literalmente varrer essas pessoas das vistas de onde circula a elite e jogá-los aos cantos mais periféricos das cidades. Como a elite não vai mesmo nesses locais, se não existirem mendigos onde eles circulam, é como se esse problema não existisse.

Ao fim do governo da Prefeita Marta Suplicy em São Paulo, ano de 2004, mataram sete mendigos que dormiam nos arredores da Praça da Sé, centro da cidade. Foram mortes covardes, contra pessoas indefesas que simplesmente dormiam. Cinco anos depois, ninguém foi sequer apontado como suspeito dessas mortes. Na época, boatos deram conta de que as mortes foram encomendadas por comerciantes da região, incomodados com os mendigos que faziam suas necessidades nas ruas e pediam esmolas aos transeuntes. Mas nada foi provado. Certamente até hoje esse tipo de crime ainda ocorre em diversos locais, em 2004 só se chamou atenção porque foram muitas mortes em questão de poucos dias. Como o normal é um assassinato aqui e ali desses mendigos, nada é divulgado.

Também na capital paulista, dessa vez já na gestão de José Serra, foi realizada uma grande reforma na Praça da República. Além de afastar as pessoas que ali montavam suas barraquinhas pra vender artesanato e bijuterias (dentre os quais muitos bolivianos, que devem ter escapado do trabalho escravo nas confecções insalubres do Bom Retiro), essa reforma trouxe a novidade dos bancos anti-mendigo. Funciona assim: os bancos, antes, eram de madeira ou alvenaria, com cumprimento de um metro, com encostos. Desde então, os bancos são divididos em três, por barras de ferro, só deixando espaço para as pessoas sentarem. Não é mais possível deitar nesses bancos, que agora não tem mais encostos.

Outra medida que esta se tornando comum é o cercamento de praças públicas. Após determinado horário, guardas tocam quem estiver dentro da praça e fecham seus portões. A praça é um local privilegiado para os moradores de rua se proteger uns aos outros, pois tem grandes espaços onde eles podem dormir próximos e permanecerem alertas contra as ameaças das cidades. Sem as praças, são obrigados a se dividir pelas marquises das cidades, muito mais sujeitos a violência. Aqui na cidade de Jundiaí se adotou tal prática na Praça da Bandeira, antiga rodoviária: a praça foi cercada e após as 21 h (salvo engano) é esvaziada e fechada. Há algum tempo vem se discutindo o cercamento da praça da Igreja da Vila Arens, pois os mendigos estariam incomodando os moradores da região. E assim, aos poucos, os moradores de rua vão sendo enxotados para as periferias.

Nesse ano de 2009, temos três novidades que tem tudo pra fazer sucesso entre os governos conservadores desse país. A primeira é o fim dos albergues no centro da cidade de São Paulo, onde os moradores de rua podiam dormir, se alimentar e tomar banho. Deixaram somente os albergues de periferia, principalmente na zona leste, para onde essas pessoas não gostam de ir, pois sabem que lá é muito mais complicado de se conseguir algum trocado para sua sobrevivência. Mesmo sem os albergues, sabem que no centro podem conseguir com mais facilidade os meios para que continuem vivos. Além de continuarem visíveis para toda a sociedade.

A segunda novidade vem da Rua Oscar Freire. Os lojistas da área incentivam seus consumidores que não dêem esmola aos moradores de rua da região, mas sim uma espécie de vale que só pode ser trocado nas regiões periféricas da cidade. A intenção é clara: ninguém quer realmente ajudar essas pessoas, apenas mante-las afastadas.

A última é mais engenhosa: para evitar que as pessoas dormissem embaixo da marquise de um prédio, instalaram nesse local um sistema de chuveiro eletrônico. A cada cinco minutos, cai um jato d’água na calçada. Quem vai conseguir permanecer ali? Consultada, a justiça deu aval para tal mecanismo e agora algumas reportagens mostraram que muitos outros prédios pretendem adotar a novidade.

Isso sem falar na rampa que o Serra mandou construir numa passagem da Avenida Paulista, onde esses moradores costumavam se aglomerar, e com a rampa não é mais possível permanecer no local, e a intensa perseguição contra os catadores de papelão com suas carroças e as cooperativas próximas ao centro de São Paulo.

