segunda-feira, 25 de abril de 2016

PCdoB ADOTA POLÍTICA EDUCACIONAL INOVADORA NA PREFEITURA DE JUNDIAÍ


Os debates intensificados e muitos vezes rasos sobre a atual crise política no país fazem muitos refletirem sobre a Educação. Uma Educação libertadora que permita ao cidadão refletir e ter opinião própria sobre vários aspectos da vida, sem virar “refém” da mídia, que já tem o seu lado.

Para o nosso entrevistado isso é possível com uma escola que ensine aos seus alunos que as diferenças e divergências de opiniões são naturais em uma democracia. O trabalho educativo tem que trazer essa consciência política, de modo que a política não seja entendida apenas como a via institucional e partidária. Política é o compromisso de cada cidadão pelo bem da sociedade”, reflete.

Em sua sala, um quadro do filósofo e educador Paulo Freire revela de onde busca inspiração para fazer uma Educação diferenciada e progressista em Jundiaí.

Há um ano à frente da Secretaria de Educação, José Renato Polli acumula várias mudanças que apontam para esse sentido, colocou em prática um programa pedagógico, que permite a participação de educadores e da comunidade, na construção de políticas públicas.

Todo esse acúmulo e a visão humanista sobre a Educação vem da sua vasta experiência na área, mas também de quase 30 anos de militância na esquerda. Embora esteja no PCdoB há pouco tempo tem contribuído muito para deixar a marca do PCdoB na Secretaria. “O PCdoB é um dos sustentáculos do governo, o desafio é ajudar a construir uma política de governo com a perspectiva progressista. Acredito que o PCdoB tem feito isso muito bem”.

Confira abaixo a entrevista com o Secretário:

Como encarou o desafio de ser o Secretário de Educação de Jundiaí?

Polli– Fiquei muito feliz pelo reconhecimento e pela oportunidade de desenvolver um projeto diferenciado com base nas minhas crenças pessoais e do coletivo da educação que acredita em uma educação mais progressistas, e no meu ponto de vista, neste último ano, conseguimos dar esse rumo para a proposta pedagógica, um dos nossos focos nesse período.

Estou na educação há mais de 30 anos e estou desde o começo da gestão na Secretaria de Educação, então assumir a Secretaria foi também decorrência do meu trabalho na área, um desafio muito grande que assumi junto com minha equipe e acredito que estamos avançando muito.

Quais foram as principais mudanças estabelecidas com a sua chegada à Secretaria?

PolliEnumero em três frentes em processo de implantação na rede. A primeira é de ordem física e material, a manutenção das escolas da rede, trabalhos de reformas, ampliação, manutenção, construção de salas, coberturas de quadras, entre outros. Embora muitas ações tenham sido realizadas temos muito trabalho pela frente, pois é uma rede grande, mas aos poucos pretendemos atender toda a demanda.

Outra frente é o projeto pedagógico, colocamos em prática alguns projetos estratégicos como a elaboração das diretrizes curriculares, diretrizes pedagógicas, preparação de um Fórum de Educação para começar o debate de ideias sobre a área e a transformação do Conselho Municipal de Educação em um Conselho deliberativo.

Houve também a criação de seis núcleos pedagógicos na rede, alguns eram supervisões específicas e se tornaram núcleos, a exemplo do que existe em cidades como São Paulo. São os núcleos educacionais de Educação e Cultura Corporal, de Educação e Língua Estrangeira, de Educação Sociocomunitária, de Educação Socioambiental, Arte Cultura e Educação e Centro de Imaginação Moinhos de Vento.

Esses novos projetos demonstram uma maior aproximação da Secretaria com os profissionais da educação. Esse é o intuito?

PolliCom certeza todo o nosso processo pedagógico está sendo construído sobre esse viés. Os núcleos tem entre seus objetivos dar autonomia para as unidades escolares desenvolverem projetos dentro da realidade de cada localidade.

Eu visitei aproximadamente metade da rede para conhecer a estrutura das escolas, os profissionais, alunos, o ambiente e ver as necessidades; isso foi muito importante nos aproxima da realidade de cada escola, agora pretendo continuar as visitas nas outras unidades.

