Após se reunir com a presidente Dilma Rousseff no início da noite desta sexta-feira (21) para definir seu futuro no governo, o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), foi confirmado no cargo pela presidente, num gesto que contradiz as expectativas da mídia hegemônica e da direita, que não pouparam esforços para derrubar o ministro comunista com base em denúncias sem provas feitas por um notório bandido.
A decisão é comemorada por dirigentes e militantes do PCdoB, que uniram forças em defesa do ministro e não capitularam à ofensiva midiática, baseada em calúnias, difamações e mentiras. Durante toda a semana, o ministro enfrentou e rebateu as falsas acusações feitas pelo PM João Dias, que desviou recursos do programa Segundo Tempo.
Mais cedo, Orlando Silva divulgou nota negando as denúncias publicadas ao longo da semana pela mídia. O ministro declarou que ele e a pasta foram alvos de "ampla campanha caluniosa" e reiterou que a Advocacia-Geral da União, em seu nome, entrou com queixa-crime contra as duas pessoas que fizeram a primeira denúncia à revista Veja, no último final de semana.
A nota rebate informações de que o programa Segundo Tempo beneficiaria pessoas ligadas ao PCdoB e que houve favorecimento em licitação do mesmo programa a uma empresa que teria apresentado preços relativamente caros de bermudas e camisetas. O ministro defendeu o programa Segundo Tempo e afirmou que o pregão do material ainda não foi concluído.
João Dias Ferreira, o policial corrupto que caluniou Orlando Silva, foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar dos desvios. O Ministério do Esporte exige judicialmente a devolução do dinheiro repassado aos convênios firmados com Ferreira, fato apontado pelo ministro como razão para as falsas denúncias.
A posição firme da presidente, que já havia se manifestado contra a crucificação de Orlando Silva e a tentativa de demonização do PCdoB (intensa nos grandes meios de comunicação), significa mais uma derrota para o chamado PIG (Partido da Imprensa Golpista), que fez uma campanha aberta de desinformação e difamação contra o ministro e os comunistas, traduzindo o atávico e raivoso anticomunismo da direita brasileira. Em 2002 e 2006, nas campanhas presidenciais (então com Lula), e em 2010 (com Dilma) não foi diferente. A mídia venal manipulou notícias, criou factóides e buscou explorar sentimentos obscuros e reacionários (acerca do abordo, por exemplo) para evitar o naufrágio da direita, que representa e de certa forma lidera. Mas não conseguiu evitar o sabor amargo da derrota, imposta pelo povo. O povo mostrou que não é bobo e falou mais alto, concedendo a Dilma uma vitória histórica. Parece que a mídia venal ainda não assimilou a mensagem das urnas.
Da Redação, com agências
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