Qual a saída pra essa situação? Estruturalmente, o capitalismo já deu mostras de que essas pessoas não estão na mira de suas preocupações, a não ser jogar o problema embaixo do tapete. O sistema vigente já demonstrou que ninguém esta disposto a abrir mão de um dólar sequer em benefício dos miseráveis desse mundo. Um outro mundo é necessário.

Como sabemos que mudanças nessa magnitude são tarefas pra várias gerações, que ao menos se esforçassem para amenizar a dor dessas pessoas. Se a cidade de São Paulo tem mais de 10 milhões de habitantes, e a estimativa é que não tenha nem 10 mil moradores de rua, é óbvio que algumas soluções reais a essas pessoas afetariam muito pouco o orçamento da cidade. Contudo, os governantes que lá estão, apoiados por grande parte do eleitorado, preferem tratar essas pessoas como problema de higiene pública, onde basta retira-los de onde as pessoas se sentem incomodadas e jogá-los em algum canto periférico. E lutemos todos para que medidas desse gênero não se espalhem para as pequenas cidades, como Jundiaí. Não queiramos também imitar esse tipo de coisa que vem da capital, mas tratemos nossos moradores de rua com a dignidade que qualquer ser humano merece. E certamente essa é uma das preocupações do PC do B.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Direito de Resposta: Partido Comunista do Brasil de Jundiaí refuta inverdades publicadas no “Jornal de Jundiaí”

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O PCdoB tem certeza que a população vai saber descartar insinuações sem base nos fatos reais que não passam de opiniões enviesadas a serviço de interesses político-partidários rancorosos e mesquinhos que, em última instância, apenas desinformam e prejudicam os cidadãos trabalhadores de Jundiaí.

- Tércio Marinho, Presidente do PCdoB de Jundiaí

Em nome da ética e do compromisso com a verdade factual, o Partido Comunista do Brasil de Jundiaí vem por meio desta refutar informações publicadas em nota no “Jornal de Jundiaí” de 3 de agosto, referentes ao partido e à atuação do deputado estadual Pedro Bigardi.

Ao contrário do que afirma o jornal, o PCdoB encontra-se unido em perfeita harmonia e em plena atividade de preparação para o próximo pleito eleitoral, tem intensificado a formação de novos filiados e o fortalecimento da legenda na região de Jundiaí, no Estado de São Paulo e no Brasil.

O partido também não reconhece as afirmações publicadas na nota do “JJ” relativas a um suposto “descontentamento de eleitores” com o desempenho do deputado estadual Pedro Bigardi e desafia: com base em que o “JJ” fez essa afirmação, onde estão as pesquisas que indicam tal fato?

Obviamente elas não existem, pois, ao contrário do que tenta fazer acreditar a nota do “JJ”, o deputado Pedro Bigardi foi empossado no cargo há apenas quatro meses e vem se demonstrado um dos mais atuantes parlamentares na Assembléia Legislativa, tendo apresentado nada menos do que 49 Emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), sendo que uma delas já foi aprovada, resultando na destinação de um caminhão autotanque e autobomba para o Corpo de Bombeiros de Jundiaí e região. Um resumo de sua atuação até o momento pode ser lido no blogue do deputado estadual Pedro Bigardi.

O PCdoB de Jundiaí aproveita para lembrar o “Jornal de Jundiaí” que o resultado das últimas eleições para prefeito da cidade contesta de forma cabal o que insinua a nota publicada em 3 de agosto. Naquele pleito Pedro Bigardi foi o segundo candidato mais votado, com 68.461 dos votos válidos, enquanto o PCdoB consolidou-se como a terceira legenda mais votada na cidade.

Não é à toa, portanto, que Pedro Bigardi é hoje uma das maiores - senão a maior - referência política da região de Jundiaí, além de ser um exemplo de honestidade, ética e integridade em sua atuação como homem público.

A direção do PCdoB de Jundiaí esclarece também que em nenhum momento foi procurada por qualquer jornalista do “Jornal de Jundiaí” e que, portanto, as informações publicadas na nota, além de não serem confiáveis, demonstram total falta de compromisso do periódico com a premissa mais básica da ética no jornalismo, que dita ao jornalista sempre ouvir os dois lados antes da publicação de qualquer notícia.