Também tivemos importantes avanços com relação aos direitos trabalhistas nos primeiros anos da gestão como reajustes para as categorias, a implantação da lei que obriga o cumprimento de um terço da jornada em horas de formação. Hoje o professor tem o direito de das 30 horas semanais de trabalho, cumprir 20 em sala de aula e aproveitar 10 horas em sua formação, com 5 horas em local de livre escolha e 5 nas formações específicas da secretaria. Também houve a contratação de novos profissionais por meio de concursos públicos.

O reconhecimento salarial do profissional e a autonomia para ajudar na construção do processo pedagógico contribui muito para melhorar, cada vez, a educação no município.


Nesse processo de maior participação dos profissionais da educação, houve também mudanças na diretoria de alimentação escolar. Poderia nos explicar sobre essa mudança?

PolliEu destaquei a Roseli Regina Gomes da Silva para gestora da área com a ideia de ressignificar o trabalho de alimentação escolar vinculado ao processo pedagógico.

Inclusive nas visitas às escolas conheci projetos já desenvolvidos pelos educadores e cozinheiras. Fiquei muito satisfeito, pois é esse o nosso propósito. Conseguimos melhorar a condição de trabalho das cozinheiras e cozinheiros, além de estudos para parcerias para aprimorar o trabalho nesta área.

Com relação a interface com outras pastas da secretaria houve um grande avanço entre a Secretaria de Educação e Coordenadoria dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Vocês criaram a diretoria inclusiva, quais foram os avanços até então?

Polli– Quando assumi como secretário transformamos a supervisão de educação inclusiva em uma diretoria e trouxemos a professora universitária e psicóloga Samanta Palmieri, que possui uma vasta experiência e já havia trabalho em diversas entidades da cidade.

A demanda aumentou na rede pelo fato de termos criado a diretoria, as pessoas começaram a procurar esse direito, dobramos o número de crianças que estão sendo assistidas na rede.

Conseguimos consolidar a contratação de uma empresa que presta serviços com cuidadores especializados para crianças com deficiências que possuem o direito desse acompanhamento.

Aos poucos estamos planejando a expansão desta diretoria e pretendemos consolidar o atendimento para todas as crianças. Também houve avanços no transporte das crianças às escolas.

A parceria com a Coordenadoria dos Diretos das Pessoas com Deficiência foi fundamental para esses avanços, já que a política pública vai sendo construída por meio do compromisso de todos os envolvidos.

A reformulação do programa Educação de Jovens e Adultos e a vinda do Instituto Federal também são marcas dessa gestão. Nos conte um pouco sobre esses avanços.

Polli– A Educação de Jovens e Adultos (EJA) passou por uma reestruturação administrativa e pedagógica, o que resultou uma diminuição significativa do número de analfabetos na cidade.

Agora a maior parte das aulas são presenciais, instituímos também modalidades de ensino profissionalizante conjuntamente ao ensino fundamental e descentralizamos as aulas. Essas mudanças qualificaram o processo e a procura aumento muito, tanto do ensino fundamental como do médio.

Juntamente com este trabalho tivemos a implantação do campus avançado do Instituto Federal em Jundiaí, com cursos técnicos gratuitos de comércio e informática a distância. O objetivo é conquistar recursos para a construção de um campus pleno, já temos o terreno, assim poderemos ofertar cursos superiores.

Qual é o principal desafio da Secretaria de Educação?

PolliSão muitos desafios, mas pela extensão social do problema, as vagas em creches são um desafio muito grande. Pelo nosso compromisso com as crianças e as famílias, estamos enfrentando este problema, inclusive temos dados que apontam alta taxa de nascimentos na cidade, o que aumenta nossa responsabilidade no planejamento das ações para atender a todos.

Quando assumimos haviam 2.600 crianças na fila de espera, chegamos a criar mais de três mil vagas nesses três anos, ampliamos os convênios com escolas particulares, criamos novas salas de aulas, construímos uma nova creche e outra está em construção, ações que reduziram em 40% do número inicial de crianças na fila.

Porém, nosso maior desafio é diminuir ainda mais essa fila, uma demanda que requer muito esforço, um trabalho social amplo e recursos para a construção de novas unidades. Estamos empenhados nisso.

Como é uma demanda social antiga e em expansão, as soluções dependem de vários fatores. Não basta planejar esta expansão isoladamente, ela tem que ser pensada na interface com outras políticas públicas de trabalho e renda, moradia, saúde, etc.


