segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Protógenes, do PCdoB, fala sobre o papel da mídia nas crises políticas

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- por Protógenes Queiróz, em seu blog

Ao povo brasileiro e aos internautas: A palestra sobre “o papel da mídia nas crises políticas”, realizada no auditório da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo, na última terça-feira, 29 de setembro, reuniu uma mesa de debates formada por Protógenes Queiroz, carinhosamente chamado de Delegado do Povo, e os jornalistas Paulo Henrique Amorim e Mino Carta. Auditório lotado, compareceram professores, alunos e pessoas dos mais diversos segmentos da sociedade.

Inicialmente, os palestrantes, dentro do perfil de trabalho de cada um, fizeram uma explanação com fatos relacionados ao tema indicado. Os depoimentos contagiaram o público presente, que se manifestou com aplausos e, algumas vezes, com emoção e lágrimas, devido as experiências profissionais vividas pelos palestrantes ao longo da suas carreiras.

Oráculo do jornalismo brasileiro, Mino Carta, após discorrer sobre sua longa atuação profissional em diversos órgãos da imprensa nacional e internacional, a exemplo de Carta Capital, Revista Time, News Week, Veja, Isto É, entre outros, ressaltou a decadência do jornalismo “ao ser sustentado pelos sabujos e jagunços da mídia nacional”. Exemplificando os escândalos no Senado “como fruto da descoberta casuística da mídia nativa “… “Só hoje é que descobriram o Sarney…”. “…”Os tucanos são os representantes da UDN do passado”. A mídia brasileira nos últimos tempos tem contribuído para atacar a democracia da informação e desqualificar a classe política e os partidos políticos, a fim de favorecer uma minoria gananciosa e milionária para se perpetuarem no poder e satisfazerem seus interesses pessoais ou de grupos, em prejuízo da sociedade e do Brasil”, disparou o Diretor de Redação da Revista Carta Capital.

Por sua vez, o jornalista Paulo Henrique Amorim ressaltou a importância da mídia por meio da internet como blogs, rede de relacionamento social, twittter e outros; “são instrumentos de divulgação de ideias”, disse. Acrescentado ainda da possibilidade pública de defesa contra atos mentirosos lançados pela “grande” mídia. Para ele, “na autoproclamada grande mídia as notícias são tratadas com muito exagero e pouco diálogo, a informação divulgada tem que ter compromisso com a verdade dos fatos, e não com a mentira”, ensinou.

Em nossa participação, destaquei o trabalho de mais de 15 anos de combate a corrupção, desde à época em que fui Procurador de município no Estado do Rio de Janeiro - quando coordenei a cassação do mandato do prefeito de uma cidade vizinha, ao exercício do cargo de Delegado de Polícia Federal, sempre à frente de complexas investigações. Chegando a prender, dentre outros, políticos, gente poderosa e recuperar bilhões de dólares para o Brasil. Executei, ainda, a primeira fase da Operação Satiagraha, resultando no desmonte do maior esquema de corrupção do Brasil e na condenação do banqueiro Daniel Dantas e sua quadrilha a uma pena de 10 anos de prisão, multa de 12 milhões de reais e bloqueio aproximado de 3 bilhões de dólares. Vale ressaltar que muitos dados apurados pela Satiagraha estão servindo de suporte nas investigações da justiça norte-americana contra o citado banqueiro.

Ao final, agradecemos a iniciativa dos alunos da ESPM. Tudo foi muito proveitoso e interessante, mas notamos a emoção no semblante de muitos presentes quando falei a respeito de uma palestra ministrada em um colégio da rede particular de ensino fundamental e médio da cidade de Londrina, no Paraná, munido de uma centena de perguntas daqueles estudantes ( entre 08 a 15 anos de idade). Vale a pena relembrar aqui:

“O senhor acha que a justiça privilegia os ricos” ?

“Sabemos que há grande trama de corrupção na política do Brasil. É possível que nós, cidadãos lutemos pelo cumprimento das leis, mesmo para os poderosos influentes? Como faremos para acabar com esse “câncer” do nosso país, mesmo que tudo se volte contra a nossa ação, mesmo que com isso sejamos até mesmo ameaçados e chantageados”?

“Você acha que a justiça no Brasil favorece os ricos ou os políticos”?

“Como podemos nos levantar para lutar em um país que não temos exemplos, em um país que não lutamos nem pela sua independência”?


Surpresos, ao ouvirem alguns questionamentos dos estudantes de ensino fundamental e médio, restou aos palestrantes a emocionante lembrança quando expressei meu sentimento de saudade. Ressaltando que o encontro era o mais importante evento em que participei nos útlimos doze meses. Para encerrar, citei uma passagem da vida do saudoso poeta da Vila do Rio de Janeiro Noel Rosa ” …trazer luto é vaidade de quem se veste a rigor, meu luto é saudade e saudade não tem cor…”.

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