Por tudo isso, o PCdoB tem certeza que a população vai saber descartar insinuações sem base nos fatos reais que não passam de opiniões enviesadas a serviço de interesses político-partidários rancorosos e mesquinhos que, em última instância, apenas desinformam e prejudicam os cidadãos trabalhadores de Jundiaí.

domingo, 9 de agosto de 2009

PHA: Fúria da Globo é em relação à Conferência de Comunicação

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Em debate promovido pelo portal Vermelho, na sexta-feira (07), Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada, disse que veículos como a Globo e a Folha de S. Paulo estão "exageradamente golpistas", em consequência da convocação da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e pela descoberta de petróleo na camada de pré-sal durante o governo Lula.

O debate "Como enfrentar o PIG - Partido da Imprensa Golpista" organizado pelo Portal Vermelho contou com a presença Paulo Henrique Amorim, da TV Record e do blog Conversa Afiada; Laurindo Lalo Leal Filho, ouvidor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC); e Altamiro Borges, diretor do Vermelho.

Após o debate, a noite de sexta-feira foi marcada também pelo coquetel de lançamento de dois livros publicados recentemente pela Associação Vermelho: ''Comunicação pública no Brasil: uma exigência democrática'', organizado por Renata Mielli; e ''A ditadura da mídia'', de Altamiro Borges.

Bem-humorado, o jornalista Paulo Henrique Amorim citou mais uma expressão que passará a utilizar no blog Conversa Afiada: o "PUM do PIG", Programa Unificado da Mídia do Partido da Imprensa Golpista, expressão que utiliza para denunciar a atuação unificada dos grandes veículos de comunicação em torno de alguns objetivos.

Segundo ele, há dois exemplos em curso de PUM, o primeiro é a opinião do PIG de que, devido à ineficácia do gov Lula, o Brasil morrerá de gripe suína, e o segundo é derrubar Sarney. E então o jornalista ironiza: "O PIG descobriu que o Sarney é o Sarney".

Lula cometeu erro estratégico

PHA se apresentou cético em relação aos resultados da Confecom. Para o jornalista, o governo Lula cometeu um erro estratégico ao não criar bases institucionais para derrotar o "PIG". O jornalista também defendeu a implementação de políticas públicas de estímulo aos veículos alternativos e considera que o avanço mais significativo na comunicação seja o trabalho de democratização do acesso à internet, embora lamente o engavetamento do projeto da Ancinav.

Além da Confecom, Paulo Henrique Amorim citou a descoberta de petróleo na camada de pré-sal como um dos motivos recentes de fúria da grande mídia e comparou a descoberta ao momento da campanha "O Petróleo é Nosso" e a situação política que levou ao suicídio de Getúlio. Já o professor Laurindo Lalo Leal foi além: "o golpe que matou Getúlio e o que derrubou João Goulart foram organizados pela imprensa".

A América Latina avança

Lalo defendeu que os caminhos para enfrentar o PIG passam pela presença regulatória mais forte do Estado em relação às concessões de espectro e o estímulo a veículos contra-hegemônicos. O ouvidor da EBC discorreu sobre os avanços em termos da democratização da comunicação em diversos países da América Latina, destacando-se o investimento em rádio e em veículos públicos.

Quanto ao Brasil, considera que o principal avanço foi a criação da EBC. Entretanto, ressaltou que qualquer tentativa de regulamentação é rapidamente taxada pelos veículos da mídia hegemônica como censura e citou o próprio caso da classificação indicativa e também a Ancinav.

"O debate sobre o PIG está crescendo, e deixa de ser coisa para especialistas". Com voz de satisfação, foi com esta frase que Altamiro Borges, o Miro, iniciou sua intervenção no debate. O jornalista valorizou a forte presença de movimentos sociais na conferência estadual de comunicação de São Paulo e soltou: "comunicação contaminada faz mais mal à saúde que água suja".

Processo da Confecom é pedagógico

Miro avaliou que o processo da Confecom é pedagógico, ajuda na tarefa de estimular o senso crítico e acredita que mais pessoas estão se dando conta de que a comunicação é um direito e uma questão primordial à democracia.