Percebemos uma secretaria com uma visão muito humanizada, seja na atenção dada aos professores, alunos pais e profissionais. Isso é um pouco da sua vivência política da esquerda.

PolliNão tenho dúvida, o pensamento de esquerda é um pensamento humanista embora existiam pessoas da própria esquerda que acham que não, que humanismo é um braço do conservadorismo, na minha opinião não. Apesar de estarmos num momento de revisão e redefinição do papel da esquerda, creio que o humanismo é sua marca.

Essa visão humanista supõe que o cidadão deve participar das decisões, estou me referindo ao diálogo. Precisamos valorizar todas as experiências e conhecer a realidade das pessoas para pensar em projetos e programas que atenderão às suas necessidades. Estabelecer o diálogo é um processo em construção e trabalhoso.

O diálogo não é uma coisa dada, muitas pessoas entendem que dialogar é só fazer reivindicações e não é, já que há diferentes necessidades de diferentes atores sociais. Eu particularmente acho que simplesmente reunir as pessoas não é o único meio de estabelecer o diálogo, temos outros meios como, por exemplo, essas visitas às escolas são uma forma de estabelecer o diálogo.

Mas estamos conversando muito para permitir essa construção, atendi várias comissões junto com o sindicato para tratar de assuntos da categoria, sempre estou aberto ao diálogo.

Como a educação pode contribuir com essa nova geração de crianças e adolescentes nesse momento tão conturbado na nossa história política, econômica?

Polli A escola tem uma tarefa fundamental que é mostrar para as crianças que as divergências e diferenças de olhares e percepções sobre social, a política, a econômica e todas as dimensões de nossa existência são naturais.

As diferenças não podem se tornar um campo de batalha, temos que valorizar o que Paulo Freire chamava de processo de conscientização. Conscientização não é apenas tomar consciência da realidade, mas agir sobre ela. Todos temos que, com a tranquilidade que a democracia envolve, quando as diferenças não são movidas por motivos torpes, considerar a vida social e pessoal como algo bom para todos.

Vi em uma postagem de um amigo meu, que crianças tem brigado nas escolas por conta da cor da camisa ou porque a outra está comendo coxinha. A situação em vez de ser apontada como problema é uma oportunidade educacional de mostrar que na democracia as diferenças de opiniões fazem parte do processo.

A escola tem papel determinante no debate de ideias, comparação de situações de fatos, para que os alunos tenham sua própria percepção e não se deixem influenciar pela mídia, que já tem sua percepção pronta dos fatos.

O trabalho educativo tem que trazer essa consciência política, de modo que a política não seja entendida apenas como a via institucional partidária. Política é o compromisso de cada cidadão pelo bem da sociedade.

Como você avalia a participação do PCdoB na gestão pública?

PolliEstou bastante satisfeito com a atuação do partido no governo e tenho certeza que terá papel fundamental nas próximas eleições, por todo o trabalho realizado nas pastas comandadas pelos seus militantes. O partido está forte, tenho acompanhado as filiações, os debates.

Defendo a continuidade do apoio ao prefeito Pedro Bigardi. Apoiar o projeto do governo, que contempla a atuação de outras forças, porque acredito que continuaremos a ter participação destacada.

O PCdoB é um dos sustentáculos do governo, o desafio é ajudar a construir uma política de governo com a perspectiva progressista. Acredito que o PCdoB tem feito isso muito bem.

Na Secretaria de Educação temos quatro “cabeças pensantes” que são do PCdoB eu, o professor Marcel, o professor Adriano e a diretora Roseli, quatro militantes do partido que se esforçam muito para imprimir essa marca do PCdoB na gestão.

Minha história na esquerda começou há 27 anos e recentemente me filiei ao PCdoB. Estou ainda em fase de adaptação no partido, mais observando e aprendendo. Parabenizo a coerência do partido, que mesmo com muitas dificuldades não parou. Creio que seja uma força política fundamental na cidade hoje.


