Por Paulo Vinícius no Portal Vermelho
O ano de 2011 marcou uma mudança importante na luta de classes no Brasil. A direita move-se com ousadia. Faz a luta de ideias e se articula a partir dos grandes meios de comunicação. Com minoria no congresso, finalmente confrontada com a queda dos juros, mesmo assim atuou para conter os avanços transformadores, em especial mirando o crescimento eleitoral da esquerda e em especial dos comunistas, com um sentido claro de limitar as opções do eleitorado progressista.
Sua escolha foi a da propaganda da corrupção para ferir o governo e atacar a coalizão de Dilma. A minoria dos partidos de esquerda no Congresso precisa ser assegurada. A característica do sistema político centrista brasileiro precisa ser assegurada. Não cabem nesse cenário senão as oposições binárias. É preciso desidratar a esquerda e os comunistas foram atingidos exatamente por seu avanço eleitoral, orgânico e comunicacional.
Afinal, o PCdoB tem nomes competitivos em Fortaleza, com Inácio Arruda; em São Paulo, Netinho de Paula; em São Luís, Flávio Dino; em Porto Alegre, Manuela Dávila; em Rio Branco, Perpétua Almeida; Alice Portugal em Salvador; em Goiânia, Isaura Lemos, citando parcialmente. Para os conservadores é demais, em especial pela qualidade das lideranças, daí a verdadeira sanha de caça aos comunistas.
O factóide e o tribunal de exceção não são a verdade, e sim a força
A despeito de inequívocos avanços no Esporte reconhecidos pelo mundo do esporte e pela Nação, avanços que só se deram sob a direção dos comunistas e da esquerda, urdiram um factóide para tirá-los do governo Dilma e de suas responsabilidades junto à condução da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
Esperavam atemorizá-los (as), conter o avanço do PCdoB na institucionalidade, na juventude, nas prefeituras, na internet. Maior surpresa não poderia haver que a resistência cibernética levada adiante pela militância, em plena unidade com a direção partidária.
Quando se vêem as bandeiras que o PCdoB levanta, entende-se o rancor midiático, em especial porque elas ganham força na esquerda como um todo. Democratizar a mídia, tecer outro pacto nacional que passe pela produção e a valorização do trabalho para isolar o parasitismo rentista, mudar a política econômica, gestões municipais e uma ação institucional marcada pela participação popular e pela mudança real na vida do povo.
Daí a sórdida tentativa de desconstruir a militância, fazer grudar nos comunistas a pecha de corruptos. Esse propósito, entretanto, encontrou intransponível trincheira no coração abnegado dos militantes, na sua unidade, no brio com que defenderam sua honra. E o caráter mentiroso das denúncias, como tem se demonstrado pela total ausência de provas e a desqualificação dos "acusadores".
Boas notícias vermelhas de São Paulo dão o tom
O PCdoB e sua unidade com o PT frustraram as pretensões da direita, ao conduzirem o talentoso e experiente Aldo Rebelo ao Ministério dos Esportes, mas sem passar recibo à tentativa de desconstrução de Orlando Silva. O PCdoB leva à justiça as publicações detratoras. Há um clamor da militância e do povo para Orlando ser o puxador de votos para vereador em São Paulo.
E, ainda quanto a São Paulo, o PCdoB lançará outra liderança negra, Netinho de Paula, com respeitável apoio popular à Prefeitura, e de São Paulo veio a melhor notícia de fim de ano, um presente de Natal à altura do Brasil, o pedido de instalação da CPI da Privataria, pelas mãos do camarada Protógenes Queiroz, que encarnou o clamor popular de uma década para a investigação dos escandalosos crimes de lesa-pátria e corrupção denunciados pelo intimorato Amaury Júnior.