E levantou algumas bandeiras a serem defendidas na Conferência: fortalecimento da rede pública; rediscussão das concessões públicas; inclusão digital; fortalecimento da radiodifusão comunitária; estabelecimento de critérios para a distribuição da publicidade oficial, visto que hoje 48% desta verba é destinada só para a TV Globo; controle social e a constituição de um novo marco regulatório para a comunicação no país. E finaliza: "além do grande esforço da TV Pública". Miro defendeu ainda a criação da "Sociedade de Amigos da TV Brasil"

Para Miro, para combater o PIG é necessário organizar o "PIB", Partido Independente dos Blogueiros, termo alcunhado pelo jornalista Luiz Carlos Azenha, do blog "Vi o mundo", que estava presente ao debate.

Miro defende que, respeitando a diversidade, a riqueza dos blogs e outros veículos alternativos, é urgente criar uma sinergia entre esses veículos. Neste tema, Paulo Henrique Amorim defendeu a constituição de um fundo público, sem vínculos partidários ou religiosos, para financiar veículos alternativos.

O PL do Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) também foi citado como instrumento que tem o objetivo de cercear o uso da internet, considerado até então um espaço mais democrático.

Da Redação,
Por Luana Bonone

domingo, 2 de agosto de 2009

Texto clássico sobre manipulação na mídia: "De Bonner para Homer"

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Na redação, [o espectador do Jornal Nacional] foi apelidado de Homer Simpson. Trata-se do simpático mas obtuso personagem dos Simpsons, uma das séries estadunidenses de maior sucesso na televisão em todo o mundo. Pai da família Simpson, Homer adora ficar no sofá, comendo rosquinhas e bebendo cerveja. É preguiçoso e tem o raciocínio lento.

- por Laurindo Leal Filho, sociólogo e jornalista, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP (publicado na Carta Capital em 5/12/2005)

Perplexidade no ar. Um grupo de professores da USP está reunido em torno da mesa onde o apresentador de tevê William Bonner realiza a reunião de pauta matutina do Jornal Nacional, na quarta-feira, 23 de novembro.

Alguns custam a acreditar no que vêem e ouvem. A escolha dos principais assuntos a serem transmitidos para milhões de pessoas em todo o Brasil, dali a algumas horas, é feita superficialmente, quase sem discussão.

Os professores estão lá a convite da Rede Globo para conhecer um pouco do funcionamento do Jornal Nacional e algumas das instalações da empresa no Rio de Janeiro. São nove, de diferentes faculdades e foram convidados por terem dado palestras num curso de telejornalismo promovido pela emissora juntamente com a Escola de Comunicações e Artes da USP. Chegaram ao Rio no meio da manhã e do Santos Dumont uma van os levou ao Jardim Botânico.

A conversa com o apresentador, que é também editor-chefe do jornal, começa um pouco antes da reunião de pauta, ainda de pé numa ante-sala bem suprida de doces, salgados, sucos e café. E sua primeira informação viria a se tornar referência para todas as conversas seguintes. Depois de um simpático ‘bom-dia’, Bonner informa sobre uma pesquisa realizada pela Globo que identificou o perfil do telespectador médio do Jornal Nacional. Constatou-se que ele tem muita dificuldade para entender notícias complexas e pouca familiaridade com siglas como BNDES, por exemplo. Na redação, foi apelidado de Homer Simpson. Trata-se do simpático mas obtuso personagem dos Simpsons, uma das séries estadunidenses de maior sucesso na televisão em todo o mundo. Pai da família Simpson, Homer adora ficar no sofá, comendo rosquinhas e bebendo cerveja. É preguiçoso e tem o raciocínio lento.

A explicação inicial seria mais do que necessária. Daí para a frente o nome mais citado pelo editor-chefe do Jornal Nacional é o do senhor Simpson. ‘Essa o Homer não vai entender’, diz Bonner, com convicção, antes de rifar uma reportagem que, segundo ele, o telespectador brasileiro médio não compreenderia.