Texto e fotos: Eliane Silva Pinto

sábado, 16 de abril de 2016

JUNDIAÍ CONTRA O GOLPE


Nesta sexta-feira, 15 a cidade de Jundiaí conheceu a união o povo da esquerda pela democracia, um ato realizado na Praça Erazê Martinho, praça Ponte Torta, mostrou que Jundiaí não tem apenas um lado, também tem o lado de pessoas que acreditam nos avanços obtidos com o governo de esquerda e lutaram até o fim para não permitir que haja retrocesso, que não tenha o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Por volta das cinco horas dezenas de pessoas deram vida a recém inaugurada praça Erazê Martinho, o local como muitos falaram não poderia ser outro, Erazê Martinho foi vereador do PT e um aguerrido lutador pelos direitos sociais.

Com cartazes, faixas e bandeiras dos movimentos sociais e políticos, a praça representou o sentimento de todos ali presentes. “Lutar até o fim”. O ato foi organizado pela Frente Brasil Popular de Jundiaí e Região formada por mais de 30 movimentos sociais, culturais, entidades políticas e sindicais.

Em sua fala o vereador Rafael Purgato (PCdoB) reiterou o apoio e a luta do PCdoB para não permitir o golpe no país. “O PCdoB é um partido de muitas lutas e nessa defenderemos o governo até o fim, não é possível essa manobra para tirar uma presidente eleita pelo voto do povo, dá vergonha de ver esse complô desses políticos e da grande mídia a favor do golpe, somos muitos e vamos resistir até o final”, enfatizou.


O advogado Anderson Leriano foi enfático ao afirmar o incômodo de muitos ao ver o filho da empregada sentado no banco de faculdade. “Quando decidi fazer faculdade acharam uma loucura como ‘pode o filho de uma empregada ser doutor?’, hoje sou formado e sou doutor, graças aos governos de Lula e Dilma”.

Para a representante da ONG Aliados Rose Gouveia muitos dos defensores do impeachment são contra o movimento LGBTQ++. “Esses conservadores defensores do golpe não nos querem por perto, se o golpe passar vamos voltar aos guetos, os avanços obtidos até agora não teremos mais, a primeira medida que farão é retirar a lei que permite o casamento homoafetivo”, afirma ao citar os diversos deputados da oposição, como Bolsonaro e Feliciano que não poupam ofensas em seus discursos ao movimento.


O movimento Hip Hop também estava representado no ato, Ricardo Kadinho citou a luta do movimento Hip Hop há anos para as periferias terem voz e seus direitos. “O movimento Hip Hop salvou muita gente, deu oportunidade para muitos e está unida contra o golpe. Hoje a periferia está dentro dos aeroportos, entra nos prédios pelo elevador social, a periferia teve ascensão e direitos garantidos com o governo de esquerda no país”.


O ato acabou com um show de rap com letras que transmitiam o sentimento de todos ali, o sentimento de luta, o sentimento de direitos iguais em um país sem discriminação.

Texto e fotos: Eliane Silva Pinto
















terça-feira, 12 de abril de 2016

PCdoB REVOLUCIONA A JUVENTUDE DE JUNDIAÍ



Ao adentrar a porta de um dos prédios tombados pelo Condephaat no Complexo Fepasa, um aparelho de som ligado com músicas jovens
dá boas vindas aos visitantes, ao olhar ao redor vários desenhos e grafites dão um ar ainda mais jovial ao espaço. Na outra sala bancos feitos com pallets cercado por uma decoração despojada, e de muito bom gosto, é um convite para um bom bate papo.

Ao subir para o segundo andar do prédio um mural de fotos “denuncia” os responsáveis por tudo isso, são quatro jovens com muitas ideias na cabeça e também muita atitude. O local visitado é o Estação Juventude que materializou um sonho dessa turma, oferecer oportunidades à juventude de Jundiaí.

Coordenado por Narrinam Camargo (Nana), o Estação Juventude é fruto de muito trabalho da Coordenadoria de Juventude existente há três anos na cidade. Com Nana trabalham os competentes e dinâmicos Daniel Lemos, Thiago Santos e Willian Sanches, essa turma vem fazendo a diferença para a juventude da cidade.

Confira a entrevista abaixo a entrevista com Nana sobre o trabalho realizado. “A UJS e o PCdoB me deram a ternura necessária pra me sensibilizar com as contradições do mundo, mas também o pragmatismo para não ficar apenas sentada vendo a vida passar, me deu a vontade de lutar sempre, onde quer que eu esteja”.