Viva o protagonismo, apesar dos percalços
Vemos então essa novidade, que é serem cada vez mais os comunistas chamados ao centro da luta de ideias com a direita e a imprensa golpista. Reputo a isso o especial anti-socialista de fim de ano do PIG, que incensa Vaclav Ravel em meio à piora da crise capitalista e aos Occupy mundo afora. Nesse cenário, nada melhor para os conservadores que a campanha anticomunista e anti-socialista, coberturas sistemáticas visando a estigmatizar as lutas de resistência da Coréia Popular e de Cuba. E eles queriam os comunistas no canto, gaguejando, renegando suas posições. Mas - alvíssaras! - não foi assim.
O intento da direita é esconder seu desespero mudo ante a comprovação dos crimes do neoliberalismo cometidos contra a Nação com a Privataria Tucana. O povo já sabe, e os puniu três vezes por isso, mas outra será a situação quando as provas de corrupção e de prejuízo ao país se tornarem públicas. Não é à toa que precisam agarrar-se no mais funesto e antidemocrático anticomunismo para vingar-se desse resiliente protagonismo dos vermelhos, que aprenderam com Amazonas, Grabois, Pomar, Arruda Câmara e Prestes que não se pode jamais desistir da luta.
Normal: Os comunistas sem a simpatia da direita
Outra frente da grande imprensa visou a pagar com trinta moedas de ouro - na verdade, os 15 minutos de fama - a quem na esquerda se dispusesse a fazer coro com a direita no intento de desconstruir o Partido Comunista do Brasil. Encontrou quem o fizesse, mas sem os salvar da pequenez.
Mas prevaleceu a solidariedade - muito mais representativa -, acalentando, enternecendo, emocionando, apoiando a militância no combate. Dessa vez, ao linchamento visando a desconstrução da honra de militantes de esquerda no governo enfrentou milhares e milhares de pessoas a contestar a imprensa golpista, com tuitaços e blogs. Uma luta desigual é certo, mas que demonstrou valor e imenso potencial.
Os embates formam os combatentes. E na refrega, a estratégia da direita visa a desmoralizar o ideal socialista e comunista e deslegitimar o Partido Comunista como legítima organização nacional, brasileira, campeã da defesa da democracia no Brasil, surgida do povo, herdeira de 90 anos de Histórias de lutas. Desejam ocultar, desvirtuar e detratar suas ideias sobre o Brasil e o mundo sem lhes oportunizar jamais o contraditório. A imprensa golpista não ouve o outro lado. E, supremo autoritarismo, querem definir os comunistas que consideram bons: mortos, vendidos, isolados, inofensivos, sectários.
Mas não pôde evitar, com seus furibundos ataques, de difundir a existência e seu incômodo com os comunistas. São já bem mais de 200 mil, e lideranças reconhecidas, honestas, combativas e representativas do povo. O tratamento anterior era ignorar, menosprezá-los, e isso não é, nem será mais possível. Os desafios são ainda maiores, exigindo mais firmeza e inteligência tática e estratégica para saber, com serenidade, vencer a presente quadra, avançando ainda mais na acumulação de forças.
O que o povo pensará do Programa Socialista do PCdoB?
Ante as provocações, ataques e o cerco, o PCdoB tem sua História de lutas, tem sua militância, tem suas opiniões sobre como mudar o Brasil, imediata e no médio e longo prazos, e tem seus aliados, por que é uma força que faz política em grande estilo.
Ademais, o PCdoB tem seu Programa Socialista para o Brasil, elaborado por sua militância democraticamente, com a singular, rica e democrática vida interna, razão de suas unidade e força.
É o Programa que diz o que pensam os encarnados sobre o Brasil, e o povo decerto se interessará pelas ideias inovadoras, combativas e classistas nele contidas. Porque o Brasil e o mundo querem mais de suas esquerdas, mais do que a barbárie capitalista pode oferecer, mais do que a mera humanização do capital. E um caminho realista e contemporâneo para o socialismo no Brasil terá no nosso povo ampla gama de simpatizantes. Senão, para que tanta bala para acertar o PCdoB antes do vôo?
O ano de 2012 será de grandes embates e oportunidades para esse partido que só cresce e se tempera na luta.
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