Mal-estar entre alguns professores. Dada a linha condutora dos trabalhos - atender ao Homer -, passa-se à reunião para discutir a pauta do dia. Na cabeceira, o editor-chefe; nas laterais, alguns jornalistas responsáveis por determinadas editorias e pela produção do jornal; e na tela instalada numa das paredes, imagens das redações de Nova York, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte, com os seus representantes. Outras cidades também suprem o JN de notícias (Pequim, Porto Alegre, Roma), mas elas não entram nessa conversa eletrônica. E, num círculo maior, ainda ao redor da mesa, os professores convidados. É a teleconferência diária, acompanhada de perto pelos visitantes.

Todos recebem, por escrito, uma breve descrição dos temas oferecidos pelas ‘praças’ (cidades onde se produzem reportagens para o jornal) que são analisados pelo editor-chefe. Esse resumo é transmitido logo cedo para o Rio e depois, na reunião, cada editor tenta explicar e defender as ofertas, mas eles não vão muito além do que está no papel. Ninguém contraria o chefe.

A primeira reportagem oferecida pela ‘praça’ de Nova York trata da venda de óleo para calefação a baixo custo feita por uma empresa de petróleo da Venezuela para famílias pobres do estado de Massachusetts. O resumo da ‘oferta’ jornalística informa que a empresa venezuelana, ‘que tem 14 mil postos de gasolina nos Estados Unidos, separou 45 milhões de litros de combustível’ para serem ‘vendidos em parcerias com ONGs locais a preços 40% mais baixos do que os praticados no mercado americano’. Uma notícia de impacto social e político.

O editor-chefe do Jornal Nacional apenas pergunta se os jornalistas têm a posição do governo dos Estados Unidos antes de, rapidamente, dizer que considera a notícia imprópria para o jornal. E segue em frente.

Na seqüência, entre uma imitação do presidente Lula e da fala de um argentino, passa a defender com grande empolgação uma matéria oferecida pela ‘praça’ de Belo Horizonte. Em Contagem, um juiz estava determinando a soltura de presos por falta de condições carcerárias. A argumentação do editor-chefe é sobre o perigo de criminosos voltarem às ruas. ‘Esse juiz é um louco’, chega a dizer, indignado. Nenhuma palavra sobre os motivos que levaram o magistrado a tomar essa medida e, muito menos, sobre a situação dos presídios no Brasil. A defesa da matéria é em cima do medo, sentimento que se espalha pelo País e rende preciosos pontos de audiência.

Sobre a greve dos peritos do INSS, que completava um mês - matéria oferecida por São Paulo -, o comentário gira em torno dos prejuízos causados ao órgão. ‘Quantos segurados já poderiam ter voltado ao trabalho e, sem perícia, continuam onerando o INSS’, ouve-se. E sobre os grevistas? Nada.

De Brasília é oferecida uma reportagem sobre ‘a importância do superávit fiscal para reduzir a dívida pública’. Um dos visitantes, o professor Gilson Schwartz, observou como a argumentação da proponente obedecia aos cânones econômicos ortodoxos e ressaltou a falta de visões alternativas no noticiário global.

Encerrada a reunião segue-se um tour pelas áreas técnica e jornalística, com a inevitável parada em torno da bancada onde o editor-chefe senta-se diariamente ao lado da esposa para falar ao Brasil. A visita inclui a passagem diante da tela do computador em que os índices de audiência chegam em tempo real. Líder eterna, a Globo pela manhã é assediada pelo Chaves mexicano, transmitido pelo SBT. Pelo menos é o que dizem os números do Ibope.

E no almoço, antes da sobremesa, chega o espelho do Jornal Nacional daquela noite (no jargão, espelho é a previsão das reportagens a serem transmitidas, relacionadas pela ordem de entrada e com a respectiva duração). Nenhuma grande novidade. A matéria dos presos libertados pelo juiz de Contagem abriria o jornal. E o óleo barato do Chávez venezuelano foi para o limbo.

Diante de saborosas tortas e antes de seguirem para o Projac - o centro de produções de novelas, seriados e programas de auditório da Globo em Jacarepaguá - os professores continuam ouvindo inúmeras referências ao Homer. A mesa é comprida e em torno dela notam-se alguns olhares constrangidos.