Nana e Daniel
Jundiaí até esse governo não tinha uma Coordenadoria da Juventude, como foi para você essa experiência de começar essa Coordenadoria a partir do zero?

Nana-­ Foi uma experiência muito interessante entrei muito nova, tinha acabado de completar 18 anos, estava aprendendo sobre tudo, não tínhamos um modelo a seguir, Jundiaí teve algumas experiências com projetos para a juventude mas nada que conseguisse mobilizar, nada que fosse uma política construída, então de fato começamos do zero.

Nossa maior dificuldade foi entender como funcionava a máquina pública, o acúmulo político, graças ao partido e a formação dentro da UJS, eu já tinha, eu sabia o que era necessário de ser feito, a grande dificuldade foi entender como se fazia dentro da administração pública, que tem um tempo muito diferente, muito distante da realidade do que precisa ser feito na prática, então acho que o choque de aprender a lidar com a máquina pública foi o maior desafio.
As dificuldades fizeram com que  eu aprendesse muito, quando tivemos problemas de orçamento, por exemplo, lutamos por recursos e hoje temos um convênio com o Governo Federal, que é o programa Estação Juventude e um novo convênio com o Governo Estadual que vai começar agora dentro das escolas estaduais, além disso tivemos inúmeras parcerias com a iniciativa privada.

Acho que fizemos uma gestão inteligente, conseguimos criar alternativas para a burocracia e as limitações, sem se afastar do que era importante de ser feito.

Qual a sua avaliação sobre esses três anos da Coordenadoria?

Nana-­ O maior avanço desses três anos acredito eu que foi a aproximação com a juventude, eu entendi que para conseguir fazer as coisas precisávamos ter do lado a juventude, a partir disso começamos a pautar a política com base no que eles diziam.

Desde 2013 quando a Coordenadoria foi criada fizemos duas grandes conferências municipais, a primeira com cerca de 200 jovens e a do ano passado com mais de 500 jovens, um marco na gestão, com a participação de jovens de várias regiões da cidade, conseguimos colocar em prática tudo o que a gente defende na teoria no que diz respeito a participação do jovem na gestão pública.

Temos mecanismos de diálogo permanente com o jovem, seja no Estação Juventude, no Conselho de Juventude, nos grandes encontros como Plano Diretor Participativo, Plano de Segurança Pública, uma série de projetos que a gente garantiu a participação do jovem, ente outras.

Todas as atividades serviram para que o jovem entendesse que estamos aqui para dialogar mesmo, que não era só para encher o auditório quando fosse interessante ou para falar com eles de quatro em quatro anos.

O Estação Juventude completou 1 ano dia 4 de abril, sem dúvida uma grande conquista. Quais são os resultados que você pode enumerar desde a criação do Estação?

Nana-­­ O Estação Juventude é a concretização de tudo o que a gente discute, já tivemos mais de 100 atividades, mais de 5 mil jovens passaram por aqui, realizamos ações nos bairros, criamos relação com associações de bairros, coletivos culturais, grêmios estudantis.

Além das várias oficinas oferecidas, o Estação Juventude também funciona como um espaço de convivência e uma porta de entrada do jovem para o serviço público, oferecemos um cardápio de oportunidades. Aqui no Estação, o jovem consegue ter acesso à informação sobre todos os projetos da iniciativa pública. 

Maior objetivo do Estação Juventude é ajudar o processo de construção do futuro do jovem, no Estação ele pode ter contato com uma série de oficinas de temas diferentes, música, dança, gastronomia, moda e de repente se identificar com algo. É uma satisfação imensa saber que o Estação contribuiu e continuará contribuindo para a autonomia do jovem. Temos jovens que entraram na faculdade e conseguiram seu primeiro emprego, graças ao Estação. 


Tanto a Coordenadoria e o Estação Juventude são comandadas por jovens, então passa a ser uma realização pessoal também. Como é isso para você?

Nana-­ A política se torna mais humana quando ela é pessoal, talvez seja um pouco isso que falta, empatia. Eu sou jovem, fui estudante de escola publica não tive uma vida privilegiada, sou de uma família normal, com todas as suas dificuldades e alegrias.

Tive que remar muito contra a maré para continuar na militância, na época não se discutia isso, na época o jovem tinha que estudar e no máximo trabalhar, não tinha que se envolver com a política porque a cidade não tinha essa cultura.

Para mim hoje é uma realização pessoal saber que podemos ofertar para esses jovens coisas que não tivemos, seja um cursinho pré-vestibular, tivemos informação agora no final de ano de jovens que conseguiram entrar em faculdades públicas, graças ao cursinho que fizeram aqui.

Eu me lembro que na minha época de escola eu não tinha condições de pagar para fazer um cursinho pré-vestibular e as iniciativas que tinham eram muito tímidas, e hoje poder ofertar isso gratuitamente para os jovens, sim, é uma realização pessoal também. Ver que hoje vivemos em uma cidade com muitas iniciativas estudantis, culturais e políticas, ver que o hoje o jovem tem mais liberdade de expressão e condição de se impor como sujeito de direitos na sociedade, é maravilhoso.

Dias atrás, um amigo meu me disse que foi visitar uma Escola Estadual e uma menina que me conheceu no ano passado, durante uma visita minha a escola, disse a ele que queria ser igual a mim (coordenadora de juventude) quando crescesse, isso me tocou muito. Percebi que mesmo em uma escala pequena, minhas ações influenciam muitos jovens direta e indiretamente. Hoje me esforço para ser exemplo na vida pública e na privada. 

Como sua formação política ajuda na condução da Coordenadoria?

Nana-­­ Minha consciência política e cidadã vêm da minha vivência dentro do partido, fui da UJS em uma época que não se tinha espaço de diálogo então eu sei como é ruim para um jovem adolescente que só tem sonho na mochila ver isso ser cerceado por uma administração pública tirana que não dialogava, graças a essa vivência eu sei o que eu não posso fazer e o que precisa ser feito urgentemente.

A UJS e o PCdoB me deram a ternura necessária pra me sensibilizar com as contradições do mundo, mas também o pragmatismo para não ficar apenas sentada vendo a vida passar, me deu a vontade de lutar sempre, onde quer que eu esteja. 


A institucionalização das políticas públicas também é algo novo tanto para a UJS como para o PCdoB e vocês com todo o esforço na Coordenadoria acabaram virando referência para muitas cidades. Como você analisa isso?

Nana-­ Cada cidade tem suas características e estamos muito longe de ser o ideal, fizemos o que era mais importante e urgente, mas é muito gratificante poder trocar experiências, aliás precisamos, cada vez mais, disso para conseguirmos ocupar cada vez mais espaços.

A UJS (União da Juventude Socialista) e o PCdoB não pode ser só visto como as pessoas que mobilizam, mas sim pessoas que sentam na mesa para discutir e colocam as coisas em prática. Avalio isso como um grande desafio para nós, conseguir institucionalizar tudo o que defendemos na rua e temos ótimos quadros para isso.

A partir da nossa experiência aqui eu comecei a doar parte do meu tempo a compartilhar com os nossos camaradas essas iniciativas, então a gente teve a honra de contribuir na estruturação da coordenadoria de Osasco, que o querido camarada Diego Nogueira assumiu, já recebemos a visita de diversas cidades do Estado de São Paulo e também de outros Estados como do Maranhão, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Me sinto muito feliz em conhecer essas pessoas fantásticas e poder contribuir, nem que for um pouquinho, com essas iniciativas para ajudar a nossa juventude.

O PCdoB tem uma forte militância na juventude como é a relação da Coordenadoria com esses movimentos sociais?

Nana-­ Por ter vindo do movimento estudantil eu entendo a importância do movimento social organizado, quem conversa todos os dias com a juventude é o movimento social, o governo tem a função de receber todas as reivindicações e trabalhar em cima delas, não dá para se discutir participação da sociedade civil na gestão pública sem o empoderamento desses movimentos sociais.

Nós já construímos muita coisa em comum, temos forte ligação com os movimentos estudantis aqui da cidade, da Fatec, do Uniancheita participamos desses processos, incentivamos a criação de grêmios estudantis dentro das escolas todo o ano, participamos da reconstrução da UJES (União Jundiaiense dos Estudantes Secundaristas) e apoiamos diversos coletivos de cultura novos, que tem balançado a cidade. 


O que vocês pretendem lutar para conseguir nesse ano?

Nana-­ Em ano de processo eleitoral nosso maior desafio é garantir que independente dos resultados das urnas o trabalho não pare, eu acho que fomos muito exitosos no que construímos até aqui, ainda há muito mais para construir.

Hoje estamos reestruturando a lei do Conselho da Juventude, teremos uma nova programação de oficinas do Estação, será lançado um Edital onde vamos escolher 12 oficinas, além de parcerias importantes, são muitas coisas acontecendo não pode haver retrocesso e sim a ampliação dos serviços. Caso aconteça uma mudança a gente consiga fazer uma transição pacifica que não prejudique o que foi construído até agora.

Como você avalia o PCdoB na Prefeitura de Jundiaí?

Nana-­ Eu estou no PCdoB há muito tempo e tive a oportunidade de acompanhar a construção o projeto para conquistar a prefeitura e a gente conseguiu, somos um partido de porte moderado na cidade, que nunca tinha estado dentro do Executivo e a gente conseguiu desempenhar um grande papel.

Tivemos algumas perdas significativas ao longo do processo, mas os verdadeiros comunistas abrilhantaram a gestão, deram um caráter social, humano, democrático e participativo. O PCdoB fez a diferença seja comandando grandes pastas como a Cultura, por exemplo, como nossos assessores na rua. Nós demos um caráter de povo para o governo.



Texto e fotos: Eliane Silva Pinto

quinta-feira, 7 de abril de 2016

VEREADOR RAFAEL PURGATO DEFENDE A DEMOCRACIA NA CÂMARA MUNICIPAL DE JUNDIAÍ


Uma ordem que tem o dever de representar um conjunto de advogados e o dever de zelar pela democracia e pela legalidade não poderia estar apoiando um processo de impeachment como esse que está sendo construído”. Fala do vereador Rafael Purgato (PCdoB) em sessão da Câmara nesta terça-feira a favor da democracia.

A discussão de extensa repercussão nacional chegou nessa terça-feira, 5 à Sessão da Câmara Municipal de Jundiaí, devido a uma moção apresentada pelo presidente da Casa Marcelo Gastaldo a pedido da 33ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil de Jundiaí (OAB) a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Ao explicar seu posicionamento, o vereador Rafael Purgato falou sobre a luta do seu partido pela democracia. “Sou do PCdoB, um partido que em todos os momentos da história recente do país em que teve uma quebra da ordem institucional lutou pela democracia, um partido que foi perseguido, massacrado mas sempre se manteve firme em seu posicionamento e minha fala hoje aqui segue essa mesma linha”.

Para o vereador, a OAB Jundiaí cometeu um equívoco ao apresentar a moção na Casa sobre um processo de impeachment que não tem base jurídica. “Essa nova direção eleita da OAB foi colocada sob judice e o presidente eleito Bressan falou que era importante respeitar a eleição, a escolha dos advogados, agora apresenta essa moção que não se respeita o voto popular em um processo sem fundamentação jurídica. Ele teve apoio na eleição de advogados da corrente popular que gostariam de uma OAB diferente, mais democrática, não é isso que vemos agora”, alegou.

Mesma opinião compartilhada pelo advogado Thiago Santos, para ele a OAB Jundiaí atropela a legalidade e atua de mãos dadas com a arbitrariedade ao apoiar um pedido eminentemente político sem preencher requisitos legais. “Os representantes da Ordem dos Advogados do Brasil devem ser incansáveis defensores da legalidade, democracia e justiça social, e deveriam ter apreendido com o grave erro cometido em 64. A OAB Jundiaí sequer consultou seus membros ou tomaram o cuidado em deixar claro, que tal opinião, não é unanimidade entre a classe”, afirmou.

De acordo com o vereador, o processo de impeachment é um golpe contra a democracia, pois não há sequer uma prova contra a presidenta diferente de muitos que a acusam. “Temos que respeitar a democracia ela foi eleita e até agora não conseguiu governar, o governo pode ser bem ou mal avaliado, as pessoas gostarem ou não, isso faz parte do processo democrático, agora não podemos tirar um presidente sem prova nenhuma de irregularidades”.

Purgato complementa ao afirmar que o impeachment é uma manobra da oposição para assumir o poder e barrar as investigações da Lava Jato. “Torcemos que as investigações da Lava Jato vá ate as últimas consequências, a lista da Odebreacht tem mais de 24 partidos, tem agora o escândalo das empresas offshore, a presidente não apareceu em nenhuma dessas listas, agora querem tirá-la do poder para parar as investigações, não podemos permitir isso”.

O vereador foi enfático ao falar sobre o vice Michel Temer que entrará para história como um grande golpista dessa nação.”Ele foi eleito para ser vice-presidente, se ele quer virar presidente ele precisa ganhar a eleição. É isso que queremos para o país? Ter Michel Temer e Cunha governando o Brasil?”, questionou.

Confira o vídeo do discurso na Câmara do vereador: 
http://vermelho.org.br/noticia/278901-39

Texto: Eliane Silva Pinto
Foto: Ana Cristina Cavalcante

segunda-feira, 4 de abril de 2016

UM ANO DE OPORTUNIDADES PARA A JUVENTUDE


Um espaço onde o jovem se sinta à vontade para fazer os cursos, oficinas, workshop ou até mesmo fazer novos amigos. Com esse intuito há um ano funciona em Jundiaí, o Estação Juventude vinculado a Coordenadoria da Juventude, da Prefeitura de Jundiaí.

O espaço localizado no Complexo Fepasa já recebeu mais de 100 cursos e oficinas, mais de 5 mil jovens já passaram pelo espaço nesse primeiro ano de funcionamento. O Estação Juventude foi todo pensado para a juventude, todas as oficinas tem a linguagem do jovem, o espaço também é convidativo para a juventude, um local idealizado e administrado por jovens.

Para a coordenadora do espaço Narrinam Camargo esse um ano do programa é a materialização de um sonho. “O Estação Juventude é o sonho de todos que compreendem que a juventude não é problema, mas sim a alternativa para um novo modelo de sociedade. Seja para dar informação, ministrar uma oficina, ou até conversar, estaremos sempre de portas abertas para todos vocês”, afirma.

Narrinam lembra de jovens que passaram pelo Estação Juventude e conseguiram entrar em uma faculdade, pois fizeram o cursinho pré-vestibular, ou conquistaram o primeiro emprego, devido aos cursos e oficinas. “Jovens que conheceram um grande cardápio de oportunidades que antes não existiam e hoje fazem a diferença”.

Texto: Eliane Silva Pinto
Foto: PMJ

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Advogados de Jundiaí lançam petição pedindo consulta individual à Subseção da OAB



Advogados de Jundiaí lançaram uma petição direcionada à 33ª Subseção da OAB na qual afirmam que não concordam com o manifesto entregue à Câmara Municipal de Jundiaí na última segunda-feira (28), no qual é solicitada uma moção de apoio da casa ao pedido de impeachment da presidente Dilma Roussef feito pela Ordem dos Advogados do Brasil em Brasília.

A petição conclama o seguimento do Estatuto do Advogado e da OAB (Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994) que dispõe em seu artigo 54, inciso II, competir ao Conselho Federal a representação, em juízo ou fora dele, dos interesses coletivos ou individuais dos advogados.  “Em relação especificamente ao manifesto entregue à câmara municipal de Jundiaí, formalizando apoio a OAB Federal, esclarecemos que este não representa nossas vontades individuais, sendo certo que não pactuamos nem de suas razões e/ou motivos”, afirma o texto.

A alegação é que o pedido não contempla toda a classe e não poderia ser feito pelo presidente Airton Sebastião Bressan. “A intenção não é buscar atrito com a atual direção da Subseção, mas sim deixar claro que ela representa aproximadamente 4 mil advogados da região, sendo que essa não é a vontade unânime da classe quanto ao apoio ao pedido de impeachment. Inclusive dos advogados progressistas da região que o apoiaram durante as eleições da OAB”, afirma o advogado, membro da coordenação estadual da ADJC (Advogados pela Democracia, Justiça e Cidadania), membro do comitê municipal do PCdoB, Tiago Sousa.

O texto ainda afirma que ações unilaterais não podem tomar roupagem de classe. “Por fim, ressaltamos, que fique claro, toda e qualquer medida tomada de forma unilateral, sem consulta aos profissionais que a 33ª Subseção da OAB representa, deve ser considerada responsabilidade única e exclusiva de seus subscritores, mas, jamais revestir-se da roupagem de representação de toda a classe, pois de fato não é a realidade”, finaliza. 

A petição online pode ser assinada no link: http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=advdemocraciajundiai